Da reportagem
A Secretaria Municipal de Saúde zerou a fila de espera por cirurgias ginecológicas na Santa Casa de Misericórdia. A informação foi confirmada, nesta quinta-feira, 10, pela ginecologista e coordenadora da Saúde da Mulher, Maria Laura Lavorato Matias.
A O Progresso, a médica falou sobre a primeira cirurgia de câncer de mama a ser realizada na Santa Casa, na próxima quinta-feira, 17 (reportagem nesta edição), e detalhou mudanças na estrutura do atendimento à saúde da mulher.
Maria Laura destacou que os casos ginecológicos e obstétricos “estão recebendo atenção especial”. Com isso, todas as demandas reprimidas de cirurgias ginecológicas foram atendidas, pondo fim à fila de espera para histerectomias e cirurgias de ovário.
Segundo a médica, pelo menos 200 pacientes foram operadas nos últimos quatro anos, chegando-se ao final da listagem de espera no mês de agosto deste ano.
Ela aponta que a fila de aguardo havia chegado a esse número devido a um intervalo de quatro anos em que as cirurgias deixaram de ser realizadas no município (2013 a 2016).
“Nesse período, as pacientes que precisavam deste tipo de cirurgia eram encaminhadas para o AME (Ambulatório Médico de Especialidades), em Itapetininga, e eles levavam cerca de dois a três anos para realizar as cirurgias, o que só fez aumentar a lista de espera”, salientou.
Ela informou que os procedimentos foram retomados em 2017, com a recontratação de uma equipe cirúrgica especializada, e, desde então, a Santa Casa vinha “lutando” para atender à demanda reprimida.
Nestes últimos quatro anos, além das pacientes que já estavam na fila, foram chamados, para cirurgia, os novos casos surgidos ao longo dos anos. Conforme a médica, a Secretaria de Saúde priorizou os procedimentos dos casos em que as patologias eram mais graves.
“Muitas pacientes precisaram refazer exames, houve casos em que a patologia evoluiu pelo tempo de espera. Então, precisamos reorganizar tudo e ir fazendo as cirurgias pelos casos mais graves. Graças a Deus, conseguimos vencer e zeramos a fila. Agora, estamos trabalhando com os novos casos”, assegurou.
Para Maria Laura, o maior ganho com o retorno das cirurgias é com relação ao tempo de espera pelo procedimento. Segundo ela, o período de diagnóstico até a cirurgia passou de três anos para 30 dias.
A médica apontou ter reduzido o número de operações na Santa Casa nos últimos meses, durante a pandemia do coronavírus, devido à redução da capacidade de leitos na unidade de terapia intensiva para cirurgias eletivas. Contudo, ressaltou que todas as cirurgias serão realizadas.
“Os casos de menor gravidade, nós agendamos com mais tempo. Dá para a paciente fazer o teste para a Covid antes de vir para a cirurgia, tudo certinho, com tranquilidade. Já as que estão com sangramento ou situação mais emergencial têm prioridade”, informou.
Outro serviço acentuado pela médica é a implantação do Núcleo de Atenção à Saúde da Mulher, que conta com atendimento à gestante de alto risco, colposcopia, atendimento às cirurgias ginecológicas e também, desde o mês de agosto deste ano, com consultas junto ao médico mastologista Guilherme Fonseca, que já vem atendendo muitos casos que aguardavam havia tempo na fila da Central de Vagas.
A coordenadora da Saúde da Mulher explica que o núcleo está trabalhando para implantar, também, um atendimento humanizado no pré-natal, no parto, no puerpério e no planejamento familiar.
“A nossa intenção é que, no prazo de um ano, a gente olhe para traz e veja uma modificação completa na Saúde, com uma atenção integral à mulher, para que ela tenha atenção desde as dúvidas, doenças que podem acometê-la, planejamento familiar, entre outras situações”, finalizou a médica.