Da reportagem
A Santa Casa de Misericórdia, a UPA (unidade de pronto atendimento) “Augusto Moisés de Menezes Lanza” e o Centro de Artes e Esportes Unificados “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires”, o CEU das Artes, foram citados em críticas por parlamentares durante sessão ordinária na quarta-feira, 8, na Casa de Leis.
O presidente da Câmara Municipal, Antonio Marcos de Abreu (PSDB), é o autor do requerimento 2.513/21, o qual solicita o envio de balancetes mensais pela Santa Casa desde o início da intervenção feita pela prefeita Maria José Vieira de Camargo, em 2017, até o momento.
A matéria pede a apresentação de valores de cada mês e ano, com a intenção de saber se houve déficit ou superávit mensal durante o período. Na tribuna, Abreu justificou a apresentação do documento, alegando estar “muito preocupado com a saúde financeira do hospital”.
Em dezembro do ano passado, o Poder Legislativo encaminhou ao Ministério Público o relatório final da CEI (comissão especial de inquérito) aberta para apuração de supostas irregularidades na administração da Santa Casa, referente ao período de 2005 a 2019.
O documento da investigação, denominada “CEI da Santa da Casa”, demonstra os valores anuais da dívida do hospital, apresentando déficit de R$ 10.187.680 em 2008, sendo reduzido para R$ 9.062.428 em 2009, mas com aumentos gradativos a partir do ano seguinte, culminando em dívida de RS 32.594.916 em 2019.
Um grupo de pessoas manifestou-se no plenário da Câmara no início da reunião parlamentar. Eles ostentavam duas faixas com os dizeres: “É preciso investigar a farra das horas extras na Santa Casa” e “Investigação já!! Chega de farra na Santa Casa”.
Eduardo Dade Sallum (PT) sugeriu a abertura de uma CEI para investigar “o motivo de haver supostos pagamentos de horas extras”, acrescentando já ter feito requerimentos a respeito.
O parlamentar também protocolou dois requerimentos relacionados à organização social Beneficência Hospitalar de Cesário Lange, atual administradora da UPA. Sallum questiona se a OS está cumprindo o contrato e por quanto tempo seguirá à frente da unidade. “Nós (vereadores) pressionamos pela saída da OS anterior, mas, pelo jeito, trocamos seis por meia dúzia”, declarou.
Assinado por seis vereadores, o requerimento 2.585/21 pede à prefeitura informações referentes à Lei Aldir Blanc, regulamentada pelo decreto municipal 20.657, de 16 de julho de 2020.
Paulo Sérgio de Almeida Martins (PRTB) criticou o Grupo Municipal de Trabalho, Acompanhamento e Fiscalização da LAB, por ter aprovado a utilização do recurso federal à companhia de performances “ST DNC” para exibição da peça “As Masoquistas – Um Espetáculo D’El Cabaret”, no sábado retrasado, 28 de agosto, no anfiteatro do CEU das Artes.
“Fui eleito para defender princípios e valores da família. Para mim, é uma afronta, uma vergonha, porque é dinheiro público que foi investido”, declarou o parlamentar. “Não sou homofóbico, nem nada, mas há princípios e valores que não se negociam”, acrescentou.
Posteriormente, Sallum informou ter fiscalizado as ações promovidas com o recurso da LAB. O vereador garantiu “colocar o nome dele no fogo” pelo trabalho desenvolvido pelo Grupo Municipal de Trabalho, Acompanhamento e Fiscalização da LAB e pelo Departamento Municipal de Cultura.
Na sequência, Sallum ainda respondeu Almeida Martins. “Se você é defensor da família, esqueça a peça de teatro. Estamos com um problema de inflação no país, de desemprego e ‘fake news’ sobre a Covid-19, e é isso que destrói a família”, finalizou Sallum.