Da reportagem
Entre os dias 18 de janeiro e 15 de fevereiro, a Vigilância Epidemiológica registrou três novos casos dengue em Tatuí. Um é autóctone, contraído no próprio município (no Jardim Santa Rita de Cássia), e dois são importados (de duas pessoas que residem no Jardim Santa Emília).
Os dados foram apresentados pelo Setor de Combate à Dengue e pela VE (órgãos da Secretaria da Saúde) durante a segunda reunião da Sala de Situação da Dengue de 2023, na quinta-feira da semana passada, 16.
Com os novos casos, neste ano, a cidade somava quatro exames positivos, sendo dois autóctones e dois importados. A primeira notificação de dengue em Tatuí chegou ao setor no dia 9 de janeiro, referente a um morador do bairro Valinho.
De acordo com a coordenadora do Setor de Combate à Dengue, Juliana Aparecida de Camargo da Costa, o trabalho dos agentes de controle de endemias continua sendo realizado conforme as orientações da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde.
Relatório emitido pelo órgão da Secretaria Municipal da Saúde mostra que, no período de 18 de janeiro a 15 de fevereiro, foram realizadas 14.899 visitas a imóveis do município, 1.495 controle de criadouros e 682 nebulizações portáteis.
As ações de prevenção ocorrem de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h. São feitas visitas de rotina nos imóveis, retorno aos que estavam fechados durante as primeiras visitas e em locais com demandas de reclamações, com o objetivo de detectar e eliminar os criadouros do Aedes aegypti.
Durante a visita, o agente elimina os recipientes com água parada e que possam conter larvas e adiciona o larvicida onde não se pode eliminar a água, como piscina fixa. Ele também orienta os munícipes e notifica em casos mais graves, conforme explicado pela coordenadora.
Juliana ainda informa estarem sendo realizadas ações de controle em pontos estratégicos tidos como “especiais”, como ferros-velhos, cooperativas de reciclagem, borracharias e outros. Nesses locais, as atividades são feitas em períodos quinzenais e mensais, com aplicação de inseticida.
Além disso, trimestralmente, o setor realiza a avaliação de densidade larvária nos imóveis “especiais”. As larvas são coletadas e analisadas para um levantamento dos bairros com maior número de criadouros.
Segundo Juliana, quando um caso é confirmado, ainda é realizado o controle de criadouros em um raio de 150 metros da residência do contaminado, e, posteriormente, feita a nebulização costal.
“Pedimos a atenção da população, especialmente neste período pós-Carnaval, para o aumento da transmissão da dengue, já que muitos munícipes viajam para cidades litorâneas e para outros estados brasileiros”, destacou Juliana.
A coordenadora ainda orienta ser preciso redobrar os cuidados com o acúmulo de água das chuvas em diversos recipientes. Para a prevenção, Juliana pede a colaboração de todos quanto à limpeza e à manutenção de terrenos e residências e salienta que as denúncias sobre possíveis criadouros do mosquito podem ser esclarecidas e/ou informadas para a Ouvidoria Municipal.
O munícipe pode denunciar sobre os terrenos sujos e abandonados da cidade, ou as casas recém-construídas sem moradores e com piscinas, no tatui.sp.gov.br/ouvidoria, pelos telefones 0800-770-0665 e (15) 3251-3576; ou ainda pelo telefone da Secretaria de Saúde: (15) 3305-8855.
A secretaria aponta que o descarte correto de entulhos e demais materiais deve ser feito nos diversos ecopontos da prefeitura (lista completa, com dias, horários e locais de funcionamento em www2.tatui.sp.gov.br/servicos/ecopontos/).
O órgão municipal ainda recomenda o uso diário de repelentes. E, caso a pessoa apresente algum sintoma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, zika ou chikungunya), que procure imediatamente uma unidade de saúde, para receber o diagnóstico e o tratamento adequados.
Apesar de os números da dengue terem melhorado em 2022, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu alerta já no começo deste ano sobre o alto índice de larvas do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, e o risco de um novo surto da doença.
Conforme os dados apresentados pelo setor, foram detectadas larvas do mosquito em 100% das amostras coletadas, no período de 2 a 17 de janeiro, para a ADL (avaliação de densidade larvária).
Com o resultado das amostras larvárias, coletadas em todas as regiões e bairros da cidade, o município passou a ter índice de 4,2% (Índice de Breteau), o que indica risco de novo surto de dengue em Tatuí.
Esse número é classificado pelo Ministério da Saúde, com base na Organização Mundial da Saúde (OMS), entre satisfatório (até 1%), alerta (acima de 1% até 3,9%) e risco (acima de 3,9%).
No ano passado, a Secretaria da Saúde registrou 24 confirmações da doença entre janeiro e dezembro, número bem abaixo do registrado em 2021, quando a cidade viveu o pior ano em relação ao número de contaminações por dengue, com 20.521 casos. Em 2020, a cidade havia recebido 342 exames positivos e em 2019, 54.
Somente nos primeiros 20 dias de janeiro de 2021 (enfrentando-se, em paralelo, os desafios da Covid-19), a cidade já havia positivado 53 exames de dengue, quase o mesmo número de confirmações dos 12 meses de 2019.
De janeiro a outubro de 2021, no auge do surto, o número de casos positivos atingiu 20.453, quase mil vezes (92.868,18%) maior em relação ao apresentado no mesmo período de 2022, com 22 casos.