Da reportagem
A Vigilância Epidemiológica de Tatuí completou na segunda-feira, 24, oito semanas consecutivas sem registrar casos positivos de dengue. Balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde mostra que a última confirmação da doença aconteceu no dia 30 de novembro de 2021.
Conforme a coordenadora do Setor de Combate à Dengue, Juliana Aparecida de Camargo da Costa, o período sem transmissão marca o fim da epidemia da doença no município.
Segundo ela, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo) aponta ser necessário atingir pelo menos oito semanas sem casos positivos da doença para considerar que houve “corte de transmissão”.
Em 2021, a cidade viveu o pior ano em relação ao número de contaminações por dengue, com mais de 20.500 casos. Somente nos primeiros 20 dias de janeiro, a cidade já havia positivado 53 exames.
“Na segunda semana de janeiro de 2021, o nosso setor já estava iniciando a nebulização pesada (fumacê) no Jardim Santa Rita de Cássia devido à alta transmissão. Também já havíamos reforçado o trabalho preventivo, com equipes atuando de domingo a domingo no combate à dengue”, afirmou a coordenadora.
Para Juliana, a queda das transmissões é resultado do trabalho do Setor de Combate à Dengue e das campanhas realizadas no município no ano passado, em parceria com diversas secretarias.
Segundo ela, no começo do ano, como os casos estavam mais concentrados no Jardim Santa Rita de Cássia, foram realizadas diversas ações na região, e, a partir de março, as operações foram estendidas para outros bairros.
De segunda-feira a sexta-feira, o Sucen e o Setor de Combate à Dengue realizavam as vistorias nas casas e, aos finais de semana, uma equipe mista, formada com pessoas de setores como educação, obras e meio ambiente, promovia ações de conscientização e operações “cata-treco”.
“Essas ações foram importantes para complementar o trabalho do combate à dengue, pois ajudaram os moradores a descartarem os possíveis criadouros do mosquito. Esta é a principal ação, afinal, não podemos deixar o transmissor crescer”, disse a coordenadora.
Segundo balanço do setor, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2021, foram realizadas 63.695 visitas a imóveis, 6.718 avaliações de densidade larvária, 45.240 controles de criadouros, 3.059 nebulizações portáteis, 69 visitas a imóveis especiais (escolas, clubes e outros) e 389 visitas em pontos estratégicos (ferros-velhos, cooperativas de reciclagens e outros).
Juliana apontou que, no ano passado, o município também criou as chamadas “Brigadas de Combate ao Mosquito Aedes Aegypti”, para atuarem junto às secretarias da Saúde, de Obras e Infraestrutura e da Educação.
Segundo ela, o objetivo da ação é “formar agentes multiplicadores neste trabalho tão importante de eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti”.
Cada uma das secretarias tem a própria brigada, que, uma vez por semana, executa vistorias em locais previamente estipulados, de acordo com o “mapa de risco” de cada prédio pertencente à pasta. Ainda há o objetivo de levar a ação para outras secretarias municipais.
“Essas brigadas foram treinadas pela Sucen e vão treinar outros funcionários dos setores para atuar no combate à dengue. A ideia é ter pessoas comprometidas em todos os setores”, afirmou Juliana.
Outro ponto destacado pela coordenadora para zerar o número de casos da doença é a contratação de mais agentes de controle de endemias. Segundo ela, o Setor de Combate à Dengue dobrou o número de profissionais em atuação.
“Começamos o ano (de 2021) com 15 agentes. Em novembro, recebemos mais 12 e, em dezembro, mais quatro, finalizando o ano com uma equipe de 30 agentes ativos em campo”, contou a coordenadora.
Os agentes visitam as residências de, aproximadamente, três bairros por dia, tendo a disposição quatro veículos para facilitar a logística do trabalho, sendo um apropriado para o recolhimento de pneus abandonados.
De segunda-feira a sexta-feira são feitas visitas de rotina nos imóveis e, aos sábados, a visita é de retorno aos imóveis que estavam fechados durante a semana, com o objetivo de detectar e eliminar os criadouros do Aedes aegypti.
Juliana contou que, no começo deste ano, diversas autoridades e servidores municipais se reuniram com a Sucen, a pedido do Departamento Regional de Saúde (DRS XVI) de Sorocaba, para debater a situação atual de Tatuí e planejar ações para 2022.
Segundo a coordenadora, no encontro, foi feito um balanço das ações de combate ao mosquito durante o ano de 2021, e a diretora técnica do Serviço Regional 4 – Sorocaba, da Sucen, Sueli Yasumaro Diaz, elogiou o trabalho que a prefeitura está realizando para prevenção e controle de novos casos de dengue.
Segundo Juliana, desde julho do ano passado, o setor atua em ações de prevenção. Ela alerta que, apesar do balanço positivo, é hora de redobrar os esforços no combate ao mosquito para evitar a proliferação de criadouros e novos casos.
“O período de maior transmissão da dengue ocorre entre outubro e maio. Como em outubro do ano passado saímos de um surto e tínhamos promovido muitas ações com nebulização e outros recursos, os casos foram só caindo e ficamos tranquilos, mas temos que ficar atentos para evitar a proliferação”, acentuou a coordenadora.
Juliana pede a colaboração de todos quanto à limpeza e à manutenção de terrenos e residências e salienta que as denúncias sobre possíveis criadouros do mosquito podem ser esclarecidas e/ou informadas para a Ouvidoria Municipal.
“Nós buscamos eliminar o máximo possível de criadouros, mas precisamos do apoio da população. É necessário ficar atento e eliminar todos os locais com água parada”, concluiu Juliana.
O atendimento pode ser presencial (à rua João Ortiz de Camargo, 594, centro, antiga sede da Secretaria de Saúde), de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h, ou pelos telefones (15) 3251-3576 e 0800 770 0665.