Saúde anuncia atitudes para evitar a propagação de vírus

Lavar as mãos com frequência e usar álcool em gel são algumas das recomendações (foto: Kelly Sikkema/Unsplash)
Da redação

Desde sexta-feira, 13, o país entrou em nova fase da estratégia para criar condições para diminuir os danos que o Covid-19, o coronavírus, pode causar à população. Em videoconferência com profissionais das Secretarias Estaduais de Saúde de todo o país, o Ministério da Saúde anunciou recomendações para evitar a disseminação da doença.

Conforme o MS, atitudes adotadas no dia a dia, como lavar as mãos e evitar aglomerações, reduzem o contágio pelo coronavírus. O ministério recomenda a redução do contato social, o que, consequentemente, reduz as chances de transmissão do vírus, que é alta se comparada a outros coronavírus do passado.

As medidas gerais, válidas a todos os estados brasileiros, incluem o reforço da prevenção individual com a etiqueta respiratória (como cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e espirrar), o isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença por até 14 dias, além da recomendação para que pacientes com casos leves procurem os postos de saúde.

As unidades de saúde, públicas e privadas, iniciaram, na segunda-feira, 16, a triagem rápida para reduzir o tempo de espera no atendimento e, consequentemente, a possibilidade de transmissão dentro das unidades de saúde.

Os vírus respiratórios se espalham pelo contato, por isso a importância da prática da higiene frequente, a desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência – como celulares, brinquedos, maçanetas e corrimão – são indispensáveis para a proteção contra o vírus.

Segundo o MS, até mesmo a forma de cumprimentar o outro deve mudar, evitando-se abraços, apertos de mãos e beijos no rosto.

“Essas são as maneiras mais importantes pelas quais as pessoas podem proteger a si e sua família de doenças respiratórias, incluindo o coronavírus”, orienta o órgão.

Para os serviços públicos e privados, é indicado que disponibilizem locais para que os trabalhadores lavem as mãos com frequência, álcool em gel 70% e toalhas de papel descartáveis.

Há, ainda, a orientação sobre o uso de máscaras e outros EPIs (equipamentos de proteção individual). O MS recomenda que a utilização desse tipo de equipamento seja feita apenas por pessoas doentes, em casos confirmados da doença, em contatos domiciliares e por profissionais de saúde.

Para áreas com transmissão local da doença, é recomendado que idosos e doentes crônicos evitem contato social, como idas ao cinema, shoppings, viagens e locais com aglomeração de pessoas.

A vacina contra a gripe também é recomendada e a Campanha Nacional de Vacinação terá início no dia 23 de março, quando idosos e profissionais de saúde terão prioridade para se vacinarem. A vacina contra a influenza garante proteção para três tipos de vírus (H1N1, H3N2 e Influenza B).

O ministério aponta que, com base na evolução dos casos no Brasil, até o momento, estima-se que, sem a adoção das medidas propostas pela pasta para prevenção, o número de casos da doença dobre a cada três dias.

Para áreas com transmissão comunitária ou sustentada, é recomendada a redução de deslocamentos para o trabalho. O ministério incentiva que reuniões sejam realizadas virtualmente, que viagens não essenciais (avaliadas pela empresa) sejam adiadas ou canceladas e que, quando possível, deve-se realizar o trabalho de casa (“home office”).

Adotar horários alternativos para evitar períodos de pico também é uma das medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde aos estados.

Para as instituições de ensino, é recomendado o planejamento de antecipação de férias, procurando reduzir prejuízos no calendário escolar, inclusive com a possibilidade de utilizar o ensino à distância.

Poderá ser declarada quarentena quando o país atingir 80% da ocupação dos leitos de UTI disponíveis para o atendimento à doença. A ocupação é definida pelo gestor local.

As medidas também se estendem às pessoas para a diminuição da propagação do coronavírus. Cada um é responsável por ações para se manter saudável e impedir a transmissão da doença.

O secretário da Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, declarou que, “agora e sempre, durante a temporada de gripes e resfriados, as pessoas devem permanecer em casa se estiverem doentes”. “Algumas dessas medidas são hábitos para a vida toda, não só para agora”, enfatizou o secretário.

O MS ressalta que, no caso de um novo cenário, em que a transmissão estiver alta, a mudança de comportamento e rotina será “imprescindível no enfrentamento do coronavírus”.

Nesse sentido, adotar horários alternativos para evitar aglomeração de pessoas é uma das recomendações, como fazer as compras e utilizar o transporte público, por exemplo, fora do horário de pico.

Quanto à frequência nas academias, a orientação é de optar por se exercitar ao ar livre em vez de fazer aulas de ginástica em locais fechados.

“Essas medidas são recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e foram – e estão – sendo utilizadas nos países em que se encontram em surto para diminuir a transmissão dos vírus. O que não queremos é chagar ao nível da Itália. Por isso precisamos nos antecipar”, argumentou Oliveira.

O plano deve incluir, também, a compra de suprimentos para ter à mão, caso a pessoa fique doente ou cuidando de alguém da família enfermo. “Com isso, não haverá necessidade de sair de casa até a pronta recuperação. Tudo isso deve ser feito de maneira racional, evitando compra exagerada e desnecessária”, ressaltou o secretário.

Para idosos, doentes crônicos e pessoas com outras condições especiais, como tratamento de câncer, transplantados, doente renais, a recomendação é conversar com o médico para que as receitas de medicamentos sejam renovadas e, se possível, dadas por um tempo maior.

A medida é para evitar a necessidade de ir à farmácia do posto de saúde ou do bairro no período de maior circulação de vírus respiratórios (influenza, por exemplo).

Caso a pessoa contraia o coronavírus, apenas o médico pode aconselhar se o atendimento hospitalar é mais apropriado. No entanto, se for cuidador da pessoa com coronavírus, a recomendação é consultar as orientações para profissionais de saúde em ambiente hospitalar.

Para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde ainda recomenda medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las.

Além do sabão, outro produto indicado para higienizar as mãos é o álcool gel, que também serve para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas e outros.

Para a limpeza doméstica, recomenda-se a utilização dos produtos usuais, dando preferência para o uso da água sanitária (em uma solução de uma parte de água sanitária para nove partes de água) para desinfetar superfícies.

Utilizar lenço descartável para higiene nasal é outra medida de prevenção importante. Deve-se cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Também é necessário evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.

Para a higienização das louças e roupas, recomenda-se a utilização de detergentes próprios para cada um dos casos. Destacando que é importante separar roupas e roupas de cama de pessoas infectadas para que seja feita a higienização à parte.

Caso não haja a possibilidade de fazer a lavagem dessas roupas imediatamente, a recomendação é que elas sejam armazenadas em sacos de lixo plástico até que seja possível lavá-las.

Além disso, as máscaras faciais descartáveis devem ser utilizadas por profissionais de saúde, cuidadores de idosos, mães que estão amamentando e pessoas diagnosticadas com o coronavírus.

Também é importante que as pessoas comprem antecipadamente e tenham em suas residências medicamentos para a redução da febre, controle da tosse, como xaropes e pastilhas, além de medicamentos de uso contínuo.

Produtos de higiene também devem ser comprados e armazenados como uma medida de prevenção, conforme o MS. No caso das crianças, recomenda-se que os pais ou responsáveis, adquiram fraldas e outros produtos em uma maior quantidade para que se evite aglomerações em supermercados e farmácias.