Da reportagem
Apesar de os números da dengue terem melhorado significativamente no ano passado (reportagem nesta edição), a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Setor de Combate à Dengue, emitiu alerta sobre o alto índice de larvas do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, e o risco de um novo surto da doença neste ano.
O assunto foi pauta da 1ª Sala de Situação da Dengue, realizada na manhã de quinta-feira, 19, no paço municipal. Conforme os dados apresentados pelo setor, foram detectadas larvas do mosquito em 100% das amostras coletas, no período de 2 a 17 de janeiro, para a ADL (avaliação de densidade larvária).
Com o resultado das amostras larvárias, coletadas em todas as regiões e bairros da cidade, o município passa a ter um índice de 4,2% (Índice de Breteau). Esse número é classificado pelo Ministério da Saúde, com base na Organização Mundial da Saúde (OMS), entre satisfatório (até 1%), alerta (acima de 1% até 3,9%) e risco (acima de 3,9%).
De acordo com a coordenadora do Setor de Combate à Dengue, Juliana Aparecida de Camargo da Costa, em Tatuí, o índice indica risco de um novo surto de dengue. No ano de 2021, foram registrados 20.521 casos positivos da doença.
“Mesmo com esses milhares de casos, Tatuí passou pelo surto sem mortes por dengue e somente com o tipo 1 da doença, sendo que existem quatro tipos. Estamos suscetíveis ao risco de termos os outros três tipos, já que os moradores estão em viagens de férias, e esses outros tipos de dengue podem vir para cá de outras cidades ou estados, assim como chegou a chikungunya, no ano passado, e que também é transmitida pelo Aedes aegypti”, alertou a coordenadora.
Outro dado apontado durante a reunião foi o surgimento de três casos positivos de dengue no período de 15 de dezembro de 2022 a 18 de janeiro. Destes três casos positivos, dois foram no mês de dezembro, sendo um importado, no Jardim Manoel de Abreu, e um autóctone (contraído no município), no Condomínio Colina das Estrelas, e um neste mês de janeiro, confirmado como autóctone, no bairro Valinho.
“Somente o trabalho da prefeitura – que envolve diversas secretarias e departamentos, além de parceiros -, que resultou na drástica diminuição do número de casos de dengue no município em 2022 (apenas 24 casos positivos durante todo o ano), não basta. É preciso que a população faça a sua parte, especialmente neste período chuvoso, em que os criadouros se proliferam com mais facilidade”, alerta órgão.
A limpeza de residências e terrenos deve ser constante; e o descarte correto de entulhos e demais materiais deve ser feito nos diversos ecopontos da prefeitura (lista completa, com dias, horários e locais de funcionamento em www2.tatui.sp.gov.br/serviços/ecopontos/).
O munícipe também pode denunciar os terrenos sujos e abandonados da cidade, ou as casas recém-construídas sem moradores e com piscinas, para a Ouvidoria Municipal (www.tatui.sp.gov.br/ouvidoria), pelos telefones 0800-770-0665 e (15) 3251-3576, ou ainda pelo telefone da Secretaria da Saúde: (15) 3305-8855.
De acordo com especialistas em saúde, não menos importante é o uso diário de repelentes. E, caso a pessoa apresente algum sintoma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, zika ou chikungunya), deve procurar imediatamente uma unidade de saúde, para receber o diagnóstico e o tratamento adequados.