A capital paulista confirmou no dia 5 de abril o segundo caso de sarampo este ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. São Paulo não registrava ocorrência da doença desde 2015. Ambos os casos são considerados importados, ou seja, contraídos fora da cidade. O primeiro, da Noruega, e o segundo, de um navio oriundo de Malta, ambos países do continente europeu.
Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas (principalmente). Além disso, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia e Rio de Janeiro.
Na região Norte, já foram computados 12 casos de óbito. O grande número de casos nessa região é devido à invasão dos venezuelanos que estão atravessando a fronteira, e recebidos como refugiados da Venezuela, principalmente na cidade de Pacaraima (Roraima). O vírus do sarampo detectado no Brasil tem a mesma cepa do encentrado nesse país vizinho.
Recentemente, a Vigilância Epidemiológica da cidade próxima de Guareí confirmou um caso de sarampo em uma criança de quatro anos. Segundo informações do Jornal 1ª. Edição da TV Tem, do dia 9 de maio, a criança foi internada e cuidada em Itapetininga, já teve alta e está bem no momento.
Mas, este caso serve de alerta a todas as cidades vizinhas, inclusive, Tatuí, que poderemos ter casos aqui, eventualmente. Portanto, senhores pais e mães, tomem cuidado. Se seu filho já completou um ano de idade, já pode tomar a primeira dose da vacina e, depois, uma segunda dose com 15 meses de idade.
A única forma de se proteger contra o sarampo é tomando a vacina. O esquema vigente do Ministério da Saúde para crianças é o de uma dose da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ao um ano de idade e uma da tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) com um ano e três meses de idade.
Para quem não se vacinou no período, a tríplice viral é oferecida gratuitamente em duas doses até os 29 anos ou em uma dose dos 30 aos 49 anos. Os demais podem recorrer às clínicas particulares de vacinação.
Brasil entre os 10 países
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a Europa teve aumento de 400% nos casos da doença. A secretaria informa que realizou 35 ações de bloqueio até 23 de março devido a casos suspeitos de sarampo em São Paulo.
As ações de bloqueio consistem em mobilizar pessoas que tiveram contato com casos suspeitos para que se vacinem. A cobertura vacinal em crianças de um ano, mais vulneráveis, ficou acima dos 95% em 2018 e, no primeiro bimestre de 2019, está em 97,76%, segundo a pasta.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade.
A transmissão do sarampo ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, é elevado o poder de contágio da doença. A transmissão ocorre de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema.
O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível. O sarampo afeta, igualmente, ambos os sexos. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas condições socioeconômicas, nutricionais, imunitárias e àquelas que favorecem a aglomeração em lugares públicos e em pequenas residências.
As complicações infecciosas (broncopneumonia, conjuntivite, diarréia e desidratação) e neurológicas (encefalite) contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
Em grande parte dos casos, é necessário o tratamento em regime de internação e isolamento. Em algumas partes do mundo, a doença é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade.
O comportamento endêmico do sarampo varia de um local para outro e depende, basicamente, da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na área. O agente envolvido na causa da doença é o círus do sarampo, que pertence ao gênero Morbillivirus, da família “Paramyxoviridae”.
Sinais e sintomas
Febre alta, acima de 38,5°C; dor de cabeça; manchas vermelhas (exantema), que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, espalham-se pelo corpo; tosse; coriza; conjuntivite; pequenas manchas brancas que aparecem na mucosa bucal (na região da “bochecha” próximas aos dentes molares), conhecida como sinal de Koplik (característica fundamental para o fechamento do diagnóstico clínico), que antecede de um a dois dias antes do aparecimento das manchas vermelhas. Quadro sem complicação dura em média 10 a 15 dias até o restabelecimento do paciente.
Fontes: https://noticias.r7.com/saude; http://portalms.saude.gov.br
* Médico especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Membro da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim); diretor clínico da Alergoclin Cevac, com clínica de vacinação credenciada. Visite o nosso site: www.alergoclincevac.com.br e saiba mais sobre saúde infantojuvenil. Acesse o nosso canal no You Tube: Dr. Jorge Sidnei, inscreva-se, clique em vídeos e assista nossas publicações!