A Santa Casa de Misericórdia de Tatuí promoveu na manhã de terça-feira, 23, uma cerimônia de apresentação da Coopus – Plano de Saúde, novo convênio que será oferecido pela entidade.
O evento aconteceu no plenário da Câmara Municipal, reunindo representantes de empresas, comércios, associações, indústrias e sindicatos do município e região, além de autoridades, secretários, diretores municipais e membros da presidência da Coopus.
A entidade assinou convênio com a Coopus no dia 15 de março, credenciando a empresa a oferecer os serviços na Santa Casa. Conforme anunciado, a operadora de saúde irá instalar um pronto atendimento (PA) dentro da unidade, o que deve ocorrer em cooperação de trabalho com o hospital tatuiano.
Antes de iniciar a apresentação da empresa, autoridades destacaram, em discurso, que a meta da entidade com o credenciamento da operadora é ampliar as fontes de recursos e melhorar a saúde financeira do hospital.
O vereador e ex-interventor da Santa Casa Antonio Marcos de Abreu destacou que o credenciamento de planos de saúde é fundamental para a recuperação da Santa Casa. Ele apontou que, sem o recurso extra, o hospital não tem condições de funcionar, considerando-se o custo dos pacientes SUS.
De acordo com Abreu, um paciente internado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) gera custo aproximado de R$ 1.300, enquanto o hospital recebe R$ 740 para atendê-lo.
“Só será possível superar o déficit da entidade por meio de novos convênios. E, graças a Deus, hoje, com a luta da administração e da interventora da Santa Casa, teremos este novo convênio para fazer o atendimento dentro do nosso hospital”, afirmou.
Ele declarou que, embora a Santa Casa ainda tenha dívidas, elas poderão ser superadas com a adoção de medidas que resultem em novos recursos, entre os quais, a abertura junto a novos convênios.
“A apresentação deste convênio é um momento muito importante, que está vindo somar com a Santa Casa. Já estamos tendo uma administração competente na entidade, mas acho que este plano de saúde vai ajudar muito o hospital”, acrescentou.
A atual interventora, Márcia Giriboni, ressaltou que a entidade precisa gerar renda para não depender somente dos recursos da prefeitura para se sustentar e manter os serviços em funcionamento.
“Este convênio é muito importante. Nós estamos muito confiantes de que isso vai dar certo e vai melhorar bastante a situação da Santa Casa. Já está na hora de ela caminhar com próprias pernas e não depender tanto da prefeitura”, afirmou.
De acordo com a prefeita Maria José Vieira de Camargo, a solenidade de assinatura – que aconteceu em março deste ano – foi um marco para a área de saúde e para a Santa Casa. Ela enfatizou que a parceria ajudará no desenvolvimento da economia do hospital.
Desde 2014, a Santa Casa não conta com parcerias de operadoras de saúde, o que fez reduzir em quase 50% o faturamento da entidade. “Com o convênio da Coopus em funcionamento, a estimativa é de que este valor seja recuperado”, comentou a prefeita.
A O Progresso, Maria José informou que, desde a saída da operadora de saúde que atendia na Santa Casa, a Unimed, a prefeitura e os interventores da entidade vinham buscando parceria com alguma empresa que pudesse oferecer o serviço dentro do hospital e, assim, gerar renda.
“Iniciamos uma série de estudos envolvendo os vereadores, interventores e empresas de saúde até que escolhemos a Coopus, que eu acho que é uma operadora que vai atender a todas as nossas necessidades”, argumentou.
Em discurso, Maria José enfatizou a importância de um plano de saúde atendendo na Santa Casa e o trabalho realizado pela prefeitura no sentido de colaborar com o hospital. Também relembrou alguns dos projetos aplicados na instituição com a ajuda de voluntários.
Como iniciativas que têm auxiliado a entidade a se recuperar, a prefeita apontou o projeto “Adote um Quarto”, do Fundo Social de Solidariedade. O projeto viabilizou a reforma de 111 leitos e 33 apartamentos.
“São quartos que dão dignidade aos pacientes. E não paramos por aí. Vamos entregar agora, no dia 27 de abril, um centro de humanização para captação de órgãos, em parceria com o Rotary Club de Tatuí. E, no dia 11 de maio, estaremos entregando uma nova pediatria totalmente reestruturada”, anunciou.
Maria José ainda destacou que a parceria só foi possível por conta das melhorias realizadas dentro do hospital. “Há dois anos a Coopus não teria vindo para Tatuí, pelo estado que estava a Santa Casa, toda deteriorada. Hoje, a empresa está aqui porque, realmente, a Santa Casa está toda revitalizada”, apontou.
O presidente da empresa, Arlei Antonio, reforçou a O Progresso que “a Coopus vai poder operar tranquilamente com a estrutura da Santa Casa” e salientou que o hospital está em plenas condições de atuar, “pelos equipamentos e tudo que ela oferece”.
A parceria prevê investimento na infraestrutura da Santa Casa para abrigar o ambulatório de especialidades. Este espaço, conforme o presidente, será somente para atendimento eletivo. Consequentemente, qualquer exame, internação ou procedimento cirúrgico será direcionado para atendimento na Santa Casa.
“Nós estamos trabalhando no sentido de ter mais faturamento para a Santa Casa. Então, as empresas de Tatuí que vierem para a Coopus estarão contribuindo também para o desenvolvimento da entidade”, declarou.
“Não vejo nenhum problema com o hospital, entretanto, se em algum caso seja necessário um atendimento complexo que não seja oferecido pela entidade, nós podemos fazer em Sorocaba, em Campinas, nos hospitais conveniados. Não ficará restrito à Santa Casa de Tatuí”, completou.
Apresentando a empresa, o vice-presidente Gustavo Polli Antonio destacou que a Coopus está buscando, em parceria com a Santa Casa, reerguer a entidade e “trazer a sustentabilidade que ela precisa”.
Segundo o vice-presidente, a Santa Casa pode dedicar 60% dos atendimentos ao SUS e 40% aos convênios de saúde e planos particulares. “É neste espaço que nós queremos entrar. E quanto mais clientes nós tivermos aqui, mas vai sobrar espaço para aqueles que não podem pagar um plano de saúde, para que eles possam utilizar a Santa Casa por meio do SUS”, sustentou.
“O principal ponto deste projeto é trabalhar em parceira com a Santa Casa, para que a Coopus ganhe seu dinheiro – afinal, ela é uma empresa com fins lucrativos -, mas que traga para a cidade uma opção de plano de saúde e, principalmente, uma sustentabilidade para que não precise a prefeitura ficar colocando dinheiro lá e intervindo”, completou Polli Antonio.
A Coopus
Ao falar dos planos e serviços a serem oferecidos em Tatuí, o vice-presidente Polli Antonio destacou a implantação de um ambulatório médico dentro do hospital e um trabalho de atenção primária de saúde, desenvolvido pela operadora.
“Com um ambulatório próprio, você traz os médicos, cria os protocolos e faz com que o usuário seja atendido, não só no momento em que ele está doente, mas também em um trabalho de prevenção”, enfatizou.
Polli Antonio ainda reforçou que tudo a ser feito fora do ambulatório vai priorizar a Santa Casa. “Tudo aquilo que tiver de estrutura da Santa Casa vai ser feito lá. Se a Santa Casa não tiver algum tipo de atendimento especializado, nós vamos encaminhar para a rede credenciada em Tatuí e na região”, frisou.
Segundo informado, o Hospital Evangélico e o Banco de Olhos de Sorocaba são alguns dos credenciados a atender os beneficiários da Coopus.
A empresa tem sede em Campinas e atua no mercado desde 1993, somando uma rede de cobertura formada por 70 hospitais, 200 clínicas e mais de 1.500 médicos.
“Atuamos praticamente em todo o estado de São Paulo, com exceção da Grande São Paulo e região do ABCD. Então, o cliente da Coopus não se atém apenas a uma determinada cidade, a uma determinada região. Ele tem acesso a uma cobertura em todo o estado de São Paulo”, ressaltou.
Para os casos de acidente, urgência e emergência, com beneficiário em trânsito, estando fora da área de abrangência contratada e em localidade onde a Coopus não tenha serviço credenciado, é disponibilizado atendimento via Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo).
Além disso, Polli Antonio citou os serviços de “home care”, de “cuidados em casa”. Trata-se de uma internação domiciliar, com a continuidade do tratamento hospitalar que passará a ser realizado na residência do paciente.
“Nenhum plano de saúde dá a ‘home care’, mas a Coopus dá. Isso faz com que a pessoa esteja dentro de casa, acolhida, e fique longe de pegar infecções dentro de uma unidade hospitalar, que é onde estão as maiores infecções. Nós entendemos que o hospital tem que servir para quando ele é necessário”, acrescentou.
Sobre a parceria com a Santa Casa, Antonio explicou que o projeto estabelece uma receita fixa para a entidade, independentemente de o usuário estar internado.
“Quanto mais eficientes nós formos, melhor vai ser para a Santa Casa, melhor vai ser para o paciente e melhor vai ser para a empresa que nos contratou”, enfatizou.
A empresa tem um parceiro que tomará conta da relação comercial junto ao Sindicato dos Funcionários Públicos, pessoas físicas e empresas da cidade. Eles devem vender os serviços e angariar clientes para a operadora.
De acordo com o representante da Coopus, o novo plano de saúde deve entrar em operação no dia 1º de julho. “Vamos começar a reforma no espaço que vai ser o nosso ambulatório médico e começar os serviços o mais rápido possível. A parte documental está toda certa. Já passamos pela prévia da Vigilância Sanitária e já vamos dar sequência no projeto”, concluiu Polli Antonio.