Samu arrecada doces para distribuir em carreata e festa de ação natalina

Voluntários trabalham na montagem dos brinquedos que serão doados no Natal (foto: divulgação Samu)
Da reportagem

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) segue até terça-feira, 17, com a campanha de arrecadação de doces e guloseimas para completar os presentes de Natal a serem distribuídos nos dias 21 e 22, por meio do projeto “Samu Solidário”.

De acordo com a coordenadora da base descentralizada do Samu 190 em Tatuí, Cássia Stela Rodrigues Alvares, a ação busca beneficiar pelo menos 2.000 crianças com duas festas de Natal e carreatas que percorrerão bairros e comunidades mais carentes da cidade.

Quem puder ajudar doando balas, pirulitos, pipocas ou chicletes pode levar os donativos à base do Samu, à rua 15 de Novembro, 1.383, até terça-feira, 17. Os voluntários vão juntar as doações e separá-las em saquinhos de presente.

“Quem preferir também pode fazer a doação em dinheiro. Nós preferimos o produto, mas, se recebermos o valor, a gente vai enviar a nota fiscal do produto adquirido e, no final, divulgar um balando com todos os gastos que tivemos e o que entrou de doação, para que a ação seja transparente e as pessoas saibam onde investiram o dinheiro”, frisa Cássia.

Uma caravana sairá da base do Samu em direção ao Congonhal, às 17h, na sexta-feira, 20, formada por ambulâncias, caminhão do Corpo de Bombeiros, viaturas da Polícia Militar, Polícia Rodoviária, da Guarda Civil Municipal, famílias dos funcionários e todos os envolvidos no projeto.

No trajeto, serão distribuídos os doces arrecadados e brinquedos, e, na chegada ao destino, começa a festa, com direito a Casa do Papai Noel, super-heróis, palhaços e algodão-doce, além de distribuição de brinquedos e saquinhos de guloseimas.

No retorno, a caravana ainda deve passar pelo Pronto-Socorro “Erasmo Peixoto” e pela pediatria da Santa Casa de Misericórdia. Os internos também receberão a visita do Papai Noel e presentes.

No sábado, 22, às 9h, a equipe passará com a carreata e distribuirá doces e brinquedos nos bairros Enxovia, São João e Jardim Novo Horizonte.

Já a partir das 16h, a comitiva segue para o distrito Americana, onde também será montada a Casa do Papai Noel. Lá, ainda haverá distribuição de doces, brinquedos, cachorro-quente e sorvete.

“Nós estamos tentando fazer a festa em comunidades diferentes a cada ano. Em 2018, fizemos no Novo Horizonte e, desta vez, vamos para o Americana. Só mantivemos o Congonhal, que é o bairro que deu início à ação, em 2013”, conta Cássia.

Para realizar o evento no distrito de Americana, o projeto Samu Solidário fez parceria com moradores do bairro. Eles vão ceder a estrutura para a festa e a alimentação das crianças, enquanto a comitiva do Samu ficará responsável pela animação e destruição dos doces e brinquedos.

“A cada ano, a gente estuda um pouco onde pode fazer, para ficar diferente, e quem pode nos ajudar, porque é tudo muito caro e a gente precisa de parcerias para conseguir fazer a festa. Este ano, a gente optou em fazer no Americana, mas, no ano que vem, pode chegar a outro bairro”, argumenta a coordenadora.

Cássia conta que, para a distribuição durante o evento, são confeccionados mil carrinhos, mil bonecas e 2.000 saquinhos de doce com guloseimas variadas. Segundo ela, quase não sobram brinquedos, pois são todos distribuídos nos bairros mais precários e afastados do centro.

O projeto solidário nasceu em maio de 2013, por iniciativa do voluntário Samuel Teles, atualmente funcionário do Samu. Com a ajuda de familiares, pessoas da comunidade e comerciantes, Teles começou ajudando mais de 400 famílias dos bairros Congonhal e Água Branca.

O grupo oferecia doações às famílias de baixa renda durante todo o ano e, no Natal, realizava uma festa para as famílias assistidas. Depois da primeira edição, mais voluntários se mobilizaram e a ação solidária segue até hoje, com a participação ativa da comunidade.

Além das doações frequentes ao longo do ano, o grupo continua realizando a festa de Natal no bairro que originou o projeto. No Congonhal, ela é destinada a 500 crianças. As demais, conforme informou a coordenadora, serão beneficiadas durante a carreata pelas ruas da cidade.

“O Samuel ainda não trabalhava no Samu quando começou a ação, mas, quando ele entrou trabalhar no serviço, em 2015, apresentou o projeto para a equipe da época, e eles aderiram à iniciativa. Quando comecei a coordenar, também mantive a ação e a realizamos até hoje”, comenta Cássia.

A coordenadora lembra que a ação é organizada por voluntários e depende de doações. O recurso para a compra dos brinquedos, de aproximadamente R$ 7.000, é conquistado por meio de parcerias com empresas e vendas de chinelos, copos, pizzas e camisetas que o Samu promove durante o ano.

“Não temos recursos para comprar um brinquedo caro, mas a intenção é levar a magia do Natal para as crianças e reunir as equipes da PMR, GCM, bombeiros e o Samu para que a população tenha mais proximidade com os serviços”, salienta Cássia

“Inicialmente, era um projeto só do Samu, mas fiz questão de incluir todos os serviços no projeto, para que todo mundo faça algo em prol da comunidade e possa interagir com a comunidade, e este é o terceiro ano de interação com as outras equipes de serviços”, completa.

As arrecadações para a campanha solidária tiveram início em junho, quando voluntários realizaram a “Pizza Solidária” e promoveram a venda de chinelos personalizados com a logomarca do projeto, para ajudar a levantar dinheiro para a aquisição de brinquedos.

A coordenadora conta que, para conseguir comprar os brinquedos de forma mais econômica, a organização do projeto adquire os itens em peças separadas e os voluntários fazem a montagem.

“Para economizar um pouco, como não tínhamos muito dinheiro, compramos o carrinho desmontado, só cheio com o plástico, e a gente que está fazendo a linha de montagem, colocando as rodas, os adesivos e tudo. Também estamos embrulhando as bonecas”, detalha Cássia.

Os carros doados são caracterizados com adesivos do Samu 190 e, neste ano, algumas unidades ainda recebem adesivos da Unimed, Grupo Moreno, Corpo de Bombeiros, PMR e GCM, parceiros do projeto.

“É um trabalho muito intenso, e tem situações que acabam até emocionando a gente, na hora da entrega. Aquele brinquedo de R$ 3, às vezes, é tudo o que criança vai ter, e ver a gratidão com que elas recebem o presente é tão significativo que isso compensa. Todo mundo trabalha muito, dá o sangue, fica até tarde trabalhando, mas o retorno é muito gratificante”, conclui.