O número de empregos formais foi negativo em Tatuí no primeiro mês de 2018, segundo dados divulgados pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e disponibilizados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Os números, divulgados na sexta-feira da semana passada, 2, apontam para uma variação absoluta negativa de 11 desligamentos a mais que as admissões.
Foram 667 contratações e 678 demissões durante o período, nos 4.774 estabelecimentos consultados. A cidade iniciou o ano com quase 25 mil empregados formais.
De julho a novembro de 2017, o município chegou a registrar cinco meses consecutivos com números positivos, contabilizando 309 novos empregos com carteira assinada. Mesmo assim, fechou o ano com saldo negativo de 389 demissões.
Segundo Luiz Antônio Voss Campos, diretor do Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) e assessor especial do gabinete da prefeita Maria José Vieira de Camargo, a queda é sempre esperada pelos técnicos em janeiro.
Voss analisa que, mesmo o Natal sendo um período muito esperado no mercado de trabalho, houve poucas lojas contratando no período.
“As empresas estão começando a aparecer e o mercado está começando a aquecer. Está chamando a atenção a busca de mão de obra e a função do PAT é buscar, visitar as empresas e oferecer a mão de obra”, argumentou o diretor.
O PAT também detectou aumento no número de pessoas que procuram o órgão em busca da recolocação no mercado de trabalho. Recentemente, em dois dias, mais de 600 senhas foram distribuídas para as vagas abertas pela Prefeitura para serviço de auxiliar de serviços gerais nas creches do município.
“A divulgação nas redes sociais, no jornal O Progresso e até na TV TEM gerado o aumento no número de pessoas – até da região – que nos procuram em busca de um emprego”, detectou Voss.
O retorno das atividades da Metalúrgica Rontan e as construções da Noma do Brasil são apontadas como principais meios para a retomada da geração de empregos na cidade.
“Estamos abertos a qualquer tipo de pedido. O PAT é uma ponte entre o desempregado e o empregador. Nós agimos junto ao Ministério do Trabalho para auxiliar as empresas e os trabalhadores”, completou.
Segundo Voss, a instabilidade na política nacional tem gerado maior cautela por parte do empresariado. “Está todo mundo na espreita. As empresas familiares, que até tinham um empregado, estão voltando a ser familiares”, sustentou o diretor.
Outro fator que influenciou os dados negativos do município seria o aumento da informalidade. Segundo o representante do PAT, com receio de não perder a oportunidade de entrar no mercado de trabalho, o cidadão acaba aceitando a contratação sem os devidos trâmites legais.
“Nessa relação, as partes correm muito risco. Se acontecer um acidente na empresa ou na casa, o jogo se inverte e a empresa vira refém da pessoa acidentada. Nós conversamos muito sobre isso”, salientou.
O PAT também ressalta a importância da qualificação profissional para a manutenção dos profissionais no marcado. Para isso, há sempre um estímulo para que os trabalhadores invistam tempo na melhoria da qualificação.
“A gente dá uma orientação, até estimulando para as pessoas voltarem a estudar. Temos uma parceria forte com o Departamento da Juventude, com o Gustavo Grando”, concluiu.
A queda nas contratações em Tatuí não acompanhou a variação positiva dos índices regional, estadual e nacional, que tiveram avaliação positiva no início do ano. Segundo o estudo, a região teve aumento de 217 empregos no início do ano, com mais de 2.145 pessoas contratadas.
O Estado de São Paulo também conseguiu formalizar mais contratações que demissões, com saldo positivo de 20.278 pessoas contratadas, com 389.345 novos empregos gerados e 369.067 demissões.
Antônio Carlos de Moraes, chefe da Agência Regional do Ministério do Trabalho em Tatuí, afirmou que os números locais foram uma surpresa e que esperava que houvesse, no mínimo, um empate entre contratações e demissões.
“Acredito que seja algo pontual. Nos próximos meses, teremos uma retomada. Muitas vagas temporárias são criadas em dezembro e os trabalhadores ficam um curto período de tempo na empresa”, argumentou Moraes.
O representante do ministério ainda apontou que a recuperação deve acontecer nos próximos meses e comparou os dados de Tatuí com uma cidade vizinha. “Itapetininga teve um saldo negativo muito maior do que Tatuí. Os números lá sempre foram melhores do que os nossos”, afirmou.
Puxada pelos números do Estado, o índice nacional também conseguiu fechar o mês em alta, com variação absoluta de 77.822. O Brasil registrou 1.284.498 novas admissões e 1.206.676 pessoas desligadas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa Pnad Contínua, 12,7 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil.