Da reportagem
O número de contratos de trabalho formalizados em Tatuí no mês de novembro superou o de demissões. Dados divulgados pelo Caged (Cadastro Gerald e Empregados e Desempregados), na última semana de dezembro, mostram 289 novos postos abertos no mercado formal no 11º mês.
O resultado, decorrente de 936 admissões e 647 demissões, é o melhor para o mês de novembro desde 2007 – início da série histórica do levantamento do órgão da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.
De acordo com Gustavo Grando – nomeado diretor do trabalho e desenvolvimento econômico neste mês de janeiro -, o saldo reflete uma tendência de crescimento já esperada para novembro.
“Passamos alguns meses em processo de recuperação dos empregos perdidos durante a crise e, agora, iniciamos a curva de crescimento”, afirmou o diretor.
Quatro dos cinco setores pesquisados criaram empregos formais no 11o mês do ano de 2020. A estatística foi novamente liderada pelo comércio, já no terceiro mês consecutivo, com a abertura de 140 vagas, advindas de 572 admissões e 232 desligamentos.
A atividade comercial é a terceira maior empregadora do município, com o estoque de 6.758 funcionários, 25,63% do total. O Caged aponta ter 26.361 trabalhadores no mercado formal, com carteira assinada.
Entre os subsetores da atividade econômica, o comércio varejista aparece no topo da lista dos que geraram empregos, com mais 76 vagas, advindas de 249 contratações para 173 demissões.
Em seguida, vem o setor de atacado (exceto recuperação de veículos automotores e motocicletas), com geração de 58 novos postos (96 admissões e 38 desligamentos), e, por último, o comércio de recuperação de veículos automotores e motocicletas, com mais seis vagas (27 contratações para 21 demissões).
O setor industrial aparece em segundo lugar, com 98 novos postos de trabalho, advindos de 261 admissões e 163 demissões. A atividade é a segunda maior do município, contando com 8.547 funcionários formalizados. O número representa 32,42% do total do estoque de 2020.
A indústria de transformação foi responsável por 254 contratações e 153 desligamentos, resultando em 101 novas vagas, enquanto seis admissões e nove demissões ocorreram na indústria de extrativas.
Em terceiro lugar, está o setor de serviços, com 79 postos de trabalho gerados em novembro – resultado de 270 admissões para 191 demissões. A atividade econômica é a maior empregadora da cidade e concentra 33,47% do estoque de empregos, com 8.825 trabalhadores.
Na análise entre os subsetores, o relatório mostra os serviços de alojamento e alimentação em primeiro lugar na lista dos que mais abriram postos de trabalho. Foram 32 vagas, advindas de 67 contratações e 35 desligamentos.
Em seguida, aparecem os serviços de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com mais 27 postos; informação, comunicação e atividades financeiras (imobiliárias e administrativas), com mais dez; e outros tipos de serviços (mais dez).
Na quarta posição dos que mais empregaram em novembro, está a construção civil. O setor abriu uma nova vaga de emprego formal – resultado de 25 contratações e 24 desligamentos. A atividade concentra 3,06% da mão de obra contratada, com 807 trabalhadores formalizados.
Na área de construção de edifícios, foram cinco novas vagas. Já o setor de construção de obras e infraestrutura fechou quatro postos e a atividade de serviços especializados da construção civil permaneceu sem contratações ou desligamentos.
Completa a lista dos setores a agropecuária. O grupo, que abrange agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, foi o único a obter saldo negativo em novembro, com oito admissões e 37 desligamentos (menos 29 postos).
A atividade econômica é a quarta maior contratadora do município e concentrou 5,4% do estoque de empregos do ano, com 1.424 funcionários formalizados.
Conforme Grando, a maior parte das contratações do 11o mês ocorreu por meio do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador). Até 31 de dezembro de 2020, ele ocupava o cargo de diretor do Cate (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo) e coordenador do PAT.
O diretor destacou ter recebido “alta demanda” no PAT nos últimos meses, informando que a indústria foi o setor que mais utilizou os serviços. Segundo ele, somente para a área industrial, foram formalizadas 150 contratações por meio do posto.
“Os números foram muito positivos. Em dezembro, as indústrias voltaram a realizar entrevistas e, em janeiro, o ramo da construção civil aumentou a procura por mão de obra. Hoje, o PAT conta com mais de cem vagas de emprego disponíveis, a maioria na construção civil”, acrescentou Grando.
O diretor ainda disse estar “muito confiante” com o resultado dos próximos meses e antecipou que o novo departamento, agora pertencente à Secretaria de Planejamento, Trabalho e Gestão Pública, está elaborando um programa de desenvolvimento para o município.
“É um programa amplo de desenvolvimento econômico, que devemos lançar nos próximos meses. Acreditamos que, com isso, novas empresas possam se instalar na cidade, gerando mais empregos e renda”, concluiu o diretor.
Saldo em 2020
Este é o sexto mês consecutivo em que o município tem saldo positivo na geração de empregos. Em outubro, foram gerados 498 postos de trabalho, advindos de 1.218 contratações e 720 desligamentos.
Em setembro, o mercado de trabalho já havia conquistado 360 novas vagas, decorrentes de 998 admissões e 638 demissões. Em agosto, a cidade gerou 459 novas vagas, advindas de 943 novos contratos para 484 desligamentos.
No sétimo mês, o saldo líquido entre demissões e contratações foi positivo em cem vagas, resultado de 549 contratações e 449 desligamentos; e, em junho, 91 vagas foram criadas, com 528 admissões para 437 demissões.
Os resultados obtidos nos últimos seis meses conseguiram compensar a perda de postos de trabalho ocorrida nos meses de abril (menos 590 vagas) e maio (menos 692) – os primeiros da quarentena, imposta devido à pandemia do novo coronavírus.
Em janeiro, 18 postos de trabalho acabaram fechados na cidade, com 937 contratações e 955 desligamentos. Em fevereiro, os números subiram, e 242 novas vagas foram geradas, advindas de 1.045 admissões e 803 demissões.
A tendência de saldo positivo foi mantida em março, com mais cinco postos de trabalho. Contudo, a queda no número de contratações e a alta das demissões em abril e maio contribuíram para que o saldo permanecesse negativo até setembro de 2020.
Com o resultado de outubro, o saldo do acumulado do ano voltou a ficar no azul, com 465 novas vagas. Já em novembro, o saldo saltou para 719 novos postos de trabalho, advindos de 8.711 contratações para 7.992 demissões.
Na soma de janeiro a novembro, três setores fecharam com saldo positivo: serviços, com a geração de 371 novas vagas; indústria, com mais 232; e comércio, com 184 postos. A construção civil fechou 62 vagas e a agropecuária obteve saldo negativo de seis postos.
Ainda segundo o levantamento, comparadas aos primeiros 11 meses de 2019, as admissões cresceram 3,14% e as demissões subiram 0,32%. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.
O resultado positivo também ocorreu no país. O Brasil criou 414.556 vagas com carteira assinada em novembro. O saldo é resultado de 1.532.189 admissões e 1.117.633 desligamentos.
O número é o melhor da série histórica da pesquisa, iniciada em 1992. Diante da sequência de dados positivos, o saldo acumulado em 2020 ficou positivo pela primeira vez e chegou a 227.025 postos de trabalho, criados de janeiro a novembro.
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