RAUL VALLERINE
Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Rubem Alves
Você se considera um bom ouvinte? Essa é uma questão interessante porque faz parte de uma das mais admiráveis qualidades que o ser humano pode conquistar.
O ato de ouvir exige humildade de quem ouve. E a humildade está nisso: saber, não com a cabeça, mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não vemos.
Para manter boas relações no ambiente social, trabalho e vida familiar, é fundamental saber escutar. Será que você tem essa capacidade desenvolvida tanto quanto necessita?
Se você parar para pensar, há uma série de provérbios que falam sobre a importância de saber escutar. Comunicamo-nos o tempo inteiro, mas poucas pessoas sabem, de fato, escutar.
Isso porque nem sempre é uma tarefa fácil; vai muito além de parar de falar e receber as palavras que estão sendo ditas pela outra pessoa.
O ser humano tende a gostar muito mais de dar opiniões do que de escutá-las. E um dos erros mais habituais é aproveitar o relato de uma pessoa para complementar com uma experiência própria, algo muito distante da definição de “saber escutar”. Isso acontece com você?
Quantas vezes, enquanto alguém te explicava algo, você estava escutando sua voz interior, pensando na resposta que você daria ou em outras coisas mais importantes para você naquele momento, como a lista da compra ou o que precisava fazer no fim de semana? Quando se comporta assim, tampouco está sabendo escutar.
Quando você se disponibiliza a escutar alguém é importante que esteja disposto a dedicar toda a sua atenção àquela pessoa durante alguns minutos.
Sem isso, você estará apenas ouvindo o que ela tem a dizer, de forma mecânica. Não estará atento ao significado das palavras, não notará as mudanças no tom de voz utilizado, nem será capaz de identificar sinais da linguagem não verbal.
São esses detalhes que tornam a comunicação mais efetiva. Além do mais, o interlocutor é capaz de notar a falta de interesse de quem escuta, e isso é o que debilita as relações, já que ninguém gosta de se sentir preterido.
O contato visual é um elemento indispensável para demonstrar atenção e uma postura receptiva.
Com certeza, você já se sentiu incomodado por estar falando com alguém e a pessoa estar olhando para o lado, para o chão, para o teto.
Isso acontece porque instintivamente associamos o desvio do olhar à falta de interesse.
Por isso, para ser um bom ouvinte, lembre-se de olhar para a pessoa enquanto ela fala. Não precisa encará-la fixamente, porque isso também incomoda. Será suficiente olhar para o rosto da pessoa enquanto escuta o seu relato.
Para ser um bom ouvinte é fundamental saber que o mais importante é o que está sendo dito, por isso não deve haver interrupções.
Você somente deveria fazer alguma pergunta se fosse para pedir detalhes do que está sendo dito. E, cada vez que fizer uma intervenção, que seja objetiva e produtiva.
Por isso, não escute tentando interpretar os fatos segundo os seus próprios padrões, porque isso poderia levar você a cometer um dos piores erros: banalizar a história do outro.
Se realmente escutarmos, a pessoa que fala sentirá que estão dando a ela a importância que ela merece, ficando agradecida e criando em si, dessa maneira, um clima de respeito, estima e confiança.
O ato de escutar é uma habilidade que exige abertura, transparência e vontade de compreender. O perfeito equilíbrio entre saber escutar e saber falar produz o diálogo. Devemos exercitar a habilidade de escutar!