Às 13h de segunda-feira, 13, a Santa Casa de Misericórdia abriu as portas para um novo setor. O único hospital a atender pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no município inaugurou a Central do Voluntariado. Trata-se de um espaço planejado a partir de determinação da prefeita Maria José Vieira de Camargo.
Em linhas gerais, o setor vai concentrar todos os trabalhos relacionados às doações que chegam à Santa Casa. Também terá condições – em breve – de traçar campanhas específicas para que haja captação de itens que estejam em falta.
As tarefas serão cumpridas por um grupo de cinco voluntárias. Entre elas, a bacharel em direito Yrisviviani Tavares. A equipe fará o cadastro de donativos por meio de um sistema informatizado, desenvolvido por Rafael Bruno Passarinho de Oliveira. Ele criou a programação voluntariamente e integra rede de colaboradores coordenada por Alessandra Vieira de Camargo Teles.
Conselheira do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade), Alessandra está à frente do projeto que marca uma nova frente na captação de recursos para o hospital. “Toda a ideia surgiu da prefeita. Ela queria ter o registro de todos os itens que chegam até a Santa Casa por meio de doação”, contou a coordenadora.
Basicamente, a central funciona em uma sala do prédio da Maternidade Maria Odete Azevedo. O espaço conta com uma mesa para reuniões e uma estação de trabalho, com computador e impressora. Lá, a equipe faz o contato com potenciais colaboradores, como empresários, profissionais liberais, representantes de clubes de serviços e membros de outras instituições.
De acordo com Alessandra, a central vai permitir ao hospital uma gestão mais profissionalizada e um controle das doações. Também, elevar a credibilidade da instituição hospitalar, resultando em novas e constantes colaborações.
Na segunda, a equipe começou os trabalhos pelo cadastro dos donativos já recebidos e dos que estão chegando ao hospital. As voluntárias fazem o registro, em um sistema online, de todos os itens repassados sem custos para a instituição. Os mais recorrentes são alimentos. Entretanto, a Santa Casa também recebe tintas, medicamentos e peças de vestuário para manter o atendimento.
Desde a segunda, os materiais que chegam ao hospital são cadastrados em software. O programa foi criado para, automaticamente, enviar um e-mail de agradecimento ao colaborador, pela ajuda recebida. E, em paralelo, acrescenta a nova informação a um banco de dados para controle de uso e dos donativos.
Como o sistema “roda” pela internet, o supervisor de tecnologia da informação explicou que tanto a prefeita Maria José, como a interventora da Santa Casa, Márcia Aparecida Giriboni de Souza, poderão ter acesso aos dados. A consulta pode ser feita em tempo real e de qualquer dispositivo com acesso à “web”.
“Elas poderão verificar de onde estão chegando as doações e como elas estão sendo administradas pela Santa Casa. Terão total acesso aos dados”, acrescentou.
Para Alessandra, esse tipo de registro permitirá à Santa Casa ter um controle maior com relação aos doadores contínuos, garantindo mais transparência sobre o que o hospital recebe. Com base nos dados, a equipe de intervenção poderá verificar quais são as necessidades em determinado período e, a partir delas, buscar saná-las junto a potenciais doadores e colaboradores.
De forma a maximizar ainda mais as doações, as voluntárias terão como atribuições contato com quem pode contribuir. Para tanto, o sistema conta com uma agenda, na qual serão inseridas algumas tarefas a serem executadas. Entre elas, ligações e solicitações para empresas, ou instituições.
As tarefas serão cumpridas pela equipe, segundo o que determina a lei do voluntariado. Os integrantes executarão as ações (cadastro de donativos, de doadores e contato com potenciais colaboradores) no período específico de quatro horas por dia. “Temos uma voluntária para cada dia da semana”, contou Alessandra.
Segundo o supervisor, o grupo terá tarefas programadas para cumprir. Uma delas é a tabulação de informações, com dados que incluem nomes de quem doa para a Santa Casa, o prazo de contribuição (de quanto em quanto tempo o colaborador envia ajuda) e por quanto tempo cada donativo é utilizado.
Passarinho acrescentou que novas funcionalidades poderão ser incorporadas ao sistema na medida em que o trabalho de registro avançar. “Nós não tínhamos esses dados. Agora, teremos os contatos das pessoas que contribuem. Antes, eles ficavam com uma pessoa, em uma agenda”, comentou.
O problema para a instituição era que, se a funcionária deixasse o emprego ou fosse desligada, nenhuma outra pessoa poderia reestabelecer contato com os colaboradores. “Quando alguém saía, levava com ela a agenda com os contatos. E o hospital ficava sem saber como procurar ajuda”, acrescentou.