Pelo menos sete bairros da zona rural da cidade registraram crimes entres os meses de setembro e novembro. O dado é de levantamento feito pela reportagem do jornal O Progresso e baseado em boletins de ocorrência registrados na Central de Flagrantes e disponibilizados para consulta da imprensa.
Nos três últimos meses, moradores do Congonhal de Baixo, Água Branca, Guardinha, Pederneiras, Caguaçu de Baixo, Mirandas e Enxovia de Baixo procuraram a Polícia Civil para informar casos de roubos e furtos. O último deles ocorreu na noite de quinta-feira da semana passada, 20, junto a um mercadinho.
Em depoimento, o proprietário do estabelecimento comercial situado no Congonhal de Baixo, um comerciante de 62 anos, disse que o local havia sido invadido por três bandidos. O crime ocorreu por volta das 20h30, quando o dono encerrava o expediente. A vítima disse que estava baixando a porta com a ajuda de uma balconista, de 31 anos, quando os criminosos se aproximaram.
Um deles portava uma arma em punho e ajudou os demais a forçar a abertura da porta. Dentro do comércio, o trio ordenou que as vítimas ficassem quietas. Em determinado momento, um dos criminosos se aproximou do caixa e retirou a quantia aproximada de R$ 500. Depois, os três fugiram.
Os criminosos são pardos, magros, têm estatura mediana e idades entre 16 e 22 anos. As vítimas relataram que um dos bandidos usava aparelho ortodôntico.
Ainda em novembro, um aposentado de 61 anos registrou furto ocorrido no sítio dele, no bairro Água Branca. O homem procurou a Polícia Civil às 12h05 do dia 6, dizendo que o crime poderia ter ocorrido entre outubro até aquela data.
Em depoimento, a vítima disse que reside em São Paulo e que havia sido avisado por um vizinho do furto. Conforme o proprietário, bandidos arrombaram, por duas vezes, uma das portas do sítio. Na última, entraram no local.
O dono disse que um vizinho teria ouvido barulhos vindos de dentro da propriedade em uma das ocasiões. Conforme ele, notando que teriam sido ouvidos, os criminosos saíram “sem concluir o furto”, deixando um par de chinelos.
No Enxovia de Baixo, na madrugada de 23 de outubro, bandidos furtaram um transformador de energia elétrica e 40 metros de fios elétricos. O proprietário, um agricultor de 30 anos, afirmou que os objetos estavam em uma “casinha”.
A vítima notou o sumiço do transformador e dos fios na manhã do mesmo dia. Conforme o agricultor, para entrar no local, os bandidos quebraram portas e danificaram cercas.
No início de outubro, uma empresa de telecomunicação também registrou furto de fiação. Um representante da companhia informou em boletim de ocorrência que criminosos removeram 304 metros de cabo CA 65×50 que estavam instalados na rede que passa pela estrada municipal do bairro Guardinha.
A empresa tomou conhecimento do crime no dia 2, seguinte à invasão. Ela também providenciou a reposição dos cabos, após identificar a interrupção do serviço.
No dia 2 de outubro, um aposentado de 71 anos prestou queixa de invasão. Ele afirmou que desconhecidos teriam entrado em sua propriedade no bairro Pederneiras, na madrugada do dia 1o, e revirado pertences que estavam no imóvel.
O aposentado declarou, também, que não havia notado sumiço de “nenhum objeto”. De acordo com ele, bandidos entraram na propriedade por meio de janelas. Elas haviam sido fechadas apenas por tramelas (trancas moldadas em madeira).
O segundo caso mais grave registrado em zona rural do município ocorreu no bairro dos Mirandas. Um pedreiro de 32 anos teve a casa invadida na tarde do dia 5 de outubro, por dois homens – não identificados. A dupla também rendeu o proprietário quando ele retornava para o imóvel, por volta das 16h30.
A vítima disse à PC que percebeu que havia pessoas no interior da casa, mas não teve chance de “fazer algo”. Um dos criminosos o rendeu e o levou para dentro do imóvel. Lá, o pedreiro passou a ser questionado pelos assaltantes que teriam lhe perguntado a respeito de alguém conhecido como “verdureiro”.
O proprietário disse que não tinha conhecimento de quem se tratava e contou aos criminosos que trabalhava como pedreiro. De acordo com a vítima, ao receber a resposta os bandidos teriam dito que haviam recebido “a fita errada”.
Na sequência, deixaram o imóvel levando um videogame Xbox 360, modelo slim, com controles, cabos e jogos, um Samsung Galaxy S3, preto, e R$ 400. A dupla entrou em um Honda Civic, cor chumbo. Conforme a vítima, veículo semelhante teria sido usado para assaltar várias casas no bairro.
O pedreiro descreveu um dos bandidos como tendo 1,80 metro de altura é magro e usa tatuagem tribal no braço direito. O outro é “mais baixo, mais escuro e mais forte”.
Também em outubro, duas residências localizadas numa mesma rua, no bairro Quadrinha, viraram alvo de bandidos. Numa delas, não houve furto de objetos. O proprietário, um pedreiro de 30 anos, disse que um vizinho espantou um bandido.
O criminoso teria pulado na propriedade por volta das 22h do dia 19 e, ao ser visto, fugido. Conforme o dono, o ladrão entrou no imóvel pelo muro dos fundos.
Da outra casa, de um funcionário público municipal, criminosos levaram 50 metros de fio elétrico e uma furadeira. A vítima registrou a ocorrência no dia 20 de outubro, informando que ladrões entraram no local no dia 2 do mesmo mês.
O oitavo crime registrado em área rural ocorreu no quilômetro 127 da rodovia Antonio Romano Schincariol (SP-127). No trecho, criminosos renderam um motorista de uma caminhonete e levaram R$ 4.074 em dinheiro, proveniente de entrega de mercadorias (refrigerante produzido por empresa de Tatuí).
Conforme o motorista, de 29 anos, dois bandidos se aproximaram do veículo às 16h, do dia 17. Eles renderam o condutor e um ajudante, de 20 anos. Os criminosos ocupavam uma moto Honda GC, modelo 150 cilindradas, preta.
A dupla interceptou a caminhonete que voltava de entregas de mercadoria (refrigerantes) que haviam sido feitas em Itapetininga. Num determinado trecho da rodovia, o garupa da moto apontou arma para o motorista e o obrigou a parar.
No acostamento, eles pegaram uma bolsa com o dinheiro relativo às vendas e notas fiscais. As vítimas não conseguiram detalhar características dos criminosos.
Já em setembro, um aposentado teve a bomba d’água de seu poço artesiano furtada. O crime ocorreu no dia 28 daquele mês, em um sítio no bairro Gaguaçu de Baixo.
A vítima relatou que o equipamento sumiu dias depois de cinco gansos terem sido levados da propriedade. O aposentado afirmou, ainda, que não sabia informar se os animais haviam escapado ou furtados, uma vez que teria recebido notícia de que diversas residências pelo bairro estavam sendo invadidas.