Da reportagem
Dois meses após a inauguração da segunda planta, a REVolution do Brasil anunciou expansão das atividades em Tatuí. A empresa, descrita como a “maior no setor de adaptação veicular da América Latina”, ganhará uma unidade de sistemas de peças metálicas, ampliará a capacidade de produção e o número de funcionários.
O investimento é de R$ 2 milhões, informou a O Progresso de Tatuí o CEO da companhia, Flávio Medrano de Alamada. “Nós vamos, dentro da planta atual, montar uma unidade. É um departamento da empresa e não uma nova fábrica. Houve uma confusão”, declarou ele, referindo-se a notícias veiculadas na imprensa nesta semana.
Alamada explicou que a criação de uma nova planta exigiria, por exemplo, a obtenção de um novo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), ou mesmo autorizações de órgãos competentes. A estratégia da empresa, no entanto, é mais adequada para os planos de atender à demanda do mercado, que está aquecida.
A REVolution tem sede em Sorocaba e chegou ao Brasil há seis anos, atuando no ramo de veículos especiais. Além de ambulâncias, trabalha com transformação e adaptação de viaturas para uso policial, frotas de transporte, caminhões especiais, veículos para combate a incêndios, lazer personalizado, motocicletas especiais e blindagens.
Até o ano passado, a companhia fazia parte da REV Group Brasil, pertencente à REV Group International, uma subsidiária da REV Group Inc. Em agosto de 2021, a REVolution do Brasil passou para as mãos da Aetreum Holdings, um fundo norte-americano de investimentos multiestratégia.
Em Tatuí, a REVolution iniciou as atividades há quase quatro meses, conforme Alamada. A inauguração oficial, no entanto, aconteceu em 23 de março, em solenidade com o prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior, o representante dos investidores norte-americanos, Hans Bukow, secretários municipais e vereadores.
Na ocasião, a previsão era de geração de 300 empregos diretos, com a possibilidade de chegar, em médio prazo, a 700 trabalhadores.
A ampliação na unidade “caçula” do grupo deve resultar na criação de 25 novos postos de trabalho. São vagas a serem preenchidas por mão de obra já treinada, uma das razões que levaram a companhia a decidir-se pela expansão no município. Conforme Alamada, Tatuí “tem um histórico de mão de obra especializada no ramo de adaptação e transformação de veículos. Tem tradição”, acentuou.
A previsão é de que os novos trabalhadores possam ser incorporados à empresa ao final do ano, quando acontecerá a expansão. O projeto divulgado pela companhia não conta com metragem, pois consistirá em uma adequação da área interna do galpão de produção já existente e não construção.
Apesar de considerado pequeno – para o setor automobilístico –, o investimento na planta de Tatuí permitirá à empresa atender aos contratos. “Nós somos especializados em adaptação de viaturas, de bombeiros, policiais. E os governos estão precisando renovar as frotas”, argumentou o executivo.
Alamada explicou que a expansão dará suporte à produção, a qual, pelo menos neste primeiro momento, não focará na transformação de veículos elétricos.
A expansão da empresa, embora uma decisão de acionistas, será viabilizada no município a partir de entendimentos com o poder público.
“A administração municipal tem interesse em ampliar as atividades industriais e viu a oportunidade com a instalação da empresa no começo do ano”, contou o secretário municipal da Fazenda e Finanças, Aniz Eduardo Boneder Amadei.
Segundo ele, o motivo é que o município dispõe de mão de obra de “alta qualidade”, considerando o histórico de operações da Rontan Eletrometalúrgica. Amadei reforçou que o fato de a cidade dispor de trabalhadores qualificados favoreceu muito a instalação e a ampliação das atividades.
O secretário também informou que a REVolution ainda não havia solicitado benefícios pelo Pró-Tatuí, programa de incentivo ao desenvolvimento econômico e social.
“Eles entraram em Tatuí independentemente de concessão”, disse. O programa ainda está em vigor no município e, atualmente, passa por fase de atualização dos membros do conselho que aprovam pedidos.
Ainda não há uma previsão em termos de arrecadação para o município, uma vez que a empresa ainda não tem seis meses de atividade.
Amadei explicou que a prefeitura terá condições de analisar a arrecadação a partir da devolução de parte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Entretanto, o secretário avalia que a expansão da atividade industrial – ainda que pequena – impactará positivamente as contas públicas.
“Cada indústria do município, além da questão da geração de emprego e renda, recolhe tributos em favor do município, estado ou União. A prefeitura recebe parte desse valor, e isso compõe uma parcela muito importante da nossa receita”, declarou.
Por meio de rede social, o prefeito mencionou a expansão da companhia. Disse que a ampliação traz “desenvolvimento, mais empregos e geração de renda”.