Réu é condenado a quatro anos por matar jovem utilizando soco-inglês

Crime aconteceu no ano de 2018, em um posto de combustíveis de Tatuí

Da reportagem

Pablo Hernandez Franson, acusado de matar um jovem de 26 anos com um soco-inglês, foi condenado a quatro anos em júri realizado no fórum de Tatuí. O julgamento ocorreu na terça-feira, 28 de junho, e teve quase cinco horas de duração.

De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Franson foi condenado por lesão corporal seguida de morte. Ele cumprirá a pena em regime inicial aberto.

Segundo a investigação, o crime ocorreu durante uma discussão em frente a um posto de combustíveis localizado na rua 11 de Agosto, dia 21 de julho de 2018, por volta de 4h30.

Uma câmera de segurança registrou o momento em que Franson atinge João Paulo Provazi Vieira com o soco-inglês. Com o impacto, o jovem cai desacordado e é encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia.

De acordo com Mariana Rodrigues, irmã da vítima, o desentendimento começou depois que o jovem bateu em uma moto. O rapaz chegou a pedir desculpas, mas foi repreendido por um grupo de pessoas que estava no local, afirmou a parente.

Após 15 dias do ocorrido e fazendo tratamento médico, Provazi Vieira morreu por conta de traumatismo craniano – fato comprovado pelo laudo necroscópico, que o caracterizou como hemorragia intracraniana decorrente de fratura de crânio por objeto contundente

O ocorrido

Segundo informações constadas nos autos de acusação, a namorada da vítima disse que saía da loja de conveniência de um posto de combustíveis quando notou que uma briga já estava ocorrendo do outro lado da rua, entre o namorado dela, o réu e outras pessoas, “em razão de uma manobra de estacionamento de um veículo que tocou e derrubou a motocicleta do ofendido”.

A testemunha ainda afirma ter visto quando um amigo do réu deu um empurrão na vítima, enquanto Franson teria ido por trás e desferido o soco. “Tudo foi muito rápido, parecendo que alguém entregou um objeto para Franson antes do soco”, é constado nos autos. Os agressores ainda não teriam socorrido a vítima.

No interrogatório judicial, o réu negou o crime, dizendo ter apenas tocado na motocicleta da vítima enquanto tentava estacionar o veículo dele em uma vaga apertada.

Em razão disso, sustenta, “desceu do carro para conversar, mas foi surpreendido (pela vítima) e por pessoas muito nervosas, que passaram a proferir ameaças e buscar briga”.

Em certo momento, segue o acusado no testemunho dele, a vítima teria desferido golpes de capacete nele e no amigo, levando-o a revidar, “por reflexo, com um soco no rosto” de Vieira.

Em razão disso, ele disse acreditar que o trauma sofrido pela vítima se dera pela queda no chão e não pelo golpe aplicado. Também argumentou que “não tinha a intenção de matar a vítima e não usou qualquer soco-inglês”.

A acusado ainda registrou no depoimento que, logo depois do ocorrido, “foi orientado por guardas municipais a ir embora do local, pois havia um tumulto muito grande”.

Ainda segundo dados dos autos, no depoimento de dois guardas municipais, eles narraram que estavam próximos ao local e, então, ouviram um barulho de briga generalizada, “sendo difícil compreender o que acontecia”.

Eles foram até o ponto da briga e no local, dizem ter visto a vítima caída no chão, com sangue na cabeça e socorrida por populares e amigos. “Do outro lado, havia uma aglomeração, com pessoas munidas de garrafa para agredir o réu e seu amigo”, seguem os GCMs. Ao questionaram os envolvidos, então, descobriram que a vítima havia levado um soco.

Franson e o amigo foram revistados, mas nada de ilícito foi encontrado em poder deles. Os dois acabaram retirados do local “para evitar que a situação ficasse ainda pior, pois havia risco de linchamento”, conforme os guardas.

Durante o socorro, a vítima ainda tentou se levantar da maca, mas foi impedida e orientada a falar sobre o ocorrido perante a autoridade policial depois do atendimento médico.