Raymundo Farias de Oliveira
No profundo silêncio
da tarde vazia
o vento cochichava com as folhas
no vasto arvoredo da praça.
Passarinhos festeiros
gargalhavam sem parar…
Não sei o que o vento lhes confidenciava
naquele momento
mas desconfio que riam de mim
Riam dos meus sonhos
Riam de minha nostalgia
Riam de meus versos livres
Então vi minha rua antiga
vestida de belo calçamento.
Mas não se ouvia mais
o longo apito do trem alegre.
Tudo tão diferente…
E a menina do meu tempo
tinha ido embora!