Os resultados das eleições municipais realizadas no domingo, 2, e divulgadas na noite do mesmo dia pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), repercutiram na sessão ordinária da Câmara Municipal. No encontro da noite de terça-feira, 4, o assunto virou tema de pronunciamentos de 9 dos 17 parlamentares.
Os edis ocuparam a tribuna em dois momentos: na discussão de requerimento (apenas um integrou a pauta da ordinária, que terminou sem votação de projetos) e no uso da palavra livre. Os vereadores divulgaram uma espécie de balanço dos trabalhos realizados no período de três anos e dez meses.
Eles também desejaram sorte aos reeleitos e eleitos pela primeira vez e citaram que atuarão na fiscalização do novo governo a partir de 2017. Três vereadores acrescentaram críticas à atual administração. Desses, dois reclamaram de divergências na disputa eleitoral (entre agosto e outubro).
Primeiro a se pronunciar, Oswaldo Laranjeira Filho (PT) elogiou o trabalho realizado dos colegas da 16ª Legislatura. Concorrente à reeleição, o vereador não conquistou votos suficientes para continuar na cadeira. Ele recebeu 396 votos neste ano. Em 2012, obtivera 878 votos.
No pronunciamento, o edil disse que a composição da Câmara deu exemplo de responsabilidade, uma vez que os vereadores não aprovaram aumento salarial para si próprios neste ano. “Não vou falar aqui sobre quem ganhou ou perdeu. Todos nós ganhamos de alguma forma”, declarou.
Reeleito com 1.288 votos, Alexandre de Jesus Bossolan (PSDB) parabenizou os candidatos que trabalharão a partir de 2017 no Legislativo. Citou, entre eles, João Éder Miguel (PV), filho do vereador Job dos Passos Miguel (PTB).
Base da prefeita eleita Maria José Vieira de Camargo (PSDB), o tucano declarou que o partido “vai virar a página da política local”, referindo-se a divergências partidárias. Bossolan registrou embates com o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu (PMDB). O parlamentar chegou a falar em perseguições.
Para ele, os resultados das votações para o Executivo e o Legislativo são uma “resposta do povo”. O parlamentar cumprimentou os colegas reeleitos e os que não conseguiram votação suficiente para continuar na Casa de Leis. Também reclamou de condições divergentes entre os concorrentes.
Terceiro a falar, Antônio Marcos de Abreu (PP) agradeceu aos eleitores pelos votos recebidos. Ele tornou-se o segundo candidato mais votado em 2016, com 1.617.
Na tribuna, Abreu parabenizou Maria José pela eleição e considerou o resultado “uma demonstração de que a população ansiava por mudança”.
Ainda sobre as eleições, Luís Donizetti Vaz Júnior (PSDB) citou que elas garantem direitos à população, na medida em que permitem a ascensão de quem o povo escolhe.
Falou sobre a eleição do filho do colega de Câmara (o único dos novos eleitos que compareceu à ordinária pós-votação) e declarou que vai fiscalizar a Prefeitura independentemente do partido que a governará.
O tucano lamentou a não reeleição de Márcio Antonio de Camargo e declarou esperar que Maria José ouça críticas e a população.
Mencionado pelo colega, Camargo também falou sobre o processo eleitoral. Ele ocupou a tribuna por duas vezes. Na primeira, para dizer que terá “tristes recordações do pleito”. O vereador afirmou que concorrentes “desrespeitaram regras” e que alguns deles “passaram dos limites”.
Conforme o parlamentar, cabos eleitorais teriam agredido o filho dele. O episódio teria ocorrido no domingo, na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) “Magaly de Almeida Azambuja”, no Jardim Santa Rita de Cássia.
Na tribuna, Camargo falou que sofreu perseguições, chegou a mencionar “tortura psicológica” e completou afirmando ter ficado “muito feliz com o resultado do pleito”.
Disse, também, que não comprou votos e que terminará o primeiro mandato (ele já havia ocupado assento como suplente) de “cabeça erguida”.
Ao ir à tribuna pela segunda vez, Camargo mencionou a votação recebida em 2008 (de 1.149 votos) e em 2012 (quando teve 1.263 votos), acrescentando que voltou a concorrer porque queria ser útil ao município e “não só usufruir do cargo e encher linguiça”.
Carlos Rubens Avallone Júnior (PMDB), que não concorreu à reeleição, desejou “sucesso e sabedoria” aos que venceram o pleito. Também afirmou que, mesmo fora da Câmara, poderá continuar trabalhando por Tatuí. “Não precisa estar presente para fazer serviço à comunidade”, declarou.
O peemedebista desejou sucesso à prefeita eleita e disse esperar que ela consiga “fazer com que as coisas melhorem”, além de adotar medidas administrativas “para o bem da comunidade, ainda que elas sejam impopulares”.
Job dos Passos Miguel dirigiu palavras ao filho eleito e Valdeci Antonio de Proença (PTN) agradeceu aos eleitores pela “vitória expressiva” (com 1.787 votos).
Presidida pela vereadora Rosana Nochele Pontes Pereira (PP), a sessão teve aprovação de um único requerimento. No documento, assinado por Laranjeira, há pedido de implantação de lombada na rua Roque Bueno de Miranda, no São Conrado.
Ao final do encontro e antes de encerrá-lo, a vereadora desejou sucesso aos eleitos.