O Conservatório de Tatuí promove neste sábado, 2, concerto especial pelo Dia de Finados. Coro e Orquestra Sinfônica se unem para apresentar o “Réquiem” – a “Missa dos Mortos” –, do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart. O concerto será no teatro “Procópio Ferreira”, às 20h, com entrada gratuita. Os ingressos já podem ser retirados na bilheteria do teatro.
De acordo com o maestro Edson Beltrami, esta foi a última peça escrita por Mozart e é considerada uma de suas melhores e mais famosas obras.
“O ‘Réquiem em ré menor (K. 626)’ é uma missa fúnebre, encomendada a Mozart pelo conde Franz von Walsegg após a morte de sua esposa Anna, então com 20 anos de idade. A obra foi deixada incompleta, devido à morte de Mozart, em 5 de dezembro de 1791, sendo completada posteriormente pelos amigos e discípulos do compositor: Franz Xaver Süßmayr, Joseph Leopold Eybler e, possivelmente, Franz Jacob Freystädtler”, explica.
Anna Walsegg faleceu em 14 de fevereiro de 1791. Em julho do mesmo ano, bateu à porta de Mozart um desconhecido que desejava uma missa de réquiem para o memorial da falecida esposa, mas o conde planejava dizer que fora ele o autor da obra – por isso o anonimato.
Recusando-se a se identificar, o mensageiro encarregou Mozart de compor um réquiem em ré menor, deu-lhe um adiantamento de 50 ducados e avisou que retornaria em um mês, com outros 50.
Pouco tempo depois, Mozart foi convidado a escrever a ópera “A Clemência de Tito”, para festejar a coroação de Leopoldo II. Quando subia com a esposa Constanze na carruagem que os levaria a Praga, o desconhecido abordou-o outra vez, perguntado pela encomenda.
Mozart, então, teria prometido completá-la assim que voltasse da viagem. Todavia, conseguiu terminar apenas poucas partes do “Réquiem” antes da morte.
“Cinco dias após a sua morte, em 10 de dezembro de 1791, o ‘introit’ do ‘Réquiem’ foi tocado em um serviço memorial para o próprio Mozart, na igreja de Miguel Arcanjo, em Viena, tendo quase toda sua orquestração completada, provavelmente, por Franz Jacob Freystädtler”, acrescenta Beltrami.
O concerto terá a participação dos solistas Marcos Baldini (sopranista e regente convidado do Coro do Conservatório de Tatuí), Érika Andrade (soprano), Ramon Mundim (tenor) e Vitor Mascarenhas (barítono). Além do “Réquiem”, a Orquestra Sinfônica apresentará a “Sinfonia nº 40, em sol menor (KV. 550)”, também de Mozart.
O Coro Sinfônico do Conservatório de Tatuí foi criado em 1988. É formado por alunos e professores-monitores da instituição e o único bicampeão do Mapa Cultural Paulista – tendo vencido as edições de 2001/2002 e 2007/2008.
A Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí foi fundada em 1985 para dar suporte à performance dos estudantes da área de cordas sinfônicas da instituição.
Também formada por alunos e monitores, o grupo garante ampla experiência de se executar o repertório sinfônico, além de ser uma prévia do que os músicos encontrarão no mercado de trabalho.
O maestro Edson Beltrami é formado em Flauta transversal pelo Conservatório de Tatuí, vencedor de mais de uma dezena de concursos. Atuou por mais de dez anos como primeira-flauta solo convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e já se apresentou, como flautista e maestro, nos mais importantes palcos do Brasil e do exterior.
Desenvolve também intensa carreira como compositor, tendo obras editadas e publicadas nos Estados Unidos. Por 20 anos, foi regente da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório de Tatuí, onde agora coordena a Orquestra Sinfônica e responde como assessor artístico.
Érika Andrade
Atriz pelo Conservatório “Carlos Gomes”, de Campinas, e bacharel em canto lírico pela Universidade Estadual de Campinas, trabalhou com grandes nomes do cenário musical, como KathynHartgroove (USA), Hanz-Peter Schurz (Alemanha) e Isaac Karabtchevsky. Entre diversas premiações e honrarias, atua como cantora, orientadora vocal, produtora, atriz e dubladora.
Marcos Baldini
Iniciou estudos de canto lírico no Conservatório de Tatuí, sob a orientação de Angelina Colombo Ragazzi, sendo o primeiro sopranista a ingressar neste curso da instituição.
Em 2006, ganhou o primeiro lugar no II Concurso de Canto, realizado pelo Conservatório de Tatuí, além de conquistar o prêmio de “Melhor Intérprete de Música Brasileira”, tendo ao júri a professora doutora Ângela Barra e os compositores Sérgio de Vasconcellos-Corrêa e Edmundo Villani-Côrtes.
Em 2009, foi convidado pelo maestro Rodrigo de Carvalho a integrar o elenco da ópera “Dido e Enéias”, de Henry Purcell, que marcou a criação do Departamento de Ópera do Conservatório de Tatuí, sob a direção cênica de Marcelo Cardoso Gama.
Vitor Mascarenhas
Barítono, nascido na capital paulista, iniciou os estudos como cantor em 2014, com Edna de Oliveira. Foi membro da Academia de Ópera do Theatro São Pedro, onde participou como solista da produção da ópera “Gianni Schicchi”, de Giacomo Puccini na temporada de 2017.
Aos 21 anos, entrou para o Ópera Studio do Theatro Municipal de São Paulo, onde atualmente participa de produções como “Missa”, de Leonard Bernstein, o programa “Meu Primeiro Municipal”, além de montagens de óperas, como “L’elisir D’amore”, “Cosìfantutte”, “La Scala di Seta” e “Hänsel und Gretel”.
Também participou como solista de grandes produções do Theatro Municipal de São Paulo, como “O Barbeiro de Sevilha”, “Turandot”, “La Traviata” e “Der Rosenkavalier”.
Ramon Mundin
Iniciou os estudos musicais com Lucilia Costa e formou-se, no Conservatório W. Mozart (Ribeirão Preto). Foi membro do Coro de Ópera da Cia Minaz e Ópera Estúdio (curta), onde participou de diversas montagens.
Atualmente, é membro do Opera Studio, do Theatro Municipal de São Paulo, e bacharelando em canto na classe do professor doutor Ângelo Fernandes, pela Unicamp, além de integrar o Coro Contemporâneo de Campinas. Já recebeu diversas premiações, nacionais e internacionais.