Da reportagem
O número de casamentos no Cartório de Registro Civil de Tatuí diminuiu 20,64% de janeiro a setembro deste ano no comparativo com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Portal da Transparência do Registro Civil.
De acordo com o órgão, mantido pela Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), com dados da CRC (Central de Informações do Registro Civil), nos primeiros nove meses de 2019, foram realizadas 591 cerimônias e, neste ano, ocorreram 469 no mesmo período.
De acordo com Fernando Sueji Muta, oficial de registro civil do cartório tatuiano, as determinações de isolamento social, devido à pandemia do novo coronavírus, influenciaram no número de cerimônias.
O levantamento aponta que o ano de 2020 começou com aumento na oficialização das uniões civis. Em janeiro, ocorrem 76 celebrações, mesmo número registrado no primeiro mês do ano passado; já fevereiro, houve salto de 59 para 65; em março, de 71 para 74; e em abril, de 43 para 50.
Muta explica que, embora a quarentena (determinação de isolamento social para enfrentamento à pandemia) tenha sido decretada em março, os casamentos realizados entre os três meses (fevereiro, março e abril) já haviam sido agendados antes do anúncio da primeira notificação de Covid-19 na cidade.
“Como é preciso marcar com antecipação, essas cerimônias já estavam marcadas e, em 90% dos casos, os casais não desistiram. Os casamentos foram realizados normalmente, mesmo com o cartório funcionando em meio período”, argumentou o oficial.
O número de uniões civis começou a cair em maio, passando de 78 casamentos em 2019 para 67 neste ano (menos 14,10%). Em junho, a queda chegou a 46,8%, passando de 64 para 34 cerimônias.
Na comparação mensal entre os dois anos, a maior queda ocorreu em julho, passando de 63 cerimônias em 2019 para 20 neste ano – o que representa redução de 68,25%.
Em agosto, o número de cerimônias subiu para 35, mas, ainda assim, ficou 50,7% menor que no ano passado, quando foram registradas 71 uniões civis. Já em setembro, 48 casais oficializaram a união, contra 66 em 2019 (menos 27,27%).
Segundo Muta, outro fator que influenciou na queda do número de uniões civis é a suspensão dos casamentos religiosos – as igrejas, católicas e evangélicas, não realizaram cerimônias nos primeiros meses da pandemia.
“Ficamos praticamente seis meses sem registrar nenhum casamento religioso com efeito civil. Agora, é um ou outro que a gente está registrando. Mas, durante este período, como a igreja não fez nenhum casamento, isso, com certeza, afetou na quantidade”, acrescentou o oficial.
Na avaliação de Muta, nos próximos meses, os números devem aumentar. Com a entrada na fase amarela do Plano São Paulo de retomada econômica, em julho, o cartório voltou ao expediente em horário comercial e, nos últimos dias, a procura está aumentando aos poucos.
Segundo ele, o cartório já chegou a atingir o mesmo nível de atendimento registrado no começo do ano, antes da pandemia. Ele enfatiza que os casamentos continuam sendo realizados, contudo, há novas regras para as cerimônias.
Para evitar os riscos de contaminação pelo novo coronavírus, o local adota medidas de prevenção, como a obrigatoriedade do uso de máscaras pelos funcionários e pelo público, assim como higienização das mãos com álcool em gel, distanciamento de horários das celebrações de casamento e restrições do número de pessoas.
“Agora, recebemos apenas os noivos, os padrinhos (no máximo dois casais) e um fotógrafo. Todos têm entendido a situação e mantido os protocolos exigidos. Eu achava que alguns pudessem resistir ao fato de ter que tirar fotos de máscara, mas os casais estão sendo bem conscientes”, concluiu o oficial.