Muitos professores durante sua prática em sala de aula dizem que estudar não é o único mas, seguramente, o melhor caminho para alcançar o sucesso. Mas, o que é sucesso? O sucesso, de forma concisa, está atribuído ao êxito pessoal e material a ser conquistado ao longo da trajetória de vida do indivíduo. O sucesso não é, propriamente dito, a felicidade, pois esta é relativa e depende de circunstâncias culturais, mas, sim, o prazer em conquistar o reconhecimento e o respeito da e na sociedade. É o passo a passo na obtenção do êxito em todos os níveis da existência humana. A meritocracia está no percurso desempenhado e não no final da caminhada. Trilhar é mais importante que chegar.
Neste ponto de vista, a Educação exerce fundamentalmente o elemento essencial da trajetória de vida do indivíduo na busca do sucesso. E o que é Educação? Entende-se por Educação, numa dada perspectiva, o somatório de valores adquiridos durante a vida. Certos valores éticos e morais são oferecidos e desenvolvidos no ambiente familiar – independente do arranjo familiar existente; outros valores surgem e se transformam com a observação atenta da realidade circundante, ou seja, aprender com o mundo; e, por fim, a escola.
A escola e o professor não são os redentores dos desígnios do planeta, não são salvadores da humanidade desesperada e à beira do caos. A escola participa de uma parte da Educação, porém, muito importante.
A reprodução em ambientes escolares dos currículos clássicos não basta na relação ensino/aprendizagem. O currículo clássico que historicamente faz parte do programa curricular da escola não deve ser o único objeto de aprendizagem numa sala de aula. Os interlocutores, isto é, os alunos se transformaram com o tempo e diante do conjunto de avanços tecnológicos. Tudo está mais intrincado e complexo nesta relação. A visão de mundo nesta segunda década do século 21 é muito diferente daquela do pós-guerra ou do último decênio. Além disso, o conteúdo dos componentes curriculares escolares são facilmente acessados através dos livros didáticos ou da Internet com um simples toque na tela, por exemplo. Claro, o professor se transformou num grande mediador entre o conhecimento a ser ensinado e a forma de aprender o conteúdo curricular tradicional.
O aluno necessita rever velhas e construir novas narrativas, desenvolver mais percepções sobre a vida, o mundo e o universo. E, por conta destas demandas, a escola precisa se ajustar e os professores são imprescindíveis no curso deste processo. Os conteúdos programáticos clássicos são indispensáveis para a formação do indivíduo como um todo, o importante diferencial está na construção de alguém capaz de ser agente e protagonista das transformações que o mundo político, econômico, social, cultural e ambiental precisa.
Crianças, adolescentes e jovens são os personagens principais de um novo contexto global. Precisam estar preparados e motivados para desempenharem seus papéis. As narrativas e as percepções adquiridas ou aprendidas irão moldar o futuro de todos.