‘Rearranjo’ deverá ser feito na Educação

 

O ensino municipal oferecido pela Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Turismo caminha para “rearranjo”. Pelo menos para os alunos que estudam em três unidades localizadas na região do Jardim Santa Rita de Cássia.

Durante a reunião de transição de governo – a terceira temática de um total de 13 – realizada na tarde de quarta-feira, 30, a titular da pasta, Ângela Sartori, sugeriu à futura responsável pela área, professora Marisa Aparecida Mendes Fiusa Kodaira, a realocação dos alunos que frequentam as escolas.

A ideia é dividir os estudantes para “desafogar” a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) “Magaly Azambuja de Toledo”, no Santa Rita, que tem média de 900 alunos. Parte dos estudantes deve ser absorvida pela nova Emef inaugurada pela Prefeitura no bairro Tanquinho em setembro deste ano.

A intenção é que a nova unidade trabalhe em conjunto com a “Magaly” e a escola “Alan Alves de Araújo”, também no Tanquinho. Antes, a futura secretária disse que será preciso “verificar a origem do alunado”. “Vamos ter que fazer isso”, antecipou.

A unidade seria um dos espaços visitados pelos participantes do encontro. Entretanto, em função de compromissos assumidos com o Ministério Público e particulares, os membros da equipe da prefeita eleita Maria José Vieira de Camargo não puderam realizar o itinerário.

O roteiro incluía as unidades na região mais populosa da cidade e a sede própria da Secretaria da Educação.

Na reunião, Ângela revelou que os planos do Executivo eram de atender todos os anos do ensino fundamental em uma mesma escola (a inaugurada neste ano). De acordo com ela, a busca por vagas do 1o ao 9o ano deve aumentar a partir do ano que vem, com a entrega de casas do Residencial Vida Nova Tatuí.

“Já temos uma demanda muito grande no bairro. Com as novas famílias que estão lá (645 unidades foram entregues em novembro), ela ficará enorme”, disse Ângela.

Inicialmente, o Executivo pensou em atender alunos do segundo ciclo do ensino fundamental (do 5o ao 9o ano) no período da manhã. Os do primeiro (do 1o ao 4o ano) frequentariam a unidade do Tanquinho no período da tarde, conforme a atual secretária.

Para Marisa, o assunto deve ser discutido “mais profundamente” com os pais do alunado. A futura titular da pasta disse que o problema da região se concentra, especialmente, na “Magaly”. A unidade tem classes com grande número de alunos (do ensino fundamental) e “minúsculas” (com crianças da pré-escola).

“Acho que deveríamos, evidentemente com a concordância dos pais, tirarmos um pouco dos alunos. Dá, tranquilamente, para fazer do 1o ao 9o no Tanquinho”, apontou.

Uma nova mudança na região só deverá ocorrer caso o governo do Estado faça a liberação de recursos para a construção de uma escola de ensino médio. A unidade já teria sido autorizada pelo governador Geraldo Alckmin, segundo informou o vice-prefeito Vicente Aparecido Menezes, Vicentão.

Conforme ele, a nova administração só precisaria “fazer uma ação política para que a obra saísse do papel”. Ângela informou que a unidade está em “ordem de prioridade máxima” junto à Derita (Diretoria de Ensino da Região de Itapetininga).

Na opinião da futura secretária da Educação, a escola de ensino médio seria fundamental “do ponto de vista da logística”. Uma vez atendidos na região, os moradores do entorno do Santa Rita não precisariam utilizar transportes para se deslocarem a outras unidades. Com isso, o custo para o município cairia.

No encontro, Ângela também apresentou “números” da Educação. Ela entregou, para a comissão da prefeita eleita, relatórios e cópias de alguns dos contratos da pasta. Uma parte dos documentos não pôde ser cedida na ocasião, gerando discussões entre o vice-prefeito eleito Luiz Paulo Ribeiro da Silva e Vicentão.

Luiz Paulo coordena a equipe de Maria José e tem, desde a primeira reunião temática, dia 28 de novembro, cobrado a entrega de documentos fiscais e contábeis. Na quarta, ele requereu do coordenador da comissão do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, os materiais no prazo de 48 horas.

O ofício assinado por Maria José informa que, caso a Prefeitura não entregue cópias até a sexta-feira, 4 (data de fechamento desta edição), a equipe da prefeita eleita “paralisaria os trabalhos”. Em entrevista, Luiz Paulo acrescentou que o grupo pretende, ainda, acionar a Justiça (reportagem nesta edição).

As discussões entre os representantes – que têm opiniões divergentes sobre o prazo de entrega dos documentos – duraram 33 minutos. Elas foram interrompidas por Ângela, que seguiu com a apresentação da estrutura da Educação.

No resumo, a secretária incluiu informações de todas as unidades de ensino do município, quadro de funcionários, cargos de origem (determinados por concurso) e função exercida no momento (por conta de transferência ou motivos de saúde).

Tatuí possui, atualmente, 26 creches, sendo oito delas entregues a partir de 2013. A 27ª pode ser concluída até o final do ano ou inaugurada, no mais tardar, em janeiro. Ela fica no bairro Congonhal e será a primeira em zona rural da cidade.

Trabalham na Educação, aproximadamente, 1.600 pessoas. Elas atendem a perto de 15 mil alunos. “Somos responsáveis pela alimentação e transporte não só dos estudantes da rede municipal, como da estadual”, descreveu Ângela.

A titular também apresentou demonstrativo de convênios estabelecidos pela pasta. Entre eles, o que prevê cessão de professores para atender à Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Um segundo acordo com o governo federal prevê atividades esportivas via “Mais Educação”.

Dando continuidade às reuniões de transição, a Prefeitura apresentou, na quinta-feira, 1o, um “raio-X” das áreas do meio ambiente e agricultura. “Passamos para a futura administração os principais programas iniciados por nós, mas que, em função dos trâmites normais, não tivemos tempo de concluir”, disse Vicentão.

O Executivo repassou os dados por meio do atual secretário da pasta, Paulo Andreoli, do diretor do Dema (Departamento de Meio Ambiente), José Vicente Alamino de Moura, e demais funcionários. A equipe compareceu à reunião no CEU (Centro de Esportes Unificados) das Artes “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires”. O espaço sedia todos os encontros de transição de governo.

Um dos programas iniciados pela Prefeitura e que deverá ter continuidade em 2017 diz respeito ao aterro de inertes. Trata-se de espaço a ser implantado na cidade – a partir de iniciativa pública ou privada – para o descarte de materiais inservíveis.

Em geral, são restos de construção civil que não podem ser dispensados junto com lixo doméstico em aterros sanitários.

Em Tatuí, o aterro de inertes não pôde ser implantado por conta de entrave político. Vicentão afirmou que a Câmara “barrou” a proposta quando não votou a mudança na lei de zoneamento, enviada no ano passado.

Conforme ele, a alteração era necessária porque a área pertencente a um empresário – que tinha intenção de abrir o aterro – precisaria ser regulamentada.

“Infelizmente, como em outros projetos, a Câmara nem chegou a discutir e nem pôs em votação. Eu diria que esse é o principal gargalo da área ambiental do município e, pelo que vi, uma preocupação do vice eleito”, acrescentou.

Os tatuianos utilizam, no momento, um aterro de inservíveis localizado em Cerquilho, o que fez com que o preço das caçambas de descarte subissem de R$ 80 para R$ 300. A alta foi tema de reportagem de O Progresso em 2015.

Além do aumento, o município registrou surgimento de pontos de descartes irregulares, segundo o relatório apresentado por Andreoli à equipe da prefeita eleita.