PT mantém pauta de plenária sem data





A discussão dos rumos do PT (Partido dos Trabalhadores) em âmbito municipal deve acontecer ainda neste mês. O presidente Mario Luis Rodrigues da Costa, o Marinho, informou nesta semana que a legenda mantém a proposta de debate sobre a permanência na base do governo tatuiano.

Conforme ele, a expectativa é que o partido se reúna com seus correligionários para repensar o futuro até a primeira quinzena de janeiro. Em novembro do ano passado, o presidente e o vice-prefeito Vicente Aparecido Menezes, o Vicentão, haviam antecipado a intenção de realizar uma plenária.

Na época, Marinho e Vicentão declararam que o objetivo principal do encontro era decidir se o PT continuaria ou não na base de apoio do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). “Não houve mudança com relação ao teor do que será discutido, desde que o partido se manifestou”, disse o presidente.

De acordo com ele, o partido vai, basicamente, redefinir suas estratégias e metas. “É basicamente aquilo que nós já declaramos no ano passado”, ponderou. Além da questão prioritária, Marinho adicionou que a diretoria executiva vai aproveitar o momento para alinhar os propósitos de todos os correligionários.

“Existem alguns pensamentos, dentro do PT, que vamos ter de sentar para analisar. Mas o que vamos discutir, profundamente, é a questão da base no governo. Temos outros problemas, claro, mas tudo vai ser falado”, antecipou.

Marinho também enfatizou que o partido não fez nenhuma consideração, de modo oficial, sobre que atitude vai tomar a partir deste ano. “Saíram algumas coisas publicadas a respeito, mas que não têm fundamento. Se alguém antecipar qualquer fala, estará errado. A posição nossa é aquela já dita”, falou.

O vice-prefeito ratificou que o teor da conversa será o mesmo do anunciado por ele e pelo presidente da legenda em novembro. “Trata-se da nossa relação com o governo que, desde abril de 2014, ficou desgastada”, declarou.

Vicentão sustenta que Manu teria exigido que ele deixasse o cargo de secretário municipal de Governo, Segurança Pública e Transportes, para concorrer às eleições gerais. Segundo ele, o projeto que teria sido apresentado na época era de o então secretário disputar cargo de deputado estadual.

Ainda em dezembro, Vicentão disse que a legenda “perdeu força” junto ao governo, com a exoneração do também ex-secretário de Governo e ouvidor, Odailson Toth. O vice-prefeito comentou que o partido estaria, ainda, perdendo correligionários. “Se eu não me engano, o PT já recebeu uma carta de desfiliação de um membro que quer continuar no governo”, comentou.

Caso não seja possível agendar para a primeira quinzena, o vice-prefeito espera que a plenária aconteça ainda em janeiro. “A princípio é para este mês”, disse.

A reunião será realizada na sede do partido, que fica na rua José Ortiz de Camargo, 483, no centro. “Na verdade, vai ser uma reunião da executiva, porque quem decidirá quais caminhos vamos seguir serão os diretores”, disse Vicentão.

Conforme o vice-prefeito, todos os filiados podem participar da reunião. Os membros terão direito a falar, emitir opinião e apresentar situações e sugestões. Entretanto, somente os integrantes da diretoria executiva, vereadores eleitos pelo PT e quem tem mandado (como Vicentão) terão direito a voto.

A pauta da reunião deve ficar pronta nos próximos dias. Depois da leitura, o presidente abrirá para participação dos vereadores, filiados e simpatizantes. Caso haja consenso, não será necessário voto. “Se não tiver consenso, os assuntos vão ser discutidos com voto aberto”, detalhou o vice-prefeito.

A consulta faz parte de planos anunciados pelo presidente do diretório local e pelo vice-prefeito para 2015. Em novembro, eles informaram que o objetivo é realinhar o papel do Partido dos Trabalhadores dentro da atual administração.

Também disseram que a reunião será realizada por conta de questões atribuídas a “ruídos de comunicação”. Reforçaram, ainda, que a decisão será tomada em consenso com os diretores, membros e filiados e alegaram que mesmo que a legenda decida deixar o governo, ela não fará oposição ao município.

Para continuar na base, o PT deve exigir a viabilização de políticas públicas voltadas para as mulheres, os negros e as pessoas com necessidades especiais.

As “exigências” foram apresentadas ao prefeito ainda em novembro do ano passado. Na época, o partido declarou que comunicou Manu sobre a assembleia em janeiro e quer, dele, que haja uma “sinalização com ações concretas”.

Caso os membros decidam por rachar, Marinho e Vicentão voltaram a sustentar que o partido não fará “oposição por oposição”. Conforme eles, o projeto mais importante da legenda é promover o desenvolvimento do município.