Protetora renova apelo por ajuda e diz que situação está ‘insustentável’





Divulgação

Animais dependem de protetora que enfrenta problema financeiro

 

A protetora de animais Sílvia Helena Gonçalves renovou apelo à população para atender 60 animais recolhidos das ruas. Na manhã de quinta-feira, 6, ela encaminhou nota a O Progresso na qual diz que se encontra em situação insustentável.

Ela argumenta que, por usar o dinheiro que recebe da aposentadoria para tratar dos animais, corre o risco de ter o fornecimento de água e luz cortados por atraso nos pagamentos. A protetora ressalta que os problemas começaram quando ela se aposentou.

“Não consigo mais desenvolver um trabalho que realizava havia décadas”, declarou. Sílvia é fundadora da SPPA (Sociedade Piracicabana de Proteção aos Animais). Ela comandou a organização por um período de quatro anos e, em Tatuí, ajudou a criar a Ani+ (Associação Tatuiana de Proteção de Animais).

Sílvia alega que não tem condições financeiras de cuidar, sozinha, dos cachorros. Os 60 animais vivem na propriedade dela, localizada no Santuário Nossa Senhora de Fátima.

“Eles demandam de, pelo menos, 20 sacos de rações de 25 quilos cada, por mês”, argumentou a protetora, que, atualmente, passa por tratamentos de saúde. Sílvia é portadora de lúpus, doença autoimune que pode afetar pele, articulações, rins, cérebro e vários órgãos.

Além da alimentação, a protetora informou que os cães exigem cuidados, como vacinação, vermifugação e consultas veterinárias. Todos esses serviços e tratamentos deixaram de ser prestados por falta de possibilidade.

Sílvia informou que teve o salário reduzido ao completar 60 anos e se aposentar por invalidez, pelo INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).

A protetora informou que, antes da aposentadoria, recebia, aproximadamente, R$ 3.000. O valor atual é de R$ 1.000, comprometidos com empréstimos consignados.

“Fiz o máximo que podia fazer para ajudar os cachorros, mas não tenho mais limite de crédito. Com a redução do meu salário, não consigo mais custear os gastos com os cães resgatados”, argumentou.

No momento, Sílvia conta com ajuda de voluntários para tratar dos animais. Entretanto, ela afirma que “o número de colaboradores não é suficiente”.

“Estou desesperada, passando por dificuldades para comprar ração. Os cães têm alimento para mais um dia, porque tenho completado com arroz para cães”, disse.

Em média, Sílvia contou que paga R$ 65 por um saco de 25 quilos de ração. Para não desamparar os animais, ela sustenta que deixou de arcar com “alguns dos compromissos que teriam de ser pagos em dia”. Entre eles, as contas de telefone, água e luz.

Sílvia afirmou que quis trazer para a cidade a experiência de Piracicaba. “Lá, contava com 30 colaboradores e desenvolvia feiras de adoções. Também mantinha um ‘lar transitório’, no qual animais abandonados eram resgatados das ruas e, posteriormente, colocados à adoção”, disse.

Em Tatuí, a protetora afirma “estar sozinha” para resolver as questões. Também declarou que, quando deixou a Ani+, continuou com os animais atendidos por ela. Enfatizou, ainda, que recebe ajuda das filhas para questões de alimentação e saúde. Entretanto, ressaltou estar “vivendo pela fé”.

Sílvia voltou a pedir a colaboração dos tatuianos e dos amantes dos animais, por meio da doação de ração. Desta vez, acrescentou que qualquer pessoa pode contribuir com ajuda no pagamento das contas atrasadas.

Ela também está disposta a colocar os cães para adoção. Os interessados devem entrar em contato pelo telefone 3251-5518, ou por rede social, basta procurar por “silviabeagles”.

A protetora está em fase de diagnóstico de outra doença (não informada). Caso a suspeita seja comprovada, ela afirmou que não poderá mais cuidar dos animais.

“A maioria é velho, que não costumo doar, pois poucas pessoas aceitam, mas, se alguém tiver disposição, por causa da minha saúde, terei que fazer. Então, podem ligar para agendar uma visita para vê-los”, concluiu.