Proposta prevê criação de mais um museu em Tatuí­ em lugar de Emef





Pedro Henrique de Campos dedicou boa parte de seus 71 anos de idade ao ensino, atuando como supervisor. Também trabalhou – de maneira voluntária – em projetos e ações pessoais que visam à preservação da identidade local.

O último foi apresentado na reunião de discussão da minuta do Plano Municipal de Cultura, em dezembro, e diz respeito à criação de mais um museu na cidade. Trata-se do Museu da Imagem e do Som, espaço o qual o educador aposentado sugere que seja implantado na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) “João Florêncio” para aulas de rádio, TV e internet.

Campos entregou a proposta durante a audiência pública que discutiu “os últimos ajustes” do plano municipal. A minuta deve ser encaminhada pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais ao prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, para ser transformada em legislação sem a sugestão do participante.

A explicação é que o projeto se enquadra no campo “ação” e não nas diretrizes que serão estabelecidas pela lei. O plano municipal prevê a criação do Fundo Municipal de Cultura, que possibilitará a aplicação de parte do Orçamento em ações específicas e a artistas locais captarem novos recursos.

Entregue ao conselho na tarde de 17 de dezembro, a proposta de Campos foi lida pelo presidente do órgão, Luis Antonio Galhego Fernandes. Ela sugere a construção de um polo cultural, espaço para trabalhos visando o resgate de tradições culturais da região, a criação de um “arquivo de memória” do município, e a promoção de eventos envolvendo todas as artes e artistas.

A ideia é que o espaço possa ser utilizado para realização de oficinas culturais, produção de documentários e divulgação de ações por meio de sinais de rádio e TV pública aberta e de webTV (com acesso gratuito pela internet). Esses recursos seriam utilizados pelas unidades de ensino “como meio de incentivo e de descoberta de novos talentos, unindo educação e cultura”.

Como forma de não gerar custos para o município, Campos projetou que o “polo cultural” seja implantado na “João Florêncio”. Conforme ele, a unidade restaurada em 2012 atende a alunos de diversos bairros periféricos, como São Conrado, Jardim América, vila Santa Luzia e Jardim Thomáz Guedes.

“A construção de um prédio escolar entre esses bairros poderia atender a essa clientela, economizando transporte e proporcionando um melhor atendimento aos alunos nas proximidades de suas residências”, justificou o supervisor.

Também segundo ele, a edificação poderia ser feita a partir de recursos oriundos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). “Recurso para isso tem, basta que seja feito um planejamento”, comentou a O Progresso.

Entretanto, ele ressaltou que a construção dependeria de programação do Executivo. Conforme o supervisor, a Prefeitura e a Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Turismo precisam prever a edificação e verificar “questão de ordem legal” para destinação do prédio da “João Florêncio” para fins culturais.

A administração e a manutenção do projeto poderiam ser vinculadas à Femague (Fundação Educacional “Manoel Guedes”). Campos apresentou esse modelo com base na Fundação Padre Anchieta, mantenedora da rádio e TV Cultura.

Outra fonte de recurso poderia vir de incentivos culturais previstos em lei, como apoio, doações ou mesmo a comercialização de produções de eventos. Nesse último caso, o dinheiro seria obtido por meio da fundação mantenedora.

Na proposta do supervisor, a divulgação de ações culturais em rádio e televisão seria viabilizada a partir de modelo de retransmissão de canais públicos. Entre eles, TV Escola, TVE, NBR ou as TVs Câmara, Senado e Justiça.

“O museu seria um espaço de exposições, oficinas e cursos de vídeo e fotografia, da futura Escola de Cinema, TV e Internet, oferecendo oportunidades de formação, capacitação e qualificação de profissionais”, concluiu Campos.