Da reportagem
Na terça-feira,11, o prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior recebeu o título de “Prefeito Inovador 2022” no 1º Fórum de Cidades Digitais e Inteligentes da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), que ocorreu no Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS).
Outros oito prefeitos da RMS e mais seis de municípios do interior paulista receberam a premiação. Além de Tatuí, os homenageados foram os prefeitos das cidades de: Sorocaba, Rodrigo Maganhato; Boituva, Edson José Marcusso; Itapetininga, Jeferson Brun; Itu, José Guilherme dos Reis Gazzola; Piedade, Geraldo Pinto de Carvalho Filho; Salto, Laerte Sonsin Júnior; São Roque, Marcos Augusto Issa de Araújo; e Votorantim, Fabiola Alves.
Os demais prefeitos homenageados foram dos municípios de: Apiaí, Sérgio Barbosa; Capão Bonito, Júlio Fernando Galvão Dias; Itupeva, Marcos Marchi; Jundiaí, Luiz Fernando Machado; Registro, Nilton José Hirota da Silva; e Várzea Paulista, Kalil Baracat.
No total, 15 prefeitos foram selecionados para o recebimento do título de “Prefeito Inovador 2022”, entregue pela Rede Cidade Digital (RCD) para as gestões que estão investindo em tecnologia e inovação como forma de melhorar a eficiência dos serviços prestados à população.
Além dos prefeitos homenageados, o evento reuniu gestores e servidores municipais de mais de 60 municípios inscritos para o 1º Fórum de Cidades Digitais e Inteligentes da RMS.
Tatuí foi destaque com a “Sala Maker Espiral”, nos quesitos de inovações voltadas à transformação digital. O espaço foi inaugurado na escola Projeto “Senna em Ação” no final de agosto, em conjunto com a prefeitura de Tatuí e a pasta da Educação.
No espaço, há três máquinas de fabricação digital de última geração, como uma impressora 3D, uma cortadora a laser e uma plotter de recorte, além de equipamentos de robótica e material pedagógico personalizado, preparado por especialistas.
Em discurso, Cardoso Júnior destacou o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Educação, comandada por Elisângela da Costa Rosa Cecílio, focando nos resultados pedagógicos com o uso de ferramentas tecnológicas.
Para o prefeito, “usar tecnologia é cada vez mais fundamental para fazer aprender e oferecer ferramentas inovadoras para desenvolver a aprendizagem de crianças e jovens”.
“Esta é uma sala piloto, que vamos expandir para outras escolas. É algo que sempre sonhamos, inovador e de excelência, à disposição dos alunos da rede municipal de educação. É o futuro que começa agora”, declarou o prefeito. Segundo ele, a pasta da Educação tem aproximadamente 15 mil alunos e 1.600 funcionários.
Cardoso Júnior reforçou os efeitos da pandemia no âmbito educacional, destacando que muitos alunos não retornaram à sala de aula, sendo que a maior evasão foi no ensino fundamental II.
“Ao observar este cenário, questionamos que medidas deveríamos tomar para resgatarmos esses estudantes”, comentou. Para o prefeito, ao ver esse cenário, chegou-se à conclusão de que, “cada vez mais, a escola está ocupando o espaço da família”.
“Muitos pais não têm dado a importância necessária à educação de seus filhos. Isso se comprova no hiato que há entre o EF II e o ensino superior. Desta forma, o estudante saiu da escola e perdeu a perspectiva de estudar. Com a pandemia, isso se acentuou”, lamentou.
De acordo com Cardoso Júnior, que também é professor, a ideia da “Sala Maker Espiral” surgiu durante debates com os profissionais da Educação. O espaço é voltado ao aprendizado dos estudantes do EF II (6º ao 9º ano) da escola.
O prefeito também apontou a lacuna entre os ensinos público e privado, a qual, segundo ele, também cresceu no período pandêmico. “Nas escolas particulares, o estudante tem acesso a variadas ferramentas tecnológicas para realizar seus estudos e avaliações. Com isso, a distância entre os ensinos aumentou, impactando principalmente a partir dos alunos do 3º ano do EF em seguida”, argumentou.
“Buscando organizar e procurar minimizar esses efeitos, uma das ferramentas que implantamos foi a ‘Sala Maker Espiral’, através de um processo licitatório”, observou.
A sala foi adquirida por meio de concorrência pública e é mantida com apoio da empresa vencedora da licitação. Ela oferece a manutenção dos equipamentos, materiais didáticos e capacitação para os professores, funcionários da rede de ensino e técnicos que atuam nas salas.
De acordo com o chefe do Executivo, há a previsão de que o projeto seja direcionado aos alunos do contraturno.
“Desde quando eu era secretário da Educação, queria que o projeto ‘Ayrton Senna’ trabalhasse os alunos no contraturno para que também pudéssemos oferecer atividades para os estudantes que estudam do período de manhã durante o vespertino e vice-versa”, acrescentou Cardoso Júnior. Atualmente, 800 alunos são atendidos.
O prefeito reforçou que a proposta “faça você mesmo” proporciona ao jovem que ele possa, através de equipamentos de alta tecnologia, desenvolver materiais dessa aula.
“Um exemplo é uma aula de história, em que o professor está explicando determinado assunto e, para dinamizar o conteúdo, ele usa a impressora 3D para imprimir algo correlato ao tema. A sala tem esse diferencial”, contextualizou.
Cardoso Júnior enfatizou que o uso de ferramentas digitais revolucionou o modo de dar aula. “As salas makers são para colocar a mão na massa. É um ambiente moderno, que muda totalmente o processo de aprendizagem e oferece ferramentas digitais e tecnologias que devem contribuir com o processo de aprendizagem”, apontou.
Para ele, a sala propicia ao jovem “descobrir habilidades antes não imaginadas”. “Ela é democrática e possibilita que qualquer um construa algo ao utilizar as inúmeras ferramentas disponíveis, desde as mais rudimentares, como martelos e serra, até as high tech. Com isso, nós conseguimos retomar a participação de alunos”, declarou.
Sobre planos futuros, Cardoso Júnior afirmou que, ainda neste ano, o projeto será ampliado e, mais para frente, estuda-se a ideia de implantá-lo no ensino infantil.
“É uma nova tendência, e o poder público tem que ficar atento a isso, para que as gerações cresçam mais autônomas e inclusivas, em um ambiente cada dia mais competitivo”, concluiu o prefeito.
Para Elisângela, o objetivo da iniciativa é promover a aprendizagem por meio de projetos, de forma interdisciplinar e baseada em resolução de problemas, utilizando a tecnologia como ferramenta.
“Minha pasta quer proporcionar aos estudantes um lugar propício para que as ideias surjam a partir da experimentação e do compartilhamento. Em outras palavras, é esperado que eles aprendam colocando a mão na massa”, explicou a secretária.
De acordo com Elisângela, na “Sala Maker Espiral”, os alunos são incentivados a trabalhar a criatividade e o uso de tecnologia “plugada e desplugada com objetos recicláveis e uso das máquinas que ajudam a materializar os conhecimentos”.
O evento foi realizado por meio de parceria entre a Rede Cidade Digital (RCD) e a prefeitura de Sorocaba, por meio do Centro de Aceleração, Desenvolvimento e Inovação (CADI).