Da reportagem
Na quarta-feira, 21, no Lions Clube de Tatuí, aconteceu a formatura de 18 participantes do Projeto de Inclusão Produtiva “Mulher Cuidadora”, que, desde o início de agosto, buscou capacitar mulheres atendidas nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), em situação de pobreza e/ou vulnerabilidade social, visando facilitar a superação de processos crônicos de exclusão social.
A cerimônia contou com a presença dos secretários municipais Alessandro Bosso, da Assistência e Desenvolvimento Social, e Elaine Leite de Camargo Miranda, dos Direitos Humanos, Família e Cidadania; do articulador regional FGV de políticas públicas junto ao Sebrae, Pedro Kriguer; da coordenadora de proteção social básica e responsável técnica do projeto, Débora Cristina Franco Nunes Rosa; do coordenador de proteção social especial, Janderson Mendes Miranda Martins; da responsável pela capacitação profissional, Heloisa Saliba e Borges, enfermeira e sócia da “Cuidados com a Vida – Home Care”; da responsável pelo Sebrae Aqui Tatuí, Renata Piesco; de Denise Maria S. R. de Oliveira, esposa do presidente do Lions Clube de Tatuí, Luís Fernando de Oliveira; do chefe de gabinete da prefeitura e membro do Lions Clube, Christian Pereira de Camargo; do representante da empresa Botutrans, Carlos Aparecido Correia; do diretor executivo de planejamento e trabalho da prefeitura, Daniel de Camargo Barros; da funcionária do Departamento de Planejamento e Trabalho Therezinha de Moraes Muhamed Jamoul; além dos coordenadores dos Cras, das formandas e seus familiares.
De acordo com Débora, a capacitação compõe o Programa de Fortalecimento Local em Inclusão Produtiva, um plano de ação que teve início no mês de abril deste ano, com o consultor João Nunes, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), junto ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), sob a responsabilidade dos técnicos da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, Débora Cristina Franco Nunes Rosa e Janderson Mendes Miranda Martins.
O projeto contou com parceria da Secretaria de Direitos Humanos, Família e Cidadania, da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara (Faesb), da Cuidados com a Vida – Home Care, do Lions Clube, do Sebrae Aqui Tatuí e da Empresa Botutrans.
As duas primeiras aulas aconteceram na Faesb e as demais, no Lions Clube, divididas em três eixos. O eixo 1, “Desenvolvimento Humano”, foi realizado pelas equipes da Faesb e da Secretaria de Direitos Humanos, Família e Cidadania, com foco no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como: solidariedade; capacidade de expressão/comunicação; autoconfiança; autovalorização e determinação.
Já o eixo 2 foi conduzido por profissionais da “Cuidados com a Vida – Home Care”, que ministraram o curso básico de cuidadores de pessoas. Esse módulo abrangeu os assuntos: aspectos legais; profissionais; emocionais e físicos; paciente internado; unidade do paciente; moradia do paciente e área externa.
Por fim, o eixo 3, nomeado “Geração de Renda e Trabalho”, foi ministrado pelo Sebrae Aqui Tatuí, com foco no desenvolvimento de habilidades de gestão e empreendedorismo, como: planejamento, execução, avaliação e negociação.
Segundo a coordenadora, optou-se por trabalhar com mulheres em razão dos dados veiculados pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que indicam que a maioria da população de Tatuí é composta pelo público feminino – em torno de 51%.
“O município tem 5.560 mulheres cadastradas no Auxílio Brasil, sendo que 4.639 são responsáveis familiares. Com isso, focamos o curso nesse público, que busca uma renda para sustentar seus filhos”, relatou Débora.
“O programa foi fundamental para que elas pudessem superar os processos de exclusão, se capacitando, elevando a autoestima e, assim, prontas para conquistar uma vaga no mercado de trabalho ou como autônomas”, disse a coordenadora.
Ela explicou que o maior desafio na elaboração do projeto foi buscar o curso que, para a coordenação, fazia sentido e que desse conta da demanda. “Optamos pela ocupação de cuidadora de pessoas, pois, além das alunas cuidarem de seus entes queridos, poderiam se aperfeiçoar e fazer disso também uma fonte de renda”, mencionou Débora.
A coordenadora reforçou que há a previsão de um novo curso, com maior extensão, para que elas aperfeiçoem a capacitação que adquiriram. “Buscaremos mais parcerias para as etapas futuras. É essencial que as alunas façam uma imersão na área, com aulas práticas. O caminho foi dado e elas estão entusiasmadas”, completou.
Agora, um cadastro das mulheres participantes será feito pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, através dos Cras, para que elas possam gerar renda por meio da empregabilidade e/ou do empreendedorismo, tudo intermediado pelo Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), que fará uma “ponte” com empresas privadas, com organizações não governamentais, com o Sebrae Aqui e outros.
Para a assistente social da Secretaria de Direitos Humanos, Família e Cidadania, Cildete Saroba, o projeto contribuiu para “dar um norte a vida das participantes”.
“Foi a primeira capacitação profissional que a maioria teve na vida. A conclusão desta fase foi um momento emocionante. Elas mostraram que são capazes e merecem toda a nossa atenção”, frisou.
“Foi uma iniciativa acolhedora, libertadora, na qual essas mulheres foram as protagonistas e mostraram os potenciais que têm, ao criarem instrumentos com o intuito de saírem da situação de vulnerabilidade”, salientou Cildete.
Para a aluna Alessandra da Silva Guimarães, a capacitação agregou conhecimento e deu a ela uma nova opção de trabalho. “Me deixou preparada para ajudar a zelar corretamente de pessoas que necessitam de cuidados especiais. Me sinto abençoada por isso”, comentou.
Denise Ribeiro, que tem experiência na área, afirmou que o curso a possibilitou a ter mais confiança. “Cuidar de pessoas é um trabalho complexo e que requer habilidades. Agora, dou muito mais valor à profissão e espero colocar em prática os conhecimentos que ganhei”, observou.