Quando as livrarias passaram a ocupar amplos espaços de lojas próprias ou em shoppings centers, com uma decoração de fazer inveja para criar ponto de encontros, sofás e pufes à disposição dos leitores, tudo isto regado a um café ou refrigerantes em um ambiente mais confortável que as praças de alimentação, estavam na legítima busca da inovação.
Mas, antes mesmo desta crise que o mercado editorial vem sentindo, a cadeia de livros já estava enfrentando há mais de dez anos outras inovações como o Wikipédia, YouTube, Google entre tantas outras fontes de conhecimento.
Verificava-se já uma fuga em massa dos consulentes de bibliotecas, onde encontravam restrições para reproduzir uma página de um livro, armazenamento de informações e etc.
Hoje, qual a motivação de um autor investir na busca de conhecimentos específicos e escrever um livro, sabendo que este conteúdo em questões de segundos pode estar gratuitamente nas mãos de milhares de pessoas?
Somente marketing? Sim, importante, mas se o autor desconhecido depender do ganho financeiro da venda do livro: esqueça!
Os paradigmas mudaram…
Quantos livros são distribuídos gratuitamente no lançamento? Os descontos no preço de capa, distribuidoras, correio etc.
E ainda veio a Amazon com toda a sua agressividade em transformar o acesso a qualquer coisa em uma facilidade cada vez maior!
Quem perde ou ganha com tudo isto? O cliente, consumidor final de um livro seja técnico, ficção, ou não ficção, enfim, qualquer obra literária.
Enquanto se mudam os paradigmas, algumas gerações já estão se desencantando em colocar seus conhecimentos no papel e distribuí-los para aqueles que tanto precisam ler…
O desafio cada vez maior, daqui para a frente, será separar o “joio do trigo”, os conteúdos de qualidade das “fake” ou apenas “marketing” news.
* Engenheiro e mestre em ciências e engenharia de produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e fundador do Grupo Imam, que há mais de 30 anos atua na área editorial, de consultoria e treinamento em logística.