Principal produto de feira realizada pela Prefeitura nos dias 21, 22 e 23 deste mês, o doce caseiro é responsável por “aquecer a economia” da cidade no mês em cujas temperaturas estão entre as mais baixas do ano. A produção artesanal, entretanto, faz girar uma roda que vai além da circulação de turistas.
Significativa fonte de renda dos doceiros, a produção local atinge média de uma tonelada por semana. Durante a Feira do Doce, o volume contabilizado só com a venda pode ser facilmente ultrapassado por apenas um expositor.
Além disso, a maioria dos doces é produzida com itens da agricultura de Tatuí. Somente alguns produtos precisam ser comprados fora.
O figo, por exemplo, não é plantado em Tatuí, em função do clima não ser propício. A fruta é importada de Minas Gerais, assim como o coco seco, que vem da Bahia. Dos campos do município, vêm a batata, a abóbora e outros componentes dos doces de compota e de caixa comercializados pelos doceiros.
Para atender à feira, os doceiros da cidade trabalham com planejamento que começa seis meses antes. Um deles explicou ser preciso garantir o estoque dos produtos, por meio de contato com os agricultores da cidade e de outros municípios.
Como se trata de frutos (como a abóbora e a cidra) e de tubérculos (no caso da batata), é necessária a programação da compra da matéria-prima. Entretanto, não é possível armazenamento por muito tempo, em função da conservação.
“Nós não trabalhamos com doces industrializados. Então, eles precisam ser preparados uma semana antes, para garantir o consumo seguro”, descreveu o produtor.
Além da agricultura, os doceiros “consomem” outros itens necessários para a comercialização dos produtos caseiros. Entre eles, o açúcar e os ovos caipiras. O município tem um dos principais produtores da região, a Fazenda Shigueno, que comercializa seis tipos diferentes de ovos de galinha.
Uma vez preparados, os produtores têm outra tarefa que impacta diretamente na economia da cidade: as embalagens para acondicionar os doces, que são compradas dos fornecedores locais.
Esses recipientes podem ser em caixas ou compotas. Nos dois casos, precisam ser etiquetados e distribuídos aos consumidores em sacolas.
Há, ainda, a necessidade de mais mão de obra para atender à demanda dos consumidores que visitam a Feira do Doce. O reforço vai desde o processo de manufatura e embalagem, até a comercialização propriamente dita.
O evento, anunciado como o maior do segmento do interior paulista, ainda terá novidades no futuro. O diretor municipal da Cultura, Rogério Vianna, na abertura da feira, destacou a criação de dois roteiros turísticos.
O primeiro, relacionado aos doces caseiros, que inclui uma lista com espaços nos quais os visitantes podem comprar os produtos fabricados na cidade; o segundo, composto por pontos turísticos do município que podem ser visitados.
A cerimônia de início do evento aconteceu na manhã do dia 22, com participação da prefeita Maria José Vieira de Camargo, do vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva, do secretário municipal de Governo, Luiz Gonzaga Vieira da Silva, e do titular do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli.
Também compareceu o presidente da Aprodoce (Associação dos Produtores de Doces de Tatuí), Luciano Rocha Lima. Em discurso, ele agradeceu à colaboração da Prefeitura e enfatizou a oportunidade que a feira representa aos doceiros. “Espero que esta feira se perpetue por muitos anos”, disse.
Convidado a falar, o presidente da ADVB (Associação dos Dirigentes de Marketing do Brasil), Aristides de la Plata Cury, elogiou a organização. Ele acrescentou que Tatuí está participando do concurso denominado “Top Destinos Turísticos”, cuja votação acontece por meio do site www.votetop.com.br. Se vencer, a cidade ganhará, como prêmio, “promoção de âmbito nacional”, integrando um DVD a ser distribuído pela entidade.