Prefeitura tem protocolado no PAC projetos que chegam a R$ 220 mi





Kaio Monteiro

Vicente acredita que obra de R$ 20 milhões financiada será aprovada

 

O vice-prefeito e secretário de Governo, Segurança Pública e Transportes, Vicente Menezes, Vicentão, revelou que a Prefeitura está com dois projetos protocolados junto ao governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que, se aprovados, devem injetar cerca de R$ 220 milhões para obras na infraestrutura da cidade.

A prefeitura cadastrou os projetos após o governo abrir uma nova linha de crédito, em abril deste ano, considerada o “PAC 3”.

O mais valioso, afirmou Vicentão, será o de crédito a fundo perdido – o qual não exige reembolso -, orçado em cerca de R$ 190 milhões, protocolado no Ministério da Integração Nacional. O pleito prevê a construção de oito parques lineares, que devem revitalizar a região do ribeirão do Manduca.

“Esse é o mais complexo, de oito quilômetros de obra, que contemplará também o bairro Manoel de Abreu até a região do Clube de Campo, interligado com o anel viário”, disse o vice-prefeito.

“A obra deste projeto está prevista para acontecer em cinco etapas, que custarão aproximadamente R$ 40 milhões cada”.

A outra medida que poderá beneficiar o município refere-se a projeto protocolado no Ministério das Cidades como de interesse social, orçado em R$ 20 milhões. As obras pleiteadas devem ser de asfaltamento e melhoria de ruas e avenidas.

Os bairros contemplados com a proposta seriam o distrito industrial, Jardim Gramado, Novo Horizonte, Santa Rita, Vale do Lago, Bela Vista e Dr. Laurindo.

A princípio, o projeto de R$ 20 milhões foi cadastrado com a região em que as obras devem ser realizadas. Após a aprovação, a Prefeitura teria de enviar ao governo o projeto executivo, que definiria o local exato das modificações viárias.

Vicentão adiantou que serão priorizadas ruas que fazem parte da rota do transporte público. O projeto de R$ 20 milhões estabelece que a Prefeitura financiará a dívida com o governo federal.

O ministério ainda tem o poder, após análise do município, de alterar o valor financiado. Os pleitos da Prefeitura, no Ministério das Cidades e da Integração Nacional, ainda não foram aprovados pelo governo.

A obra financiada, explica o vice-prefeito, é tida como contrapartida para o programa de fundo perdido, pois existe a obrigação de que a Prefeitura realize alguma obra avaliada em 10% do projeto.

Segundo Vicentão, o financiamento da obra de R$ 20 milhões, por meio do PAC 3, faria com que a Prefeitura pudesse viabilizar o projeto mais caro. “O financiamento é recompensador pelo custo mais baixo que o avaliado pelo mercado”.

“Tatuí não tem recurso próprio para obras no valor de R$ 20 milhões. É difícil levantar essa quantia, pois o custeio da máquina pública é muito caro”, considerou.

Vicentão entende que manter o município nos programas elaboradores pelo governo federal depende de “gestões políticas e administrativas”, porque há muita concorrência.

Neste sábado, 21, ele deve encontrar-se com o deputado federal José Olimpio (PP), na cidade de Itu, com o intuito de realizar articulações políticas para fazer com que os programas federais beneficiem Tatuí.

Para a liberação da verba, ele também viaja mensalmente a Brasília. “Estamos conversando com alguns deputados federais que podem agilizar esse investimento”.

Apesar da dificuldade, Vicentão espera que o financiamento de R$ 20 milhões seja aprovado até o final do ano. “Esperamos dar um presente de Natal para a população com obras importantes”.

O vice-prefeito salientou que a infraestrutura é considerada, na gestão do prefeito José Manuel Correa Coelho, Manu, área fundamental para o desenvolvimento do município.

Vicentão classifica como “absurdo” o distrito industrial ser “dentro da cidade” e ainda possuir ruas sem asfalto. Ele mantém a mesma classificação para os bairros que ainda não possuem sistema de água e esgoto.

“Eu, particularmente, estou muito estimulado nessa questão. Tem que levar a estrutura básica para todo cidadão”, ressaltou.

O vice-prefeito acredita que as regiões cortadas pelas rodovias Castello Branco e Raposo Tavares deverão apresentar os maiores índices de crescimento no futuro.

Assim, o município estaria num ponto estratégico, pois, de acordo com ele, os grandes centros industriais, como São Paulo, Campinas e Sorocaba, estão com problemas.

“Queremos preparar a nossa cidade. As empresas vão até os municípios onde é oferecida a infraestrutura adequada. Todas essas informações são importantes para que o empresário tome sua decisão”, analisou.

Segundo o vice, o primeiro impacto que um empresário em visita pelo município tem é com o trânsito. Ele afirmou que os investimentos na infraestrutura são planejados para a cidade tornar-se polo industrial.

Vicentão também revelou que a Prefeitura possui projeto de lei, para ser enviado à Câmara Municipal, com o objetivo de criar um centro tecnológico.

“Quem está nos assessorando é o tatuiano Marcelo Massarani, da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Ele fez o mesmo trabalho no polo industrial de Sorocaba. Em breve, a lei chegará aos vereadores”.