O atual paço municipal – situado na avenida Cônego João Clímaco de Camargo (avenida das Mangueiras) – é o terceiro já ocupado pelo Executivo. Neste ano, o edifício “Professora Carolina Ribeiro” completou 38 anos de funcionamento.
A construção é tida como insalubre, por não dispor de número suficiente de salas e pelas condições estruturais. Também não atende à demanda de acessibilidade, conforme o secretário municipal do Governo, Luiz Gonzaga Vieira de Camargo.
O prédio foi construído na gestão do prefeito Olívio Junqueira (1977-1982), após vários acontecimentos. O mais significativo foi a instalação do subposto da DRT (Delegacia Regional do Trabalho), de São Paulo, na rua 15 de Novembro.
O DRT passou a funcionar no dia 25 de maio daquele ano, tendo solenidade de inauguração realizada às 11h, com a presença do então delegado regional do trabalho, Damiano Gullo, e de autoridades ligadas ao departamento.
A melhoria havia sido conquistada na primeira gestão de Paulo Assumpção Ribeiro. Inaugurado com “jubilo”, o subposto “compensou” a perda de um posto fechado “por motivos de ordem administrativa” em outubro do ano anterior (1965).
Sem o serviço, o prefeito passou a reivindicar, junto às autoridades, a reabertura da repartição do MT (Ministério do Trabalho). Para que pudesse trazer o subposto, contou com a colaboração de Pedro de Alcântara Kalume.
Em 1979, o Executivo dava os primeiros passos para a mudança de edifício. A ideia era sair do prédio – um enorme casarão – para um edifício próprio. Em dezembro daquele ano, o então prefeito Junqueira divulgou a intenção de transferir o paço municipal.
Para isso, quis desvincular a “merenda escolar”, anunciando a construção, “em princípios de 80, de um imóvel para esse serviço junto ao Mangueirão”, na vila Dr. Laurindo.
“A transferência se fará necessária com a mudança da Prefeitura para o novo paço. Junqueira informa que o edifício será de bom porte e de ótimas instalações. O desenho já está pronto”, cita texto publicado em O Progresso no dia 30 de dezembro de 1979.
No ano seguinte, o prefeito passou a alimentar a imprensa com mais novidades. Incluiu, no projeto original, a possibilidade de os funcionários terem “música ambiente”.
Foi então que ele comprou caixas acústicas e equipamentos para serem distribuídos por todo o novo paço. A intenção era permitir que os funcionários pudessem trabalhar ouvindo música e dar “um pouco mais de conforto aos servidores”. Na época, muitos levavam rádios de bolso para o serviço.
O atual paço municipal teve inauguração no dia 18 de maio de 1980, um domingo. A solenidade aconteceu às 15h, com presença de funcionários e convidados, e exigiu a suspensão do expediente nos dias 15 e 16 daquele mês, por causa dos preparativos. O atendimento voltou a ser feito no dia 19.
Com presença de “grande massa popular”, o prefeito fez a entrega oficial do paço. Apresentado como “bastante funcional”, o edifício original incluiu gabinete do prefeito (para despacho) “na parte dos fundos”.
A sala de recepção é descrita na edição de número 2.809, que circulou no dia 25 de maio de 1980, de O Progresso, como bastante luxuoso. No novo gabinete, Junqueira mandou instalar um quadro de vidro, na frente da mesa dele, o que permitiu “visão panorâmica de todas as seções da Prefeitura”.
Todas as repartições ganharam um “amplo balcão de atendimento ao público”. No ano de inauguração, o edifício abrigou, também, a Biblioteca Municipal, considerada, na época, repartição pública “não intimamente ligada ao Executivo”.
O então novo paço recebeu elogios por parte do bissemanário e das autoridades. “A parte interna surpreendeu muita gente. Pessoas que julgavam, pela visão externa, que o prédio não era dos mais bonitos, ficaram admiradas ao notar a beleza de seu interior”, consta em texto sobre a inauguração.
Durante a solenidade, diversas autoridades e convidados deixaram impressões sobre o prédio no livro de assinaturas de visitas. Entre elas, o vereador Eudes Machado e o próprio prefeito.
Junqueira tomou posse no paço da rua 15 de Novembro e encerrou o mandato na avenida das Mangueiras, depois de ter sido afastado, no ano de 1979 (quando assumiu Dionísio de Abreu Neto), e voltar ao cargo no mesmo ano.