Praça da Matriz ganha projeto de educação ambiental por QR-Code

 

Primeiro “jardim público da cidade”, a Praça da Matriz é um dos pontos com maior concentração de pessoas de Tatuí. Palco de eventos como a “Festa do Doce” e apresentações culturais, o espaço ganhou neste mês uma nova “utilidade”.

Recebeu projeto de educação ambiental desenvolvido por 45 alunos da Faesb (Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara). Trata-se do “Árvores da Praça”, uma iniciativa de estudantes do oitavo semestre do curso de engenharia agronômica.

A ação contou com orientação do professor especialista Ivan de Maia. Ele é responsável pela disciplina “paisagismo, parques e jardins”.

O “Árvores da Praça” tem como objetivo auxiliar a população e o público em geral, que passa pelo espaço de lazer, a identificar as principais espécies arbóreas plantadas nele.

As identificações são feitas com auxílio da tecnologia. A proposta apresentada pelos alunos é de aumentar a interatividade com a população, fazendo uso dos chamados QR-Codes (códigos de barra dimensionais que podem ser lidos por celulares e dispositivos móveis com câmera). Esse recurso será possibilitado por placas que levam o nome, espécie e família das árvores.

Por meio do projeto, os alunos entendem que “contribuirão para o compartilhamento do saber e na motivação para o engajamento e a consciência ambiental, uma vez que é preciso conhecer para promover a preservação”, divulgou a instituição em texto enviado à redação.

O projeto conta com o apoio do Dema (Departamento Municipal de Meio Ambiente). Ele teve nova etapa concluída às 19h de quinta-feira, com a instalação das placas de acrílico. No total, 20 árvores foram catalogadas e identificadas.

O trabalho pode ser, conforme a estudante Selma Vieira, expandido para outras regiões da cidade. Ele teve início na Matriz, com uma visita monitorada pelo professor e alunos. Em agosto, o docente levou a turma para uma atividade extraclasse.

A missão era identificar as árvores, conforme determinado pela grade curricular. Durante os trabalhos, Selma notou que uma delas é da espécie pau-brasil, mas estava situada em um ponto bem incomum.

“Fica bem em frente a uma sorveteria. Achei bem interessante, porque estou acostumada a identificar por aí, mas quem não está, não sabe a espécie”, disse.

Instigada, a aluna fez a observação para Maia. Com apoio do professor, ela levou a ideia para a classe. “Em sala, nós decidimos fazer um projeto com toda a turma”, contou.

Para tornar a proposta viável, os estudantes contataram a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Meio Ambiente e Agricultura. “O pessoal (do órgão público) gostou da ideia e autorizou que nós a colocássemos em prática”, falou Selma.

O grupo começou a desenvolver o projeto em setembro. Em um primeiro momento, optou por pesquisar sobre 20 espécies de árvores, todas situadas na praça.

A partir dos estudos, os alunos desenvolveram a ideia das placas, para auxiliar a população a conhecer qual o tipo de madeira. As lâminas de acrílico exibem o nome da instituição, do curso, da espécie da planta e o QR-Code.

Inicialmente, os estudantes pensaram somente na identificação visual. Acrescentaram o código de barra de “duas dimensões” para chamar a atenção do público.

Com um celular ou dispositivo dotado com câmera digital e um aplicativo leitor, qualquer pessoa pode “interagir” com as placas. Uma vez “apontado” para o código, o dispositivo vai direcionar a pessoa ao site da instituição.

Cada código, que é único, leva o usuário para uma página diferente. Elas contêm informações específicas de cada espécie, com figura ilustrativa e texto.

Em um segundo estágio, o projeto deve avançar para agregar um “game virtual”. “Nós gostaríamos de ter feito isso, mas não deu tempo”, explicou Selma.

Conforme a estudante, os alunos pensaram em incluir, junto às informações, um “link” para que os usuários consigam ter uma interação a mais. A proposta é que a pessoa “ganhe pontos” na medida em que consulta todas as espécies. O jogador venceria o desafio quando completasse todas as árvores.

Devido ao prazo de conclusão do trabalho, em função das outras atribuições acadêmicas, o grupo de universitários teve de adiar a segunda etapa. A intenção é que essa proposta seja retomada com a “procura pelas informações”.

Entre as espécies catalogadas na Matriz, estão: a sibipiruna, o ipê-amarelo e o rosa, além de uma jabuticabeira (ao lado da Igreja Nossa Senhora da Conceição).

“A proposta é muito interessante, porque quase ninguém tem esse conhecimento. Além disso, o uso de QR-Code é algo novo para nós”, disse Selma.

Além da localização e da variedade de espécies, a Matriz foi escolhida como primeiro espaço para o trabalho por reunir todas as condições necessárias à execução. Tem público e, algo fundamental para o projeto deslanchar: oferece conexão wi-fi (sem fio e gratuita) disponibilizada pela Prefeitura.

“A intenção é que as pessoas conheçam a variedade de árvores que existem na praça, porque, quando se conhece, se preserva. É uma educação ambiental que desenvolvemos não pensando em nós, mas no município”, afirmou Selma.

Dependendo da “resposta”, a estudante antecipou que o grupo pensa em levar a experiência para outros pontos do município. Outra meta é agregar visitação junto às escolas da rede municipal, para ampliar a ação de conscientização.