PM certifica 700 e celebra 15 anos de atividades do Proerd na cidade





AC Prefeitura / Evandro Ananias

Durante formatura, crianças do 5º ano reforçam juramento para ficar longe das drogas e da violência

 

Solenidade realizada na tarde do dia 28 de novembro marcou formatura promovida pela Polícia Militar de alunos de Emefs (escolas municipais de ensino fundamental). Ao todo, 700 estudantes receberam certificado de conclusão do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência).

A iniciativa completou 15 anos no município, dos quais 14 com aulas ministradas pelo cabo Valdemir Ledo Bonfim. Com formação específica, o instrutor já percorreu, praticamente, todas as escolas públicas e particulares do município. Neste ano, teve como alunos crianças que estudam em oito unidades.

Acompanhados de pais, familiares e responsáveis, os meninos e meninas receberam certificados no evento sediado no ginásio do Clube de Campo e iniciado às 14h. O comando da PM também entregou prêmios às “melhores redações”.

Para o comandante da 2a Cia. da PM, capitão Kleber Vieira Pinto, a formatura é um momento importante porque representa o fechamento de um ciclo de ensino. O evento também é considerado um “reconhecimento da dedicação dos alunos”. “Tem, ainda, a valorização da autoestima do formando”, disse.

O capitão afirmou que a formatura contribui para que os estudantes tenham “mais consciência sobre os atos de civismo”. Sustentou que a entrega de certificados também reafirma junto aos contemplados a questão do respeito, especialmente, porque a cerimônia conta com presença de autoridades.

Além de Kleber e do cabo responsável pelas aulas, o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, e a secretária municipal da Educação, Cultura e Turismo, Ângela Sartori, acompanharam o evento. Eles integraram mesa, falaram sobre o trabalho desenvolvido pela Polícia Militar e concederam os certificados.

Conforme o capitão, o recebimento do diploma é quando “os estudantes reafirmam o juramento que fizeram para ficarem longe das drogas e da violência”. “É o momento que eles exercem formalidade, têm a autoestima elevada, contato com lideranças locais e lembram todos os ensinamentos”, resumiu.

Instrutor do Proerd, Bonfim declarou que a prevenção de uso das drogas lícitas e ilícitas engloba diversas atividades. A principal é a elevação da autoestima das crianças e a conscientização sobre os malefícios das drogas. “Damos orientação para que elas possam resistir à pressão da sociedade”, iniciou o instrutor.

O trabalho desenvolvido em Tatuí segue o segundo – de um total de três – currículos que são oferecidos pelo programa. Ele tem ações específicas para “educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental” e “pais e responsáveis”.

Na cidade, a PM usa o segundo currículo, voltado para alunos do “5o ano do ensino fundamental (antiga 4a série). A explicação é que alunos desse ano são “considerados mais velhos para o grupo de alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental, mas calouros nas escolas que oferecem o segundo ciclo”.

“Então, eles são exemplo para os mais novos e estão vulneráveis aos alunos do 6o ano em diante. Podem ser pressionados a experimentar drogas ou a participar de ações de violência ou serem influenciados”, explicou o instrutor.

Por meio de instruções específicas, Bonfim, afirmou que os alunos ficam mais “preparados” para enfrentar situações que envolvam uso de drogas ou violência. “Por isso, nós trabalhamos com o 5o ano. Nós preparamos os alunos para que eles fiquem mais ‘resistentes’ às más influências”, ressaltou.

Ao todo, 700 alunos receberam as instruções de prevenção e integram a segunda turma formada neste ano. Em junho, a PM entregou certificados a estudantes das Emefs “José Tomás Borges” (Santa Cruz), “Maria da Conceição Oliveira Marcondes” (Valinho), “Eunice Pereira de Camargo” (Jardins de Tatuí) e “Firmo Antônio de Camargo Del Fiol” (Jardim Planalto).

Os formandos da 2a turma do ano estudam na “Eugênio Santos” e “João Florêncio” (ambas no centro), “Teresinha Vieira de Camargo Barros” (Jardim Manoel de Abreu), “Accácio Vieira de Camargo” (São Cristóvão), “Sarah de Campos Vieira dos Santos” (centro), “José Galvão Sobrinho” (Jardim Tóquio), “Magaly Azambuja de Toledo” (Jardim Santa Rita de Cássia).

Em sua 15a edição, o Proerd incluiu alunos do Colégio Anglo. Como os demais estudantes, eles receberam instruções em sala de aula. Bonfim percorreu as unidades para aulas ministradas uma vez por semana (alternadamente).

Cada instrução teve duração de 50 minutos, com atividades que seguiram material didático para acompanhamento. Pais e responsáveis também participaram das ações. “Eles são importantes por conta do exemplo”, disse o instrutor.

À frente dos trabalhos desde 2000, Bonfim segue ensinamentos que constam em materiais pedagógicos cedidos pelo programa educacional norte-americano denominado Dare (Drug Abuse Resistance Education – Educação para Resistência ao Abuso de Drogas, na tradução do inglês para o português).

O Proerd é uma adaptação da iniciativa para o Brasil, seguindo padronização. “Logicamente, que a realidade deles é diferente da nossa. Então, nós trabalhamos com algumas adaptações”, descreveu o cabo da Polícia Militar.

Entre as orientações incluídas nos trabalhos está a prevenção ao uso de crack. “No Brasil, ela é uma droga mais presente. Apesar de estar espalhada pelo mundo. Mas no Brasil ela é mais acessível”, explicou o instrutor.

De modo a manter as crianças afastadas desse entorpecente – e dos demais tipos, como cigarros e bebida alcoólica –, a PM trabalha aulas que são ministradas nas escolas. Ao todo, os estudantes têm de completar dez lições para se formar.

A conclusão consiste na produção de uma redação, na qual os estudantes escrevem sobre o que aprenderam com o Proerd e como pretendem usar os ensinamentos. O curso de formação é oferecido ao longo de dois meses e meio.

“Não há avaliação. Nós medimos a participação em sala de aula, a acolhida e, também, o sucesso por meio da produção de texto”, comentou o policial militar. Os melhores textos produzidos em cada uma das salas de aula são premiados com medalha. A entrega dos vencedores aconteceu durante a formatura.

Em Tatuí, o programa superou as expectativas da PM, na avaliação do comandante da 2a Companhia. Kleber disse que o Proerd é exemplo de sucesso, uma vez que está formando filhos de ex-alunos. “Ao ponto de termos, nas arquibancadas, pais que fizeram o curso conosco e que fizeram questão de que seus filhos também recebessem a mesma formação”, destacou.

Parte integrante das ações de prevenção indireta de crimes, o programa é classificado pelo comando como primordial. Segundo o comandante, ele representa a concretização da missão constitucional da corporação e uma ação de responsabilidade social “muito proveitosa”. “Por isso que fazemos todo o esforço para que ela continue a ser desenvolvida no município”, comentou.

Kleber reforçou, ainda, que o programa terá continuidade no município. Em 2015, ele deve mudar de instrutor. “O cabo Bonfim está prestes a passar para a inatividade e nós estamos buscando a formação de outro instrutor”, disse.

O novo policial responsável deverá atuar voluntariamente e realizar um curso junto à Diretoria de Polícia Comunitária, em São Paulo. “Para ser proerdiano, como nós chamamos, é preciso atender a outros requisitos, não pode ser fumante e não pode consumir bebida alcoólica”, antecipou o comandante.

Ainda conforme ele, a PM deve abrir processo de inscrição livre. “Nós vamos consultar nosso efetivo para ver quem gostaria de ser voluntário”, concluiu.