Operação da PF (Polícia Federal) deflagrada ontem, terça-feira, 4, em quatro Estados, resultou no cumprimento de mandados em Tatuí. Na cidade, os agentes compareceram a um prédio, no centro, durante a madrugada.
A ação chamou a atenção de um porteiro do edifício. Conforme informações extraoficiais, o funcionário teria acionado a Polícia Militar para confirmar a identificação dos agentes. Na sequência, liberou a passagem deles.
Denominada de “Veraneio”, a operação tem como objetivo desarticular organização criminosa sediada em Sinop, no Mato Grosso. Conforme a PF, a quadrilha praticava crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro em três países: Brasil, Venezuela e Honduras.
Ao todo, a operação previu o cumprimento de 48 mandados judiciais, sendo 7 de prisões temporárias, 17 conduções coercitivas e 24 buscas e apreensões em Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Amazonas. No primeiro Estado, as determinações envolveram investigados em Sinop e Sorriso.
Em Minas Gerais, os mandados incluíram suspeitos residentes em Belo Horizonte, Pará de Minhas e Formiga.
Em São Paulo, além da capital, a operação registrou cumprimentos em Tatuí e mais seis municípios: Atibaia, Campinas, Sorocaba, Mogi das Cruzes, Guarulhos e Ribeirão Preto. Os mandados expedidos no Amazonas incluíram Manaus e Tabatinga.
A operação é resultado de investigação que se desenvolveu entre 2011 e 2014. Segundo a PF, a estimativa é de que seria transportada cerca de uma tonelada de cocaína por mês da região de Apure, na Venezuela, com destino a Honduras.
O carregamento seria feito na região fronteiriça com a Colômbia, dominada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). De Honduras, ele teria outro destino, visando abastecer cartéis sediados no México.
Com base em Sinop, a quadrilha é apontada como responsável pela aquisição de aeronaves no Brasil. De acordo com a PF, elas seriam adaptadas para o transporte de cargas, tendo o prefixo identificador adulterado.
As investigações apontaram que os envolvidos realizavam todo o transporte entre a Venezuela e Honduras e, depois, abandonavam as aeronaves. Eles retornavam ao Brasil em voos comerciais, de modo a evitar que houvesse rastreamento.
Em julho de 2012, policiais de Honduras apreenderam quase uma tonelada de drogas. Na ocasião, uma pessoa morreu e outra foi detida. O entorpecente estava em um avião monomotor que sobrevoava Catamas, em Honduras. Rastreada desde a saída da Venezuela, a aeronave foi forçada a pousar em uma estrada rural.
O nome da operação é referência à coleção de veículos mantida pelo líder da organização criminosa.
Para realizá-la, a Polícia Federal contou com a colaboração da FAB (Força Aérea Brasileira), da polícia de Honduras, de agentes da Força Aérea Colombiana e da Agência Antidrogas dos Estados Unidos.
Nenhum dos acusados teve o nome divulgado. Os presos, porém, responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico internacional, lavagem de dinheiro e organização criminosa transnacional.