Petistas de Tatuí­ fazem neste sábado plenária sobre futuro





Os rumos do PT (Partido dos Trabalhadores) de Tatuí para este ano serão definidos na manhã deste sábado, 24. A partir das 10h, a diretoria executiva da legenda discutirá com os correligionários qual será a “dinâmica de trabalho”.

Na ocasião, o presidente do partido, Mário Luís Rodrigues da Costa, Marinho, quer discutir com os membros se o PT permanece ou não na base de governo do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu. O partido alega que houve desgaste no relacionamento com o prefeito desde o primeiro ano de gestão.

Ao todo, nove pessoas integram a executiva. Ela é composta pelo próprio presidente do PT e pelo líder da bancada do partido na Câmara Municipal, vereador André Norbal.

Para a plenária, Marinho afirmou que, se houver necessidade, os demais vereadores petistas (José Marcio Franson e Oswaldo Laranjeira Filho) também terão direito a “participação efetiva”.

De acordo com ele, no geral, somente a executiva vota – no caso de não haver consenso. Caso as sugestões apresentadas pela diretoria não sejam aceitas pela maioria, o vice-prefeito Vicente Aparecido Menezes, Vicentão, também poderá votar. “Nós achamos mais justo dessa maneira”, disse.

Franson, Laranjeira e Vicentão não integram a executiva. Entretanto, eles terão direito a voto por conta da representatividade que dão ao partido no município. Já os demais correligionários (filiados e militantes) terão direito a argumentação.

“Essa é a marca do PT. Falar, todo mundo vai poder, agora, na hora de decidir, somente a executiva vai poder dar o veredito apropriado”, declarou Marinho.

O presidente não antecipou quais tópicos serão abordados na plenária. Afirmou, somente, que os debates devem girar em torno de assuntos que integram uma pauta. Além da permanência no governo, relatou que os membros vão conversar sobre estratégia de crescimento.

A diretoria deve divulgar nota com o posicionamento oficial do partido a partir da segunda-feira, 26. Porém, Marinho disse que prefere pontuar as decisões que serão adotadas, pessoalmente, para os órgãos de imprensa.

“Eu pretendo conduzir essa questão. Nós vamos divulgar um posicionamento, mas estou discutindo como isso vai acontecer, porque estou bem chateado com coisas que algumas pessoas tentam manipular”, desabafou.

A queixa diz respeito a notas que teriam sido publicadas por veículos de comunicação sem terem como base declarações feitas pelo próprio presidente. Marinho já havia reclamado de especulações sobre o assunto no início deste ano.

Oficialmente, a diretoria convocou todos os membros do partido no decorrer da semana. Entretanto, Marinho informou que os filiados já sabiam do compromisso desde a segunda semana de janeiro. A data havia sido estabelecida em pré-reunião no dia 10.

Repensar o futuro

Conforme reforçou Marinho, a intenção do partido em realizar o encontro é repensar o futuro. A plenária passou a ser uma realidade para a legenda por conta de episódios envolvendo o prefeito e os petistas.

Em um deles, houve divergência de opiniões sobre a aprovação do projeto de lei permitindo isenção de impostos para empreiteira que deve construir 652 casas populares em Tatuí.

Em novembro do ano passado, o partido oficializou a intenção da plenária em entrevista a O Progresso. Marinho e Vicentão anteciparam a decisão, informando que os membros se reuniriam para tratar do assunto em janeiro deste ano.

Na reunião, o PT vai, basicamente, redefinir suas estratégias e metas. Além da questão prioritária, Marinho adicionou que a diretoria executiva aproveitará o momento para alinhar os propósitos de todos os correligionários.

A argumentação é que o relacionamento entre o prefeito e o partido “ficou desgastado”. Vicentão queixou-se de ter sido afastado da administração municipal em abril de 2014. Alegou que, mesmo não querendo, teve de deixar a Secretaria Municipal de Governo, Segurança Pública e Transportes.

Ainda segundo o vice, a proposta feita a ele previa a candidatura ao cargo de deputado estadual. Na ocasião, Vicentão não aceitou o convite e preferiu dedicar-se à campanha de outros correligionários.

Em dezembro de 2014, Vicentão disse que a legenda “perdeu ainda mais força” junto ao governo de Manu. O motivo foi fora a exoneração do também ex-secretário de Governo, Odailson Toth, do cargo de ouvidor do município.

A reunião do PT será realizada na sede do partido, à rua José Ortiz de Camargo, 483, no centro. Todos os filiados poderão comparecer e terão direito a emitir opinião, apontar pontos a serem corrigidos e apresentar sugestões. Entretanto, somente votarão integrantes da diretoria executiva.

O PT atribui a “ruídos de comunicação” o desgaste com a administração municipal. Conforme Marinho, muitas situações contribuíram para que o partido perdesse a “sintonia” com o prefeito. Entre elas, posicionamentos adotados por conta de cumprimento de medidas assumidas durante as eleições.

Para continuar na base, o PT deve exigir a viabilização de “políticas públicas voltadas às mulheres, negros e as pessoas com necessidades especiais”.

As exigências foram apresentadas ao prefeito ainda em novembro do ano passado. Na época, o partido declarou que comunicou Manu sobre a assembleia em janeiro. Agora, quer dele uma “sinalização com ações concretas”.

Caso os membros decidam por “rachar”, Marinho e Vicentão voltaram a sustentar que o partido não fará “oposição por oposição”. Conforme eles, “o projeto mais importante da legenda é promover o desenvolvimento do município”.