Tatuí teve aumento no número de ocorrências de furto, estupro de vulnerável e lesão corporal dolosa no primeiro semestre deste ano. Os números foram comparados com o primeiro semestre de 2017, em levantamento divulgado pela SSP (Secretaria de Segurança Pública), do Estado de São Paulo.
Os fatos envolvendo lesão corporal dolosa tiveram aumento superior a 29,7%, passando de 175, no primeiro semestre de 2017, para 227, no mesmo período deste ano. Já o total de estupros passou de 22 registros para 29 neste ano.
Os casos mais recorrentes continuam sendo de estupro de vulnerável. No ano passado, este tipo de crime representou 59% dos casos, e, nos primeiros seis meses deste ano, subiu para quase 80%.
Outro crime que teve aumento expressivo neste ano é o furto. As ocorrências subiram de 459 para 534, sendo que os furtos de veículos aumentaram de 71 para 72 casos.
O secretário municipal da segurança pública e mobilidade urbana, José Roberto Xavier da Silva, ressalta que as autoridades estão trabalhando para reduzir os índices de criminalidade e que os números de ocorrência estão dentro da margem esperada.
“Os crimes como furto e estupro de vulnerável são casos muito difíceis de serem evitados porque envolvem muitos fatores. Mas, no contexto geral da violência, estamos conseguindo manter um bom nível de segurança”, declarou o secretário.
Para a comandante da 2a Cia. de Polícia Militar, capitã Bruna Carolina dos Santos Martins, os índices de furto necessitam de apoio da população para que possam ser reduzidos. De acordo com ela, na maioria dos casos, a denúncia e a prevenção são fatores decisivos para o combate à criminalidade.
“Temos um patrulhamento preventivo que apresenta um bom resultado diário, porém, fica difícil ter olhos para tudo. Nestes casos, é importantíssimo o apoio dos cidadãos”, argumentou a capitã.
Ela explica que, em alguns crimes, a própria Justiça e as leis em vigência acabam dificultando a redução das ocorrências, já que, em alguns casos, o ladrão chega a ser preso, mas acaba solto em seguida.
“Como o furto não envolve grave ameaça ou violência, às vezes, o ladrão não permanece preso e, quando volta para rua, ele furta de novo. Não dá para dizer que é um crime incontrolável, mas, nestes casos, o que ajuda mais é a prevenção”, observou.
“O que a população pode fazer é evitar. No caso de furto de veículos, é aconselhado evitar deixá-lo estacionado em locais ermos e sempre usar de artifícios de segurança, como alarme, corta-combustível e outras ferramentas que servem para dificultar a ação dos infratores”, orienta.
Ainda segundo a comandante, os índices da SSP respeitam o número de boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil, mas isso pode não representar os números reais de furto, principalmente os que envolvem veículos.
“Tem muitos casos que atendemos de motoristas que acionaram a viatura dando queixa de furto e, horas depois, acabam encontrando o veículo, alguns quarteirões à frente”.
“Isso entra na nossa planilha como furto, mas, na verdade, a pessoa simplesmente esqueceu onde estacionou. Não teve um nem dois casos assim, foram muitos no município”, contou.
Xavier explica que os números que mais assustam quando apresentam aumento são os casos que envolvem violência, como homicídio e roubo. “Nestes casos, estamos conseguindo reduzir consideravelmente os índices, tanto que ficamos entre as quatro cidades menos violentas em estudo do Mapa de Segurança”, afirmou.
A pesquisa citada pelo secretário refere-se a um estudo, realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no qual o órgão apontou um mapeamento das mortes violentas nos municípios brasileiros com população superior a cem mil residentes, com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).
Tatuí teve o melhor resultado da RMS (Região Metropolitana de Sorocaba) e está entre as quatro cidades com menores índices de homicídios no país. A apuração foi divulgada na edição deste ano do “Atlas da Violência: Políticas Públicas e Retratos dos Municípios Brasileiros”, baseada em estatísticas de 2016.
A afirmação do secretário também é apontada pelo levantamento da SSP. Segundo as estatísticas divulgadas pelo órgão, a cidade registrou queda nas ocorrências de homicídio doloso, no total de roubos e no número de lesões corporais por acidente de trânsito.
O total de roubos diminuiu quase 59%. Em 2017, eles representaram 141 casos, contra 83 nos primeiros seis meses deste ano. O número total inclui os casos de roubos de veículos, que tiveram um aumento de pouco mais de 6%, somando 71 casos em 2017 e 72 neste ano.
As ocorrências de homicídio doloso – com intenção de matar – tiveram redução de 6,6%. De janeiro a junho de 2017, foram registrados três casos, enquanto que, no mesmo período de 2018, foram dois.
Nos casos de homicídios culposos por acidentes de trânsito – quando há negligência, imprudência ou imperícia –, o número também baixou, de oito para sete em 2018. As lesões corporais culposas por acidente de trânsito também tiveram redução, de 213 para 115.
A pasta atribuiu as reduções nos casos de homicídios e roubos ao trabalho da Guarda Civil Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil.
“Os números dos crimes mais violentos tiveram redução por conta da união das instituições de segurança. Essa proximidade e soma de esforços traz esses números expressivos do trabalho no combate à criminalidade”, salientou Xavier.
Sobre o aumento nos estupros, Xavier apontou estar havendo maior quantidade de registros nas delegacias. No Estado, os registros de estupro no período passaram, de 5.280 em 2017, para 6.109 mil neste ano, o que equivale a 29 casos por dia. Conforme o secretário, o estupro também é um crime de difícil combate.
“Na maioria das vezes, o estupro ocorre entre pessoas que têm algum tipo de relacionamento, seja afetivo, familiar ou vizinho. E o crime acontece entre quatro paredes, dificultando a sua prevenção”, argumentou.
Ele ressaltou a importância de a vítima realizar o registro formal à polícia. “A comunicação permite que o crime seja mapeado e que medidas de proteção sejam tomadas em relação às vítimas”, orientou.
Os dados da secretaria estadual demonstram que, no campo da produtividade policial, os números melhoraram. O total de inquéritos instaurados teve aumento, de 565, entre janeiro e junho de 2017, para 671, nos primeiros seis meses de 2018.
Também houve aumento dos casos de porte de entorpecentes (19 para 26), tráfico de entorpecentes (106 para 188) e porte ilegal de armas (3 para 6).
O número de flagrantes lavrados subiu de 222 para 296. Os documentos resultaram em prisões e apreensões, que também tiveram resultado superior ao registrado nos primeiros meses de 2017.
Os infratores apreendidos em flagrante sofreram aumento, de 80 para 109, assim como o número de prisões efetuadas, de 326 para 412.
Do total, 371 foram presos em flagrante, contra 268, no primeiro semestre de 2017. Outras 116 pessoas foram presas por mandado, superando as 94 que tinham sido recolhidas no ano passado. Já o número de veículos recuperados baixou, de 63 para 57.
Outro dado que teve aumento, entre janeiro e junho deste ano em comparação com o mesmo período em 2017, envolve os veículos recuperados, subindo de 23 para 31.
Atualmente, 19 viaturas e 150 GCMs estão em ação na cidade, auxiliando a PM no combate à criminalidade. São dez carros, – sendo um adaptado para o atendimento de deficiente – e oito motos. Os veículos são divididos entre patrulha rural e Romu (Ronda Ostensiva Municipal).
“A Guarda cuida do patrimônio da cidade e auxilia a população, fazendo um trabalho preventivo, com patrulhamento pelas ruas e programas sociais”, pontuou Xavier.
Já a Polícia Militar conta com viaturas da Força Tática, Canil, Rocam (Ronda Ostensiva com apoio de motocicletas), Ronda Escolar, Policiamento Integrado, Degem (Diário Especial por Jornada Extra de Trabalho), Rádio Patrulhamento e o patrulhamento rural para auxiliar nas ações preventivas de segurança.
“Está tudo devidamente controlado. Podemos considerar Tatuí uma cidade segura. Estamos exercendo com maestria”, concluiu Bruna.