
Alexandre Provasi, 32, teve a prisão temporária de 30 dias decretada na manhã de ontem, terça-feira, 21. O fotógrafo, conhecido como “Buzina”, é suspeito de ter matado o próprio pai, o comerciante Jair Provasi, 64, na madrugada de sábado, 18.
A vítima foi encontrada morta na própria cama. A casa onde o comerciante morava fica na rua Dr. Alberto Seabra, na vila Minghini. Segundo a Polícia Civil, o comerciante recebeu múltiplas facadas na região do tórax, abdômen e face. Os golpes teriam sido desferidos com um punhal, que não foi encontrado.
A equipe de investigações anunciou ter provas contra Buzina. Uma câmera de monitoramento de uma residência vizinha flagrou o suspeito entrando na residência onde morava com o pai, às 2h46. O Renault Clio Sedan do fotógrafo foi visto, às 5h22, saindo da garagem da casa.
Além disso, Buzina teria apresentado escoriações no abdômen e ferimento em uma das mãos. Ele não teria explicado o motivo dos machucados.
Em um primeiro depoimento, na tarde de domingo, Buzina afirmou ter passado a noite fora de casa. Confrontado com as imagens da câmera de monitoramento, o suspeito mudou a versão. Ele afirmou ter dormido no período em que esteve na casa, hipótese refutada pela Polícia Civil.
O suspeito afirmou que, entre 1h e 2h46, circulara pela cidade em busca de companhia. No período em que esteve na casa, dormiu. O fotógrafo afirmou que saiu novamente às 5h22 e dirigiu-se até uma casa de prostituição localizada na divisa entre Tatuí e Boituva.
Ele não soube dizer quanto tempo permanecera no local, mas disse ter comprado maços de cigarro e dez latas de cerveja. Funcionários do local confirmaram a ida de Buzina à casa de prostituição.
A partir daí, Buzina contou que passara por cidades como Cerquilho, Tietê, Jumirim e Laranjal Paulista, onde ficou hospedado em um quarto de motel, na rodovia Marechal Rondon (SP-300).
O suspeito disse ter permanecido no motel até as 11h30, horário que voltaria para Tatuí. Em oitivas, funcionários do motel teriam dito à Polícia Civil que não viram Buzina no estabelecimento.
Aos investigadores, membros da família do suspeito teriam dito que Buzina é usuário de cocaína. A Polícia Civil suspeita que as duas saídas dele da casa tenham a ver com a procura de drogas pela cidade e região.
Com o avanço das investigações, a Polícia Civil espera solicitar a prisão preventiva dentro de 30 dias. O órgão aguarda a chegada de laudos do local do crime e de autópsia realizada pelo IML (Instituto Médico Legal) de Itapetininga.
Os investigadores suspeitam que o comerciante foi atacado pelo filho já acordado. O corpo dele foi encontrado na manhã do domingo em posição transversal da cama.
O ataque a facadas teria ocorrido no próprio quarto, uma vez que exames preliminares do local do crime descartaram vestígios de sangue em outros locais da casa.
A Polícia Civil informou, ainda, que Buzina teria tomado banho e se trocado após supostamente ter cometido o crime. Ele teria chegado à casa, onde mora com o pai, vestindo camiseta e bermuda e saído com calças jeans.
Segundo testemunhas, eram frequentes os desentendimentos entre pai e filho. Desde a separação conjugal, ocorrida havia cerca de 20 dias, Buzina estava morando com o genitor. Os motivos das brigas seriam o uso de drogas e saídas noturnas. O suspeito foi conduzido para a Cadeia Pública de Piraju.
Falso sequestro
A Polícia Civil reabriu investigações sobre o sequestro sofrido por Buzina em agosto do ano passado. O fotógrafo alegou ter perdido R$ 5.000 no rapto.
A suspeita dos investigadores é de que ele tenha usado o dinheiro para a compra de drogas e em casas de prostituição. Ele teria forjado o sequestro para justificar à ex-esposa o desaparecimento do dinheiro.
Na época, Buzina teria dito que fora abordado por um ladrão enquanto dormia. O meliante teria o obrigado a se levantar e pegar a chave do carro. O sequestrador teria um revólver.
Caso seja comprovada a dissimulação, o fotógrafo poderá também ser processado por falsa comunicação de crime.
Suspeito postou homenagem ao pai em perfil de rede social
Em rede social, Alexandre Provasi, suspeito de ter matado o próprio pai, lamentou a morte do genitor. Em postagem no “Facebook”, Buzina, como é conhecido, postou: “Meu pai não merecia isso, trabalhador, honesto, tirava a roupa do corpo pra outro vestir”.
Entre a postagem, feita às 19h52 do sábado, 18, e a tarde de terça-feira, 21, a homenagem de Buzina ao pai rendeu-lhe mais de 510 mensagens de condolências.