Da reportagem
A Polícia Civil realizou na manhã de segunda-feira, 21, a operação intitulada “Coca”, para o cumprimento de mandados de busca, prisões temporárias e apreensão de bens nos bairros Pacaembu, Americana, Jardim Lucila e Jardim Tatuí.
Durante a ação, oito pessoas da mesma família foram presas acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas. Também foram apreendidos aparelhos celulares, roupas, sapatos, capacetes, chips, pen-drives, computadores e veículos, além de R$ 27,7 mil em dinheiro.
A O Progresso, o delegado Carlos Augusto Palumbo Del Galo afirmou que a operação acontecera como complemento das investigações realizadas pela equipe de patrimônio do SIG (Setor de Investigações Gerais).
Segundo ele, com o uso de interceptação telefônica, autorizada pela Justiça, investigadores detectaram que uma organização criminosa “bem estruturada” atuava no tráfico de drogas na cidade. Ainda descobriram que o grupo se utilizava de um esquema de “delivery” para a distribuição do entorpecente.
Conforme Del Galo, as investigações começaram há “um bom tempo”, contudo, foram dois meses de interceptação e ação controlada (meio de obtenção de provas), ambas autorizadas pela Justiça, nas quais foram identificados os suspeitos e solicitadas as buscas.
O trabalho resultou em cinco mandados de busca e apreensão em domicílio, quatro ordens de apreensões de veículos – que seriam utilizados para o tráfico de drogas – e oito prisões temporárias expedidas pela 2ª Vara Criminal de Tatuí.
“Descobrimos que a organização trabalhava em família. O chefe (de 41 anos) e a esposa (31 anos) organizavam a estrutura do delivery. O cliente ligava, pedia a droga e, em 30 minutos no máximo, um motoqueiro ou uma pessoa de carro ia fazer a entrega”, contou o Del Galo.
O delegado informou que, além do casal, três filhos do homem – considerado chefe da organização – foram presos, suspeitos de envolvimento no esquema de entrega de drogas (um de 19 anos, outro de 23 anos e uma jovem de 20 anos). Também foram detidos outros dois jovens de 23 anos e um homem de 32 anos.
Segundo o SIG, desde o início das interceptações, somente no celular que estaria sendo usado para o comércio de drogas, foram ouvidas mais de 9.000 ligações que comprovaram a venda de drogas. No decorrer das investigações, oito celulares foram “grampeados”.
“Com a ação controlada, conseguimos acompanhar o pessoal fazendo entrega e registrar imagens dos membros da organização com os capacetes, com as roupas, motos e veículos fazendo as entregas. Por isso, a apreensão dos acessórios”, argumentou o delegado.
A ação começou por volta das 6h. Segundo o boletim de ocorrência, não foram apreendidas substâncias destinadas ao tráfico de drogas, salvo seis porções individuais menores e duas porções maiores de maconha, encontradas na casa de um dos suspeitos, que alegou que a droga seria para consumo próprio.
“A equipe que nós prendemos vendia apenas cocaína. Como localizamos maconha e em pouca quantidade, ficou evidente que a droga era para uso próprio e não para a venda”, completou o delegado.
Os acusados não tiveram os nomes divulgados pela PC por estarem cumprindo prisão temporária. Segundo Del Galo, o prazo de detenção é de 30 dias para que a polícia possa investigar melhor as provas, sem ter interferência externa dos membros da organização.
“Eles poderiam atrapalhar a investigação, sumir com provas e outras situações. Depois que eles cumprirem a prisão temporária, devem ir para prisão preventiva e ser condenados. Há muitas provas. Então, acredito que sejam condenados”, explicou o delegado.