‘Paulo Setúbal’ sedia exposição inspirada em ‘euforia’ brasileira





Elas são redondas, coloridas e retratam em colagens um ciclo “eufórico” de quase uma década de desenvolvimento econômico-social brasileiro, que culminou com a realização da Copa do Mundo de futebol.

As 30 telas do artista paulistano Geraldo Souza Dias que integram a mostra “Zen Hostel Brasil” serão expostas no Museu Histórico “Paulo Setúbal” a partir da próxima sexta-feira, 6.

A abertura acontece a partir das 19h, à praça Manoel Guedes, 98, com apresentação do Coro Sinfônico do Conservatório de Tatuí, sob regência de Robson Gonçalves.

Conforme a equipe do museu, a mostra, inédita, foi produzida pelo artista a partir de meados do ano passado. “O título refere-se, indiretamente, ao fim de um ciclo eufórico de quase uma década de desenvolvimento econômico-social vivenciado no Brasil, e que se encerra justamente no momento em que o país se abre para o mundo durante os jogos da Copa do Mundo, e recebe milhares de visitantes e, diretamente, a um pequeno cartão promocional em formato redondo, de um albergue na vila Madalena, justamente o distrito de São Paulo que mais celebrou essa internacionalização”, destaca-se em texto enviado à imprensa.

A internacionalização da mostra situa-se, de acordo com a promoção da exposição, em momento atual, a partir de “fluxos migratórios desencadeados por conflitos bélicos e desastres ambientais”.

“A questão se atualiza, e uma nova disposição política coloca-se na ordem do dia, com a revitalizada vocação histórica do Brasil, de dar acolhimento a essas massas desenraizadas”, afirma-se.

A série utiliza o formato redondo e revisita estilo de pintores renascentistas, com todo o caráter simbólico atribuído ao círculo e com a colagem, característica atual do trabalho de Dias.

As obras, que têm entre 20 centímetros e um metro, também originaram um vídeo homônimo que narra o processo de produção do artista.

Dias é pintor e arquiteto, formado pela faculdade de arquitetura e urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), mestre em artes visuais pelo Pratt Institute (Nova York) e doutor em teoria da arte pela Universität der Künste, em Berlim. É professor associado na ECA/USP.

Frequentou cursos de artes plásticas, estudando pintura com Esmeralda Navarro e Carlos Fajardo (1941), xilogravura com Renina Katz (1926) e desenho de modelo vivo na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Entre 1979 e 1982, contou com bolsa concedida pelo CNPq para pesquisa sobre a obra de arte no espaço urbano de Brasília, orientado por Aracy Amaral. Como pintor, tem grande parte da obra focada na pintura abstrata.