‘Patrulha Mirim’ abre inscrição para meninos iniciarem turmas





Arquivo O Progresso

Meninos integrantes do ‘Patrulha Mirim’ frequentam atividades diariamente

 

Inscrições para a próxima turma do projeto Patrulha Mirim estão abertas e podem ser feitas no Colégio Objetivo, à rua Prof. Oracy Gomes, 665. A turma será feita com meninos de 12 anos e 8 meses a 14 anos.

Os pais ou responsáveis, no momento da inscrição, devem apresentar comprovante escolar do aluno e certidão de nascimento.

Não há data definida para o término das inscrições, mas Francisco Antonio de Souza Fernandes, Quincas, idealizador da iniciativa, informou que, se até o fim do mês de abril houver número “considerável” de inscritos, em maio, será iniciada a próxima turma.

Atualmente, o projeto, vinculado à Secretaria de Indústria, Desenvolvimento Econômico e Social, conta com 60 alunos, divididos em duas turmas: manhã e tarde.

Os meninos que estudam de manhã vão à tarde à Patrulha e fazem, aproximadamente, duas horas de atividades diárias, de segunda a sexta. Garotos que frequentam aulas no período da tarde vão à Patrulha de manhã. As atividades desenvolvidas com os alunos são educativas e esportivas.

O “Patrulha Mirim”, segundo Quincas, é um projeto que tem como finalidade a inserção dos meninos no programa “Jovem Aprendiz”. Os alunos frequentadores da Patrulha passam, aproximadamente, um ano fazendo formação.

Eles aprendem noções de postura, valores, educação, boas maneiras, interação, respeito, higiene, saúde, primeiros socorros, atendimento em escritórios e outros.

Conforme Quincas, o projeto também auxilia os alunos com aulas de informática. “Nós estamos, agora, em fase de execução do laboratório, que ainda não está concluído, mas que será a parte prática antes da formação deles”.

Quincas disse que os participantes da Patrulha também estão atuando em algumas repartições públicas do município, como Prefeitura, Câmara e secretarias, para recepcionar o público.

“Por exemplo, você chega na Prefeitura, eles dirigem você até o local que você precisa ir. Ou, simplesmente, recepcionam dando bom-dia, boa-tarde, perguntando em que podem ajudar”, explicou Quincas.

Os meninos ficam cerca de uma hora por dia nesses locais, recepcionando as pessoas, mas não há vínculos empregatícios, pois os alunos são novos, e é proibido por lei que trabalhem.

De acordo com Quincas, o tempo que os meninos passam recepcionando as pessoas nas repartições é uma forma de aprendizado lúdica, que vai auxiliá-los futuramente em outros empregos, ou na própria vida pessoal.

Essa recepção dos meninos em diversos locais da cidade é chamada de “estágio educacional”.

“Eles aprendem a interação com as pessoas, porque os meninos são mais retraídos que as meninas. Eles têm pouca facilidade de conversar, então, isso é importante, pois vão acabar perdendo a vergonha de interagir com as pessoas”, afirmou Quincas.

Foi apresentado um protocolo sobre essa atividade de recepção em repartições ao juiz Walmir Idalêncio dos Santos, e, segundo Quincas, ele “deu o aval para efetuar o estágio com os meninos”.

O estágio é a única atividade prática que os alunos fazem fora do local da Patrulha. Mas, também, eles frequentam alguns locais para assistirem palestras.

“Recentemente, fizeram um curso para prevenção de acidentes no Corpo de Bombeiros, estiveram no Poupatempo, para aprenderem um pouco mais sobre interação, e, assim, fortalecer o trabalho de atendimento ao público”, afirmou Quincas.

Os alunos também fazem atividades esportivas, com um profissional especializado. Também há, na Patrulha, uma coordenadora pedagógica que acompanha o desenvolvimento deles.

Quincas afirmou que ele e a equipe da Patrulha procuram, sempre, voluntários para dar palestras aos alunos, “pois não há condições de pagar mais funcionários para isso”.

De acordo com Quincas, o projeto começou com crianças de 12 anos, mas “elas eram novas e não aguentavam a responsabilidade diária de fazer atividades”. Por isso, decidiu, junto à equipe, diminuir o tempo de aprendizado e aumentar a idade dos participantes.

Ele lembrou que, há muitos anos, Tatuí já teve uma Patrulha, “mas, por uma série de problemas, como crianças trabalhando no Rotativo (sistema de estacionamento nas vias públicas), a Justiça proibiu e cortou o projeto”.

Quincas afirmou que, atualmente, a Patrulha iniciou as atividades em comum acordo com o Juizado da Infância e da Juventude. Ele aponta que resgatou a Patrulha antiga, mas com um novo formato, em que os meninos não trabalham.

Conforme Quincas, o projeto já rende bons resultados. “Nós ouvimos depoimentos de pais de meninos que falam que eles não tinham nem coragem de lavar o próprio prato de comida, e, agora, fazem isso”.

“O respeito com pai e mãe em casa mudou bastante, e isso é relatado pelos próprios pais. Então, a Patrulha ajuda muito na convivência familiar, além de ajudar profissionalmente”, ressaltou.

De acordo com Quincas, é interessante iniciar essas atividades quando os meninos ainda estão novos, pois elas podem “livrá-los” de entrarem no “mundo das drogas”.

“A maioria vem de famílias humildes. Então, significa um passo muito grande na vida deles, é uma oportunidade que se abre na vida”, finalizou.