Patrimônio arquitetônico e cultural abriga 2ª loja da Coop no municí­pio





O Progresso

Membros da Coop e autoridades descerram faixa inaugural da segunda unidade que passará a ser modelo

 

Fundada em 3 de novembro de 1890, a Fábrica de Tecelagem Santa Adélia, a segunda implantada no município, é considerada parte da segunda geração de indústrias têxteis do Estado de São Paulo. Fechou as portas em 1981 e reabriu como hipermercado 34 anos depois, na noite de quarta-feira, 30 de setembro.

Declarada de valor histórico incalculável, a fábrica passou por uma segunda etapa de revitalização. A primeira aconteceu por conta da implantação de uma nova agência do Banco do Brasil, inaugurada em outubro do ano passado.

Desta vez, as obras tiveram como finalidade a abertura da segunda unidade da Coop (Cooperativa de Consumo) no município. O investimento no espaço somou R$ 20 milhões, possibilitado por meio de parceria com a Rede Comendador, de Tatuí, a quem pertence a área do antigo complexo fabril.

Denominada de “Coronel Seabra”, a unidade é a 29a loja de autosserviço da Coop. Ela contempla 2.300 metros quadrados de área de atendimento, com 119 vagas de estacionamento e recursos tecnológicos, fruto de um “novo conceito” de loja.

A unidade, aberta ao público na manhã de quinta-feira, 1o, foi apresentada à imprensa, autoridades e convidados na noite anterior. O evento de pré-inauguração contou com presença do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, políticos e sócio-fundadores da cooperativa. Entre eles, Irineu Américo Mandiero, Aristides Bento Malfatti, Milton Ferriani e João Carlos Rumin.

Também participaram da apresentação: Antonio Carlos Rizzo, Roberto de Almeida e José Ricardo Antunes (membros do conselho fiscal da cooperativa); Alex Souza, representante da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo); e membros de entidades de outros municípios.

Na ocasião, Marcio Francisco Blanco do Valle, diretor-presidente da Coop, falou sobre a história do grupo e a decisão de investir em Tatuí.

Abrindo os discursos, o prefeito destacou o empreendedorismo do Grupo Comendador e a importância do restauro do prédio como trabalho de recuperação do patrimônio arquitetônico e cultural do município. Conforme ele, a iniciativa de investimento também representou a geração de emprego e renda.

Apesar de particular, o investimento contou com apoio da Prefeitura. O prefeito afirmou que a administração “não mediu esforços” para a restauração, destacando como fundamentais as participações da arquiteta Claudete Maria da Porciúncula Fiuza e do diretor do Departamento Municipal de Cultura e Desenvolvimento Turístico, Jorge Rizek.

Com apoio do corpo de engenheiros da cooperativa, o Executivo incluiu uma novidade no projeto: um bulevar. Trata-se de uma calçada para permitir melhor circulação dos clientes e de quem passa pela região do empreendimento.

Para o prefeito, o investimento num momento de crise é sinal de que a administração municipal “não deve desanimar”. Manu destacou, também, que a cidade está para receber “um grande empreendimento” (shopping center).

Entretanto, citou que a ideia não foi “bem compreendida por alguns vereadores”. Ele referia-se à falta de votos favoráveis ao projeto de revisão do zoneamento.

Manu disse que espera conseguir manter o investimento na cidade e convidou a Coop a juntar-se ao negócio. Dirigindo-se ao diretor-presidente da cooperativa, falou que ela poderá tornar-se um dos “mercados âncora”.

Mais que investimento em termos de dinheiro, o representante da Ocesp destacou que a segunda unidade em Tatuí contribui para o desenvolvimento da cidade. Conforme Souza, a cooperativa difere de um supermercado porque valoriza o cooperado. “Nas cidades em que existem cooperativas, estão os maiores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) exatamente por isso”, falou.

O diretor-presidente da Coop mencionou que a abertura se dá cinco anos após a entrega da unidade anterior, sendo resultado de “um forte trabalho de revisão dos processos de trabalho e de desenvolvimento da cooperativa”.

Citando a importância do antigo complexo fabril para a arquitetura e a cultura da cidade, Marcio Valle afirmou que Tatuí ganhou mais um ponto de destaque.

Ele também mencionou números gerados pela unidade somados pela Coop. O novo investimento em Tatuí aconteceu 14 anos após a inauguração da primeira unidade na cidade. Em 2001, a Coop “rompeu uma tradição” ao escolher Tatuí para abrigar a primeira loja fora do circuito onde a Rhodia tinha fábricas.

“Podemos dizer que Tatuí representou a nossa emancipação, a maioridade. Nosso novo direcionamento com foco em oportunidades estratégicas”, concluiu.