José Expedito *
Mesmo sendo cada vez mais presentes, participativos e carinhosos nos tempos atuais, muitos pais ainda desconhecem a real dimensão do espaço que ocupam na vida de seus filhos e filhas.
Por muito tempo, a psicologia enfatizou apenas a estreita relação afetiva entre mães e filhos, principalmente nos primeiros anos de vida, até que pesquisas recentes reconheceram o papel paterno no desenvolvimento dos filhos desde a gestação.
Mas esse novo conceito e merecido prestígio ainda causa surpresa a muitos homens que, embora timidamente, começam a perceber todos os benefícios de sua presença carinhosa na convivência familiar.
Além de ser produtiva para pais e filhos, pode ser uma tarefa muito divertida e enriquecedora, quando há equilíbrio entre direitos e deveres nessa relação.
A paternidade responsável começa no planejamento familiar e acompanha todas as etapas da vida dos filhos, desde a gestação até a vida adulta. O pai moderno é aquele que tem a clara noção de que o homem não é só nem o único provedor do lar, dedicado apenas ao trabalho, mas sabe que deve gastar tempo, energia e disponibilidade para estar com sua família e compartilhar a vida de forma simples e intensa.
Para que a falta de tempo não impeça essa convivência, é preciso que estabeleçam prioridades e, com criatividade, proporcionem momentos de proximidade com os filhos.
Cumprir com alegria tarefas rotineiras como levar e buscar na escola, aproveitando para conversar sobre as coisas do dia a dia, sem que isso pareça um peso.
Criar e manter abertos os canais de comunicação com os filhos, a partir da escuta atenta e respeitosa, é fundamental para o fortalecimento da relação de confiança.
As historinhas contadas para os filhos na hora de dormir, aos poucos, devem dar lugar à escuta de como foi o dia e das “confissões de adolescentes” – que só saem nesse ambiente de aconchego e segurança –, estendendo-se até a iniciação profissional e empreendedora.
É necessário ao pai cultivar sempre uma postura de sensibilidade e ternura, essencial ao bom desenvolvimento humano. O pai que abraça o filho e a filha, ternamente, rompe com os preconceitos e deixa neles a semente da bondade e da generosidade, tão raras nestes tempos em que observamos tantos casos de violência verbal e física.
Esse novo conceito de paternidade faz a diferença na mudança de paradigmas em nossa sociedade, que está cada vez mais interconectada em redes.
E, nesse contexto, a tendência é aumentar os conflitos entre pais e filhos, que se isolam no mundo virtual. Por isso, torna-se urgente desenvolver habilidades de mediação e busca de consenso por meio do diálogo.
O princípio da boa relação está em compreender que cada pessoa é diferente em desejos, necessidades, percepções, noção de valores e personalidade.
Feliz Dia dos melhores amigos dos filhos!
* Jornalista e apresentador do “Jornal Café da Manhã”, pela Rádio Canção Nova.