Paciente quer iniciar ação de ajuda ao ‘Einstein’ de Tatuí­





“Eu poderia ser operada em São Paulo. Ter acesso ao melhor hospital, porque trabalhei em um banco nacional por quase 20 anos, mas não quis. Eu encontrei o Einstein, aqui, em Tatuí”. O testemunho refere-se ao atendimento de saúde que a Santa Casa ofereceu a uma paciente do município.

Em agradecimento ao tratamento – uma operação por conta de um câncer no cérebro –, Magali Hessel quer iniciar ação de ajuda ao hospital. Ela busca auxílio para arrecadar 120 metros de tecido na cor azul, para confecção de uniformes à equipe médica do centro cirúrgico.

A iniciativa surgiu de “sentimento de retribuição”. “Maga”, como é conhecida, foi operada após ter sido atendida pelo neurocirurgião Gianmarco Grandino. “Fui operada depois de ter tido um problema de infecção urinária, mas não desconfiava da doença (o câncer)”, contou.

Durante o tratamento do problema, Maga descobriu que a causa era um tumor. “Ele estava espremendo o meu cérebro e poderia provocar problemas nas minhas mãos e pernas. Foi aí que o médico (Grandino) me disse que eu precisava operar, e de modo urgente”, afirmou a paciente.

Em função de o nódulo ser benigno, Maga afirmou que não precisou passar por quimioterapia. “Eu senti que deveria fazer o procedimento aqui, em Tatuí. Uma voz me falou que era preciso eu ter fé, que o meu tempo não era o de Deus. Na última hora, o médico me disse que não dava mais para esperar”, contou.

Mesmo com o “prazo curto” (menos de 30 dias entre a descoberta e a operação), a paciente disse que não se desesperou. Tomou a medicação cedida pelo convênio – o qual viabilizou os custos – e se curou da infecção urinária.

Antes da operação, a paciente contou que havia sido orientada a ser transferida de Tatuí. Entretanto, relatou que se recusou a deixar o médico do hospital por conta do profissionalismo dele e da equipe. “Eu decidi ficar em Tatuí, operar com ele, e disse: ‘Vai ter de ser no Einstein daqui’”.

Em visita ao centro cirúrgico, antes da operação, Maga conversou com a equipe. “Pude sentir a garra dos meninos e meninas que trabalham lá. Tanto que decidi batalhar para doar alguns uniformes para o hospital”, reforçou.

Para isso, ela estima necessitar de 120 metros de tecido, na cor azul. O trabalho de arrecadação começou em novembro do ano passado, 12 dias após a operação. “Decidi começar logo porque queria que o povo ficasse sabendo que Deus faz maravilhas e que a Santa Casa precisa de ajuda”.

A intenção da paciente é poder, com o tecido, confeccionar uniformes para serem entregues às equipes da UTI (unidade de terapia intensiva) do hospital. “Eles trabalham, lá, com remendos. Quero retribuir o tratamento que recebi, oferecendo melhores condições a eles”, comentou.

Os interessados em colaborar podem procurar Maga à rua Prudente de Moraes, 652, no centro. Os telefones de contato são 3251-5750 e 99730-5866. Contatos podem ser feitos por meio de perfil em rede social: www.facebook.com/rachel.hessel.

Maga disse que a campanha de uniformes é uma das muitas que já realizou em prol da Santa Casa. “Sempre doamos papéis higiênicos, lençóis, e fazemos campanhas diversas. Agora, eu quero fazer uma coisa contínua”, declarou.

Além dos uniformes, a paciente disse que o hospital necessita de cadeiras de rodas e de banho. Maga começou a cotar os preços dos equipamentos e afirmou ter uma base do custo total da ajuda. “Precisamos fazer algo que possibilite à Santa Casa melhorar o atendimento em todos os sentidos”, concluiu.