MEMÓRIA
Nasceu em Tatuí, no dia 22 de dezembro de 1938, filho de Clementino Leite de Almeida e Clementina Pires de Almeida.
O jovem lavrador iniciou a trajetória como plantador de abacaxi (“no amarelo ouro do abacaxi”, trecho do Hino a Tatuí), do que tinha orgulho, pois sentia-se pertencente à história da cidade onde nasceu e viveu.
Com o passar dos anos, foi plantador de arroz, feijão, milho e algodão, compreendendo a importância do produto para as Indústrias têxtis de Tatuí.
Em sua juventude, em um de seus passeios, nos idos de 1957, pela Praça da Matriz, quando ziguezagueava, conheceu a jovem Áurea Conceição, por quem se apaixonou e a quem declarou seu amor em um de seus cartões:
“Eu amo a letra A, por ela suspiro e choro, com essa letra se escreve, o nome de quem mais adoro”, e ainda, no mesmo cartão, ao desejar um feliz Ano-Novo, ainda descreve: “Lá vai a garça voando, no bico leva uma flor, no correr do Ano-Novo, serei sempre o teu amor”.
E tudo para que, em 8 de fevereiro de 1958, pudesse então, na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, realizar suas juras de amor à jovem Áurea Conceição de Almeida, com quem constituiu família.
Desse enlace, nasceram os filhos: José Francisco, Paulo Galvão, Lúcia Aparecida, Maria Bernadete, Waldir Aparecido, Maria de Lourdes, Maria Heloisa e Rogério Donisete, e desses filhos pôde vivenciar sua trajetória com os 13 netos e nove bisnetos.
Ao longo de sua vida, o homem de fé cristã foi agricultor até tornar-se o corretor de Imóveis da área rural, e foi conhecido como “Oscar do Uno Vermelho”.
E assim, por suas andanças, fez muitos amigos em Tatuí, pelo estado de São Paulo e acolheu muitos estrangeiros que vinham à procura da terra para cultivo: argentinos, suíços, ingleses, japoneses, tantos e quantos clientes que acabaram por se tornar parte do grupo de amigos da família Leite de Almeida.
Sempre ao lado de sua maior confidente e companheira, ambos venceram grandes obstáculos, viram gerações nascerem e se formarem e tiveram que se despedir de muitas outras gerações.
Em 8 de fevereiro, completaram 65 anos de União. Com seu coração Cristão, foi, apesar da seriedade em educar seus descendentes, um homem de coração puro, que, mesmo não sabendo entender a diversidade humana, sempre buscou como educar seus filhos, dando-lhes, acima de tudo, respeito e priorizando o acolhimento em temor aos ensinamentos de Cristo.
Nos últimos anos de sua trajetória, no quintal de sua residência, fez uma pequena lavoura de abacaxi, onde espalhou ensinamento aos netos, bisnetos e amigos que iam visitá-lo, resgatando, assim, o cultivo da fruta que tanto adorava e que deu início à sua profissão como lavrador.
Às 18h29 de domingo, 5 de março de 2023, despediu-se da vida, sendo acolhido de braços abertos pelo Pai Eterno. Foi sepultado no Cemitério Cristo Rei.
Rogério Donisete Leite de Almeida