Da Allure Presses
O dia 6 de setembro é considerado o dia do sexo, e esta data convida a considerar que a sexualidade é uma parte essencial da saúde geral e do bem-estar, com vários benefícios para o corpo e a mente.
A saúde sexual não se trata apenas de evitar doenças sexualmente transmissíveis ou de alcançar a fertilidade, mas também engloba aspectos como o respeito pelas escolhas, a comunicação nas relações, a promoção do prazer e a compreensão do próprio corpo.
O dia do sexo lembra da importância de manter uma sexualidade saudável, que não só promova o prazer, mas também contribua para uma vida emocionalmente equilibrada e uma saúde física robusta.
Segundo Higor Caldato, médico psiquiatra e sócio do Instituto Nutrindo Ideais, especialista em psicoterapias e transtornos alimentares, o sexo pode trazer vários benefícios para a saúde mental, obviamente desde que seja concensual.
São pontos positivos: a liberação de endorfinas, a redução do estresse, melhoria da autoestima, a redução dos sintomas de ansiedade e depressão, e ainda, melhoria do sono.
A atividade sexual pode promover um relaxamento e prazer, aliviando a tensão e o estresse acumulados ao longo do dia.
“Há ainda a liberação de neurotransmissores relacionados ao prazer e ao bem-estar, como a dopamina, um neurotransmissor associado às sensações de prazer e recompensa”, informa Caldato.
Durante a atividade sexual, ele explica, o cérebro libera dopamina em resposta a estímulos e sensações prazerosas, como carícias, beijos, toques e orgasmos.
A dopamina aumenta a sensação de recompensa, incentivando a repetição do comportamento sexual e contribuindo para a motivação.
Já a serotonina, por sua vez, desempenha um importante papel no bem-estar emocional. A atividade sexual influencia nesse neurotransmissor, melhorando o humor e o bem-estar, além da sensação de relaxamento.
Diferenças?
O médico diz que existem diferenças nos benefícios mentais do sexo entre homens e mulheres. “Essas diferenças podem ser influenciadas por fatores biológicos, sociais e psicológicos. As flutuações hormonais ao longo do ciclo menstrual podem afetar a disposição e o desejo sexual nas mulheres, influenciando na forma como o sexo influencia na sua saúde mental. As mulheres geralmente enfatizam mais a importância da intimidade sexual e da conexão com o parceiro durante o sexo”, diz.
“Para muitas mulheres, a qualidade do relacionamento desempenha um papel crucial na influência dos benefícios mentais do sexo”, comenta.
Vício?
A sexualidade humana é diversa e varia de pessoa para pessoa, e o que pode ser considerado saudável para uma pessoa pode não ser o mesmo para outra.
Alguns sinais podem alertar para um possível vício sexual, como quando não se consegue parar ou evitar ter relações sexuais com comportamentos repetitivos e excessivos.
Ou quando o sexo interfere na vida social, profissional e familiar, trazendo prejuízos na vida da pessoa. Também quando há a presença de pensamentos sexuais obsessivos, que interferem na capacidade de se concentrar em outras atividades.
O alerta deve acender ainda quando a pessoa tem sentimento de culpa, vergonha ou angústia em relação à atividade sexual.
Na saúde física, Matheus Vianna, personal trainer da equipe Nutrindo Ideais, criador do método “Performance+”, explica alguns pontos importantes sobre como o sexo pode ajudar o corpo.
Segundo ele, o sexo ajuda a queimar calorias, traz melhoria da qualidade do sono, melhora quadros de estresse e ansiedade, fortalece a musculatura pélvica e o sistema imunológico.
Vianna comenta que a endorfina é liberada durante e logo após o ato sexual, promovendo a melhora quase imediata do humor, diminuindo as tensões do dia a dia e reduzindo os efeitos do estresse no corpo.
Além de ser capaz de fortalecer o sistema imunológico, diminuindo assim as chances de infecções por vírus e bactérias.
“Sexo pode ser sim considerado exercício físico aeróbico que fortalece a musculatura do quadril principalmente. Promove bem-estar físico, mental, melhora o condicionamento cardiovascular”, fala o personal.
Vianna diz que logo após o orgasmo, ocorre a redução da pressão arterial, proporcionada pelo relaxamento pós “exercício”. Esse cenário acontece por conta da liberação de hormônios que provocam as sensações de relaxamento e bem estar, consequentemente, a frequência cardíaca também é impactada, fazendo com que o sistema cardiovascular passe a não necessitar gerar tanta energia para manter as funções vitais.
O personal argumenta que é importante não substituir a prática regular de exercícios físicos na academia ou prática de esporte apenas por sexo. “Uma coisa não substitui a outra e pode ter um impacto grande na força muscular, mobilidade e flexibilidade”.
O estrogênio, a testosterona e outros hormônios liberados no organismo, ele explica, fazem parte das estruturas que dão mais brilho para a pele e cabelo. Ou seja, a pele fica com brilho natural e com mais viço.
Além disso, para o homem, manter relações sexuais protege contra o câncer de próstata e, para a mulher, ajuda no fortalecimento da musculatura pélvica.
A questão hormonal também é de grande relevância quando o assunto é vida sexual. Thomáz Baêsso, médico atuante em nutrologia, sócio do Instituto Nutrindo Ideais em São Paulo, aponta que os hormônios são responsáveis por parte do desejo sexual, lubrificação na mulher e ereção no homem.
Ele explica que dietas muito restritivas ou muito inflamatórias (com muitos processados, frituras, açúcar e álcool) podem diminuir a ação de hormônios sexuais.
Baêsso argumenta que os hormônios são substâncias produzidas no corpo a partir de um estímulo e de substratos corretos (moléculas que usaremos para isso, como se fosse o tijolo de uma construção). Zinco, vitaminas como A e D e diversos outros são essenciais para essa produção.
A obesidade afeta diretamente o balanço hormonal, tendo efeitos diferentes em homens e mulheres. Nos homens, atua diminuindo diretamente a testosterona, o que pode gerar os problemas sexuais, por exemplo.
Ainda nesse caso, explica o especialista, o excesso de gordura pode aumentar nível de estrogênio no indivíduo do sexo masculino, podendo ser causa de problemas como ginecomastia (aumento da mama).
Na mulher, a obesidade já costuma cursar com aumentos dos hormônios androgênicos (testosterona e outros), o que pode gerar aumento de pelos pelo corpo e depósito de gordura na região abdominal.
“Já no caso da desnutrição ou baixo percentual de gordura, o que ocorre é que às vezes não há uma camada nutricional suficiente para a produção de hormônios, o que explica, por exemplo, algumas mulheres atletas que entram em amenorreia (ficam sem menstruar por longos períodos)”, explica Baêsso.
O nutrólogo finaliza ao apontar que o ideal é sempre ter o auxílio de um nutricionista e montar uma dieta específica para seus objetivos. Havendo dúvida ou alguma suspeita de alterações hormonais, um médico deve ser consultado.
Não existe a dieta ideal, e até o consumo mínimo de proteína pode variar cerca de 80-100% (ou seja, quase dobrar) em determinadas condições e objetivos.