O teatro “Procópio Ferreira” recebe neste sábado, 9, a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí. Sob a regência do maestro Edson Beltrami, o grupo apresentará obras dos compositores alemães Richard Wagner e Ludwig van Beethoven, com destaque para a primeira das nove sinfonias mais famosas de Beethoven, a “Sinfonia nº 1”. O concerto será às 18h e os ingressos já estão disponíveis na bilheteria do teatro.
O programa começa com a “Abertura ‘Coriolano’, op. 62”, de Beethoven. A obra foi composta em 1807, baseada um drama escrito por Henrich Joseph von Collin. Ela retrata o general romano Gaius Marcius Coriolanus e o desejo de vingança dele contra Roma.
Essa ira aparece logo nos primeiros acordes da melodia. Cercado pelas tropas do general, o Senado pede às matriarcas de Roma que tentem convencer Coriolano a não queimar a cidade.
O apelo insistente das mulheres, representado pelo tema da música que se repete, cria um conflito na mente de Coriolano. Para não trair os aliados nem contrariar as mulheres, o general opta pelo suicídio. “Beethoven mostra o orgulho do general se esvaindo, até que desaparece nos violoncelos, concluindo a história com três pizzicatos das cordas”, descreve o maestro.
O programa segue com “Idílio de Siegfried”, de Wagner. A obra foi um presente de aniversário para a segunda esposa dele, Cosima (filha de Franz Liszt), após o nascimento do filho Siegfried.
Beltrami observa que a peça foi escrita para 15 músicos e “seria algo particular, familiar, uma declaração de amor para a esposa e o filho”. Mas, por razões financeiras, o autor acabou vendendo os direitos de publicação e, para isso, criou uma versão para orquestra de 35 músicos.
Na segunda parte do concerto, a Orquestra Sinfônica apresentará a “Sinfonia nº 1 em Dó Maior, Op. 21”, de Beethoven. A obra se destacou por quebrar os padrões da escrita musical da época.
A peça apresentava uma nova estrutura e combinações nada usuais. “Parece apropriado que Beethoven tenha composto sua ‘1ª Sinfonia’ no alvorecer de um novo século, 1799-1800, pois mesmo os contemporâneos perceberam que suas sinfonias mudavam a concepção do gênero”.
“O legado orquestral de Beethoven lançou uma sombra imponente, com a qual os compositores tiveram que lidar de várias maneiras pelo resto do século”, comenta o maestro.
Beltrami é formado em flauta transversal pelo Conservatório de Tatuí e vencedor de diversos concursos, incluindo o Prêmio Eldorado de Música. Atuou por mais de dez anos como 1ª flauta solo convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e como flautista e maestro nos mais importantes palcos do Brasil e do exterior. Desenvolve, também, intensa carreira como compositor, foi regente da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório de Tatuí por 20 anos e, agora, está à frente da Orquestra Sinfônica da instituição.