Amanda Mageste
Segunda turma obteve muitas inscrições depois de publicação no jornal
As aulas da segunda turma da Faami (Faculdade Aberta à Melhor Idade) começaram na quinta-feira, 10. Podiam inscrever-se pessoas acima de 50 anos.
De acordo com Vanessa Valença de Morais, coordenadora acadêmica, devido à repercussão de reportagem no jornal O Progresso, explicando sobre as oficinas, não foi necessária nenhuma divulgação para fechar a turma.
“Não precisamos falar com alunos para trazerem pais, avós, porque o próprio jornal trouxe muita gente, precisamos até recusar inscrições”, afirmou Vanessa.
A coordenadora disse que, a partir do grande número de pessoas, ela percebeu que o projeto não poderia ficar restrito a 15 vagas por turma, “pois mais pessoas precisam e estão dispostas e participarem das oficinas”, apontou.
No segundo semestre, o projeto começará a expandir-se, não ficando somente na sede da Faesb (Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara), para alcançar público ainda maior.
Não há detalhes definidos, mas a coordenação da Faesb disponibilizará palestras sobre envelhecimento saudável à comunidade, levando o projeto aos bairros.
“Aqui (Faesb), a gente fica restrito na sala de aula, no espaço da sala, e agente precisava de um espaço mais amplo para atender mais pessoas”, afirmou Vanessa.
Marina Campos, aposentada, de 83 anos, frequenta as oficinas e disse que está muito satisfeita com o conhecimento adquirido. “Acho muito importante, porque, pelo menos, tira a turma de casa. O ‘velho’, hoje, tem ideia de que se aposentou e não precisa fazer mais nada, mas não é assim”, afirmou Marina.
Iracema Medeiros Thomaz, de 80 anos, iniciou no projeto na quinta-feira, por influência da amiga Marina, que disse a ela que o curso é “maravilhoso”.
Romeu Aires Minghinni, aposentado, de 65 anos, afirmou que as oficinas servem como aprendizado e uma forma de não ficar com o tempo ocioso.
“Sempre, você está aprendendo alguma coisa. Tivemos uma análise geral do idoso, pegamos comportamento, e, agora no final, o curso começou a diversificar, até artesanato e numerologia aprendemos”.
“É um modo de a gente ocupar a cabeça, aprender alguma coisa, mesmo depois de certa idade. É interessante para as pessoas que pararam de estudar há bastante tempo. Eu mesmo fiz faculdade, trabalhei, aposentei e estou sem atividade”, frisou Minghinni.
O aposentado disse que está somente faltando um profissional da área de saúde fisioterápica, pois os participantes querem orientações sobre o assunto.
As duas turmas vão encerrar-se no dia 26 de junho. A primeira turma ainda terá conteúdo de cromoterapia, paisagismo, Estatuto do Idoso e inclusão digital. A outra começou com oficina de memória e, depois, abordará envelhecimento saudável e inclusão digital.
A professora Selma Pineda, que deu a primeira aula de cromoterapia e será responsável pela segunda, na quinta-feira, 17, disse que é importante oferecer alternativas de atividades para pessoas mais velhas.
“Agrega bastante, o pessoal sai e tem uma descontração, um acolhimento. É um sistema diferente de trabalho. As pessoas se sentem acolhidas, saem daqui mais aliviadas e felizes, e isso é o que importa para qualquer idade”.
“A terceira idade, normalmente, tem certa carência em ser ouvida, em ter uma companhia. Então, isso é fundamental, muito válido”, concluiu Selma.