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Arte contemporânea produzida pela artista na Flona está presente em trabalhos que podem ser vistos em espaço cultural de Sorocaba até este mês
Até o próximo dia 22 deste mês, o Palacete Scarpa, em Sorocaba, mantém a exposição coletiva “Residência Artística”. Ela é composta por obras da artista Raquel Fayad, de Tatuí, e de mais quatro pessoas selecionadas em todo o país para participar de experiência na Flona (Floresta Nacional de Ipanema), em Iperó.
O público que comparecer ao local verá trabalhos variados. Raquel tem obras de pinturas de acrílica sobre tela, realizadas a partir da pesquisa de linhas. Também levou para o espaço cultural sorocabano telas que trazem direções e sobreposições das casas de sementes, raízes, galhos e cipós da floresta.
Em exposição desde o dia 23 de abril, os trabalhos são resultado de residência artística. Durante nove dias, os selecionados experimentaram uma imersão cultural. Os artistas estiveram na Flona entre os dias 9 e 18 de março.
Nesse período, participaram de “uma imersão nas próprias obras e em questões pertinentes do mundo atual”. A iniciativa é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, em parceria com a Prefeitura de Sorocaba e o Macs (Museu de Arte Contemporânea), de Sorocaba.
O objetivo é contribuir com a formação e no aprimoramento de artistas e incentivar atividades de intercâmbio, reflexão crítica e aprendizado variado. Nessa edição, a coordenação do projeto escolheu cinco profissionais que residiram na fazenda com a proposta da produzir obras inéditas.
Raquel levou para o espaço o questionamento da arte, do artista e do fazer artístico. As perguntas fazem referência ao livro “Cartas a Um Jovem Poeta”, de Rainer Maria Rilke, e se fizeram presentes em três propostas pesquisadas.
As obras da artista de Tatuí ocuparam três prédios do local. Para desenvolvê-las, Raquel focou-se nos detalhes da Flona. “A curadoria pediu que o projeto fosse sobre a fazenda. Como eu já tinha estado lá e fotografado fragmentos ligado com minha pesquisa, foi mais fácil”, comentou.
Raquel fez uso da escrita para transcrever trechos de poemas de Rilke e elementos da natureza para simbolizar as tramas. “Na residência, trabalhei muito a observação, principalmente, da raiz de figueira que toma conta das árvores e, também, vai tomando conta do patrimônio público”, descreveu a artista.
A linha de pensamento dos trabalhos dela juntou a arte com a estrutura. “Isso me chamou a atenção, os contrastes entre criação e destruição. E contraste é uma das coisas que mais são trabalhadas nas pinturas”, argumentou.
Partindo da observação do espaço interno, Raquel criou as obras “Interno I” e “Interno II” e “Flora Ipanema”, uma instalação com tiras de borracha negra e Fusain inspirada pelo livro de Rilke e as telas “Figueira” e “Sapopemas”.
A ideia original era de criar a instalação dentro da casa da fazenda. Por conta da conservação do imóvel, Raquel decidiu acomodá-la na “Casa de Armas Brancas” e os demais trabalhos (as duas telas em acrílica) na “Casa da Guarda”.
“Acabei tendo uma produção muito boa. Nós (os artistas) ficamos juntos durante todos os dez dias e compusemos um grupo muito interessante”, avaliou. Os trabalhos dos artistas ficaram expostos na fazenda até o domingo, 22. Eles poderão ser vistos pelo público no dia 15 de abril, no Palacete Scarpa, quando haverá coquetel para convidados e interessados em adquiri-los.
A venda será revertida para o Fundo Social de Solidariedade de Sorocaba e para o Macs. “Um terço vai para o museu e dois para o Fundo Social”, contou Raquel, que participou da iniciativa com Ellen Bruber, Felipe Góes, Geraldo Souza Dias e Marcela Tiboni. O grupo teve curadoria de Paulo Klein.
O jornalista, fotógrafo, escritor e crítico de arte orientou os artistas selecionados com base na qualidade artística. A escolha aconteceu por meio de análise de portfólios com cinco imagens de trabalhos realizados nos últimos dois anos e cinco de outros que sejam relevantes para a carreira.
Para participar, os artistas também enviaram currículo atualizado e comprovante de participação dele em, pelo menos, três exposições individuais e coletivas. Eles inscreveram projetos que previam uso de “vários suportes”.
A exposição em Sorocaba está montada no palacete sede da Secult (Secretaria da Cultura), pelo museu sorocabano. O evento de abertura aconteceu na noite do dia 22 de abril, seguido de coquetel para convidados e imprensa.