Por meio do Museu Histórico “Paulo Setúbal”, equipamento de cultura da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, a prefeitura realiza na terça-feira, 29, às 19h, a abertura da instalação artística “Éramos Cinco Milhões”, de Danilo Roberto.
A Instalação – que foi contemplada por edital do ProAC de artes visuais para obras e exposições – é apresentada pelo governo do estado, em conjunto com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Conforme o resumo do projeto divulgado pelo ProAC, a exposição consiste em colocar 500 balões sobrepostos de diferentes tamanhos, nas cores marrom e preto, ligados por barbantes e amarrados a uma corrente de metal.
A instalação dura um total de 30 dias e explicita todo o processo de deterioração dos balões. Na parede, é colocado o título da exposição – “Éramos Cinco Milhões” -, que vai ficando cada vez mais visível à medida que os balões vão se esvaziando. A obra ficará no espaço até o dia 28 de fevereiro.
De acordo Rogério Vianna, diretor do Departamento Municipal de Cultura, a frase “éramos cinco milhões” alude à quantidade de negros estimada que, ao longo de quatro séculos, foi retirada de seus lugares de origem e trazida como força escrava ao Brasil.
“A instalação traz uma provocação visual e questionamentos acerca da questão racial no país e ainda inclui duas ações poéticas, para maiores de 16 anos, uma no dia da inauguração e outra no dia 18 de fevereiro”, contou o diretor.
A primeira ação, “Cartas para Ninguém”, ocorre no dia 29 de janeiro, às 14h, e consiste em um convite para a escrita de cartas que deverão ser amarradas em balões carregados com gás hélio, os quais, em um movimento coletivo, serão soltos no espaço público.
Essa ação é aberta a pessoas maiores de 16 anos e limitada a 30 pessoas. Inscrições devem ser feitas pelo e-mail casadecronistas@gmail.com.
A segunda ação, “Recomeçar”, será no dia 18 de fevereiro, às 14h, consistindo em um debate sobre o tema e em se complementar com tinta a pichação na parede do espaço expositivo, a partir da pergunta: “O que somos hoje além dos cinco milhões que éramos?”.
“A obra pretende dialogar sobre o violento processo de tráfico de pessoas negras de diversas regiões da África, a consequente desterritorialização e as reverberações individuais e sociais deste processo”, explicou Vianna.
De acordo com o edital da ProAC, Tatuí foi uma das três cidades escolhidas para receber a exposição pelo histórico com a escravidão e “a violência contra a população negra”. O edifício que abriga o Museu Histórico “Paulo Setúbal” já foi uma cadeia e, posteriormente, o fórum da cidade, antes de abrigar o museu.
As outras duas cidades a receber a obra são Botucatu – onde reside o artista e proponente do projeto – e Campinas. Em cada cidade, serão realizadas duas ações performáticas, uma na abertura da exposição e outra no encerramento.
A instalação é voltada a artistas, estudantes de arte, professores e ao público em geral e fica exposta no Museu “Paulo Setúbal” até o dia 28 de fevereiro, de terça-feira a domingo, além de feriados, das 9h às 17h, com entrada franca. Informações e agendamentos devem ser realizados por meio do 3251-4969.