“Se você quer realmente crescer, é preciso permitir que os outros cresçam com você, para lhe dar sustentação. Quando uma pessoa cai, muitos caem com ela. Mas quando alguém se levanta, muitos se levantam também”.
O Ressentimento
Sim, você recebeu um tratamento péssimo daquele cliente, daquela namorada, do professor, do seu marido, dos seus pais, dos seus filhos, dos vizinhos, do seu chefe, dos seus colegas. Você tem toda razão em ter sentido mágoa, tristeza e desapontamento quando isso aconteceu.
Mas sentir tais coisas só tem lógica se for naquele momento. Nunca mais. Se você está, ainda hoje, sentindo essa decepção, essa tristeza, essa mágoa com outra pessoa, então você está ressentido com ela.
Veja com atenção o significado da palavra ressentimento: Sentir novamente. Sentir infinitamente, para alguns. Qual a razão de usar sua mente para sentir novamente coisas ruins, fragilidades e decepções?
Não me refiro a nenhum princípio religioso, espiritual ou moral, somente uma razão prática: – Sentir coisas ruins novamente não tem absolutamente nenhuma função, exceto prender você ao passado e tornar você uma eterna vítima de alguém que nem mesmo está tentando prejudicar você mais.
Ao guardar qualquer ressentimento você está se acorrentando a alguém que lhe fez mal, mesmo que essa pessoa não queira mais isso. Você está ressentindo a dor que só existe em sua memória. Repita comigo: – Nunca mais!
A outra pessoa, por pior que tenha sido não será prejudicada por seu ressentimento. Mas você será. Você desperdiçará momentos únicos das suas vinte e quatro horas para pegar o punhal que alguém usou contra você há semanas, meses, anos ou décadas atrás e, acredite ou não, você mesmo estará se apunhalando dia após dia, com seu ressentimento. Nunca mais!
Se o problema tiver sido com um cliente, ficar ressentido não ajudará sua próxima venda. Se tiver sido com a ex-namorada, ficar ressentido não tornará você atraente para a próxima, e talvez definitiva.
Se tiver sido com seu vizinho, ficar ressentido não ajudará comunicar-se e corrigir a situação. Se tiver sido com qualquer pessoa, ficar ressentido não ajudará você.
Se o caso for tão grave que tenha que ser resolvido em tribunais, deixe advogados cuidando disso e se concentre em sua vida e sua felicidade. Não caia na armadilha do ressentimento. Nunca mais!
Viva o momento que estiver vivendo. Há momentos de tristezas, decepções, erros, partidas, deslealdade ou simplesmente azar. Chore, reclame, brigue e viva o momento que tiver que viver.
Mas, quando o momento passar, viva o momento seguinte, sem ficar com os grilhões do passado prendendo sua existência até sua morte. Esqueça os coisas ruins do passado. Ele não existe mais. Nunca mais!
Isso inclui os ressentimentos contra aquela pessoa que você encontra no espelho. O que ela tiver feito de errado, ontem ou há 30 anos, deve ser deixado de lado.
Não sinta ressentimento quanto aos erros dessa pessoa. Nunca mais! E, se mesmo com toda a lógica do mundo, você ainda estiver sentindo ressentimento e mágoa de alguém, lembre-se do que disse William Shakespeare: Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. Um feliz domingo Tatuí!
A Carroça Vazia
Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio pelos arredores da cidade e eu acatei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou: – Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: – Estou ouvindo um barulho de carroça. – Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia. Perguntei ao meu pai: – Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
– Ora respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando ao tentar intimidar alguém, tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: – Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz. Pensem nisso!